"Não tenho inimigos, são eles que não gostam de mim. Muitos inimigos que nem sequer conheço. Não preciso da aprovação deles, estou na capa das revistas", lê-se na letra de "Doggy".
A canção, cujos excertos foram lançados há anos mas nunca comercializados, foi publicada na sexta-feira à noite nas plataformas de streaming da cantora francófona mais ouvida do mundo.
O lançamento da canção coincide com a controvérsia sobre a alegada participação da estrela do rap na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos, a 26 de julho.
Lançada há algumas semanas pelo semanário L'Express, esta hipótese não foi confirmada nem pela artista nem pelo Presidente da República, Emmanuel Macron, que teria proposto à artista a possibilidade de cantar uma canção de outro dos monumentos da música francesa, Edith Piaf, durante o evento.
Um cenário que indigna a extrema-direita.
"Sinceramente, não é um bom símbolo, é mais uma provocação de Emmanuel Macron que deve acordar todas as manhãs a dizer para si próprio 'como é que vou humilhar o povo francês'", declarou há uma semana a líder do principal partido de extrema-direita, Marine Le Pen, que considerou "vulgar" o estilo de vestir da cantora.
"Podem gostar dela ou não, mas ela não canta em francês", acrescentou outra figura de extrema-direita, Marion Maréchal.
No entanto, a cantora nascida há 28 anos em Bamako, mas criada nos subúrbios parisienses, canta numa mistura de francês e de palavras de calão de várias línguas.
"Tenho a impressão de que vos fiz descobrir Edith Piaf e que ela está reencarnada em mim. O resto, quer gostem ou não, é da minha conta", reagiu Nakamura nas redes sociais.
Aya Nakamura conheceu o sucesso planetário em 2018 com a sua canção "Djadja", com quase mil milhões de reproduções no YouTube, e no ano passado lançou o seu quarto álbum, "DNK".