“Não existe nenhum sentido em referir-me a esses interesses dos que dizem que querem salvar o futebol. A verdade é que a Superliga Europeia e os seus dirigentes são personagens do Capuchinho Vermelho (conto infantil cuja primeira versão surgiu no século X), preparados para comer a avó. Afortunadamente, ninguém morreu. É uma mostra de egoísmo, com mentiras vergonhosas de quem luta por benefícios económicos e não por troféus”, desabafou.
Ceferin recordou, também, que o poderio financeiro britânico não é sinónimo de sucesso desportivo.
“Nos últimos 20 anos, a Liga dos Campeões só foi vencida em cinco ocasiões por clubes ingleses. A Itália é o país com mais representantes nos quartos de final da Liga dos Campeões e da Liga Europa, e a Bélgica é a que tem mais na Liga Conferência Europa, não faz sentido dizer que os ingleses ganham tudo. Não devemos esquecer que a ganância não vê verdades”, reforçou.
Depois, assinalou as estratégias para o futebol feminino, a defesa de regulamentação específica para evitar a renuncia precoce dos jogadores das seleções e punição de insultos racistas, homofóbicos ou sexistas e a introdução de “novos formatos ousados nas competições masculinas de clubes a partir de 2024”, apelando, mais uma vez, à união.
“Durante as 48 horas da crise da Superliga, a solidariedade do futebol europeu foi notável e é isso que vai ficar para a história, tal como ocorreu no momento da invasão da Ucrânia e dos sismos na Turquia e na Síria, mas não podemos estar juntos só nos momentos de crise. Vamos vencer como equipa”, sublinhou.