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Tour: Carapaz, do Equador, vence a histórica 17.ª etapa

Atualizado
Um dia muito especial para Carapaz
Um dia muito especial para CarapazAFP
O ciclista equatoriano Richard Carapaz (EF Education-EasyPost) venceu esta quarta-feira isolado a 17.ª etapa da Volta a França, em que o belga Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step) ganhou alguns segundos aos mais diretos rivais.

Carapaz vai recordar para sempre o dia em que Evenepoel atacou Vingegaard

Remco Evenepoel quer o segundo lugar de Jonas Vingegaard e aproveitou uma má jornada do ciclista dinamarquês para encurtar diferenças, no final de uma 17.ª etapa da Volta a França conquistada por Richard Carapaz.

Depois de muito tentar, a EF Education-EasyPost e o equatoriano tiveram a merecida recompensa, com Carapaz a acertar finalmente no momento para atacar na fuga e a cortar isolado a meta em Superdévoluy, onde completou a trilogia de vitórias em etapas em grandes Voltas.

Vínhamos a tentar desde o início, esse era o nosso primeiro objetivo. Sabíamos que a classificação geral estava muito distante para nós e tínhamos a ilusão de ganhar uma etapa. Hoje, foi um dia muito, muito duro. É uma das etapas que tenho de recordar para sempre”, descreveu.

Após fazer história para o seu país – que o privou de defender o título olímpico em Paris-2024 – ao tornar-se no primeiro equatoriano a vestir a camisola amarela do Tour, no final da terceira etapa, Carapaz cumpriu, aos 31 anos, o sonho de vencer na Grande Boucle, quatro anos depois de ter oferecido o triunfo ao seu então dedicado colega Michal Kwiatkowski, com quem cruzou a meta abraçado, numa das imagens mais bonitas dessa edição.

A vitória será ainda mais saborosa porque bateu nomes de peso, nomeadamente o britânico Simon Yates (Jayco AlUla), segundo a 37 segundos, e o espanhol Enric Mas (Movistar), terceiro a 57.

Mais de sete minutos depois de Carapaz, que cortou a meta em 04:06.13 horas, chegaram os três primeiros da geral, com Evenepoel a explorar as debilidades demonstradas por Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike) para roubar 12 segundos ao dinamarquês, que perdeu outros dois para o camisola amarela Tadej Pogacar (UAE Emirates) – as diferenças não foram maiores porque o bicampeão em título teve a sorte de encontrar pelo caminho companheiros de equipa que tinham estado em fuga.

João Almeida (UAE Emirates) foi 42.º na etapa, a 09.26 minutos do vencedor, mas só cedeu tempo para os três primeiros, mantendo-se na quarta posição, a distantes 12.57 do seu companheiro esloveno, que agora tem Vingegaard a 03.11 e Evenepoel a 05.09.

Os 177,8 quilómetros entre Saint-Paul-Trois-Châteaux e Superdévoluy começaram frenéticos, por culpa do vento e de sucessivos ataques. Com três contagens de montanha concentradas nos derradeiros 40 quilómetros, o panorama parecia ideal para que uma fuga fosse bem-sucedida e Wout van Aert (Visma-Lease a Bike), à procura da sua primeira vitória em duas edições da Volta a França, foi autor de várias iniciativas fracassadas, ao contrário do seu colega Tiesj Benoot, Bob Jungels (Red Bull-BORA-hansgrohe), Romain Grégoire (Groupama-FDJ) e Magnus Cort (Uno-X).

As movimentações para integrar a fuga foram tantas que o quarteto tardou em conseguir estabelecer uma diferença respeitável, até porque o camisola verde Biniam Girmay (Intermarché-Wanty) e Jasper Philipsen (Alpecin-Deceuninck) queriam ir lutar pelos pontos no sprint intermédio – o eritreu bateu o belga e reforçou a sua liderança.

Passado o sprint, mais de quatro dezenas de corredores partiram à aventura, entre os quais Carapaz, Simon Yates – o irmão Adam passou mal -, Mas, Van Aert ou Geraint Thomas (INEOS), tentando alcançar os homens da frente.

Depois de Valentin Madouas (Groupama-FDJ) e Guillaume Martin (Cofidis) se juntarem ao quarteto, a diferença aumentou ainda mais na escalada ao Col du Noyer, a única contagem de primeira categoria da jornada, ultrapassando os sete minutos pouco antes de Simon Yates passar direto o primeiro grupo de fugitivos.

O quarto classificado do Tour2023 esperou, depois, por Carapaz, com o ainda campeão olímpico em título a deixar o britânico e a seguir a solo até à meta.

Apesar de ter entregado a vitória da etapa à fuga, Pogacar não resistiu a atacar Vingegaard no Col du Noyer, a pouco mais de sete quilómetros da meta, com o dinamarquês da Visma-Lease a Bike a não conseguir responder. Valeu-lhe Christophe Laporte, perdido na montanha após integrar a fuga, que ajudou o bicampeão em título, e também Evenepoel, a recolar na descida.

Na última contagem da tirada, o líder da juventude acelerou para assaltar o segundo lugar de Vingegaard, visivelmente num dia mau – salvaram-no os colegas que tinham estado em fuga e que o foram rebocando.

Não foram muitas as diferenças na meta, que o camisola amarela cortou 10 segundos depois do belga da Soudal Quick-Step e ligeiramente diante do vice da geral, mas as indicações deixadas pelo bicampeão em título darão, certamente, confiança a Evenepoel, que já só pensa em ser segundo em Nice.

Entre os portugueses, Nelson Oliveira (Movistar) e Rui Costa (EF Education-EasyPost) perderam na casa dos 20 minutos, com o primeiro a preservar o lugar entre os 50 melhores (é 49.º), enquanto o campeão nacional de fundo é 55.º.

Na quinta-feira, a 17.ª etapa pode ser a última propícia ao sucesso de uma fuga, ligando Gap a Barcelonnette, no total de 179,5 quilómetros, com cinco contagens de montanha de terceira categoria no trajeto.