Tadej Pogacar, que agora pertence ao círculo restrito daqueles que ganharam a corrida mais importante do mundo pelo menos três vezes, é diferente. Inteligente, eloquente, divertido, simplesmente um bom rapaz. Um ciclista lendário que prefere atacar uma vez a mais do que uma vez a menos. Um campeão que é bom para o seu desporto. Que não conquista apenas títulos do Tour, mas também corações.
A "Pogimania" de 2024 faz lembrar aos adeptos mais antigos os tempos de Eddy Merckx. O lendário belga era duro como um prego na corrida, nunca recuava, nunca cedia vitórias. Tal como Pogacar. E Merckx não era um canibal longe da competição, segundo os companheiros, mas sim um grande homem. Até hoje, é considerado o protótipo do campeão do povo.
Pogacar: sem comparações com Merckx
Pogacar não gosta particularmente de comparações com Merckx. E talvez também não se devesse parecer muito com ele. Merckx era também um dopador, como está bem documentado. No entanto, tendo em conta os resultados pouco tangíveis de Pogacar, há que dizer repetidamente que não há nada, absolutamente nada, contra ele que justifique suspeitas.
Ninguém deve ser ingénuo: Muitas pessoas que outrora fizeram notoriamente batota continuam hoje a trabalhar no ciclismo, incluindo na equipa de Pogacar. E hoje em dia - palavra-chave monóxido de carbono - são explorados pelo menos todos os limites da melhoria legal do desempenho. Não menos, mas, tanto quanto sabemos, não mais.
Pogacar carrega certamente um fardo, uma responsabilidade: se for descoberto - o que, mais uma vez, não há nada que sugira - a utilizar métodos ilegais, o ciclismo de alta competição, que acaba de recuperar dos Armstrongs do passado, poderá fechar as portas nos próximos anos.
É também, e sobretudo, por isso que é tão importante que Pogacar seja efetivamente um bom homem.