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Chefe do Comité Olímpico russo apresenta demissão

AFP
Stanislav Pozdniakov em março passado, em Moscovo
Stanislav Pozdniakov em março passado, em MoscovoNATALIA KOLESNIKOVA/AFP
O chefe do Comité Olímpico Russo, Stanislav Pozdniakov, anunciou a sua demissão na terça-feira, numa atitude surpreendente que, segundo o próprio, iria "fortalecer o movimento olímpico russo", cujos atletas foram banidos das competições internacionais desde 2022, como resultado da ofensiva da Rússia na Ucrânia.

A Rússia, que foi banida do desporto mundial, foi excluída como nação dos Jogos Olímpicos de Paris este verão e foi apenas representada por uma pequena equipa de 15 atletas, competindo sob uma bandeira neutra após um rigoroso processo de seleção.

Os atletas autorizados a competir tinham de demonstrar que não tinham apoiado a intervenção militar russa na Ucrânia e que não pertenciam a um clube desportivo ligado às forças armadas ou de segurança, como acontece por vezes na Rússia.

"Os desafios geopolíticos que o nosso país enfrenta tornam necessário otimizar e centralizar a gestão de áreas-chave, incluindo o desporto de alta competição", afirmou Stanislav Pozdniakov, 51 anos, num comunicado para justificar a sua decisão.

Tetracampeão olímpico de esgrima, Pozdniakov, que ocupa o cargo desde 2018, disse que via atualmente "premissas oportunas, incluindo económicas, para substituir o líder e a equipa olímpica", a fim de "fortalecer o movimento olímpico russo".

"Por esta razão, o Comité Executivo do Comité Olímpico Russo, na sua próxima reunião de 7 de novembro, irá, estou certo, apoiar a minha proposta e marcar a data para a eleição do novo líder", concluiu.

Sob a sua presidência, o Comité Olímpico Russo denunciou repetidamente a chamada "russofobia" das autoridades desportivas internacionais no período que antecedeu os Jogos Olímpicos de Paris. Privados da sua bandeira e do seu hino na capital francesa, muitos atletas russos decidiram retirar-se das competições, denunciando critérios "discriminatórios".

Neste contexto, Moscovo criticou o "racismo e o neonazismo" do Comité Olímpico Internacional (COI), num clima extremamente tenso, tendo o COI, por sua vez, acusado a Rússia de "politizar o desporto", numa altura em que as forças russas atacavam a Ucrânia.

Nos Jogos de Tóquio, em 2021, os atletas russos competiram sob a bandeira do seu comité olímpico, o ROC, e não do seu país, uma sanção que se seguiu à revelação chocante de uma política de doping patrocinada pelo Estado na Rússia, particularmente nos Jogos de inverno de Sochi, em 2014.