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Carlos Soria, "o avô das montanhas", vai tentar chegar ao cume do Dhaulagiri aos 84 anos

Carlos Soria, aos 84 anos, continua a fazer parte da elite do alpinismo mundial.
Carlos Soria, aos 84 anos, continua a fazer parte da elite do alpinismo mundial.Instagram/CarlosSoria
Carlos Soria é um caso único no mundo. Montanhista por vocação e estofador por profissão, até à idade da reforma, conseguiu chegar ao cume de 12 montanhas com mais de 8000 metros, oito das quais depois dos 65 anos. Foi a pessoa mais velha a chegar ao cume do K2 (8.611 metros), do Broad Peak (8.047 metros), do Makalu (8.463 metros), do Manaslu (8.163 metros), do Lhotse (8.516 metros), do Kanchenjunga (8.586 metros) e do Annapurna (8.091 metros). Desde 20 de abril, encontra-se no campo do Dhaulagiri, cujo cume tentará subir, se as condições meteorológicas o permitirem, pela décima quarta vez.

É uma personagem que merece ser admirada. Aos 84 anos de idade, a paixão é o motor que move o seu corpo. Não existe no mundo nenhum caso semelhante. Este espanhol de Ávila, apaixonado pela montanha desde criança, conquistou doze dos catorze picos mais altos do mundo. Só lhe falta chegar ao Daulaghiri, que vai tentar pela décima quarta vez, e ao Shisha Pangma, cujo cume central já conquistou, embora lhe falte o principal.

Carlos Soria e o seu inseparável companheiro Sito Carcavilla esperam desde 20 de abril, quando chegaram ao acampamento de Dhaulagiri, que a montanha esteja pronta para tentar a subida. Até agora, passaram por dias de fortes nevões e não é a altura certa para tentar um assalto a altitudes mais elevadas devido ao estado perigoso do pico nepalês.

"Nunca vimos tanta neve nesta montanha. Sim, precipitação mais intensa, mas nunca um período tão longo e contínuo de queda de neve e acumulação de tanta espessura", diz Carlos Soria, desde Dhaulagiri.

Treze tentativas falhadas

Em conversa com o Flashscore, Carlos revela os seus planos para os próximos dias.

"O tempo melhorou um pouco. Amanhã (terça-feira, 9) vamos passar duas noites no C1 (campo 1), subir um pouco até ao C2 e regressar ao Campo Base. E na próxima oportunidade em que o tempo nos permitir, tentaremos subir ao cume", explica.

O Dhaulagiri é o cume que mais lhe tem resistido, uma vez que já tentou 13 vezes e, por várias razões, não conseguiu chegar ao topo do colosso que se ergue junto à bacia do rio Gandaki.

O seu grande mérito, como ele próprio tantas vezes reconheceu, foi o de voltar atrás quando não havia oportunidade segura de chegar ao cume. Viu morrer vários amigos e muitos membros da expedição, viu outros amputarem membros congelados, mas a sua grande arma é o bom senso e, graças a ele, continua ativo e inteiro aos 84 anos de idade.

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