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Tour: Pogacar 'canibalizou' o Tour com a sua vontade de ganhar

Tadej Pogacar somou o quinto triunfo na 111.ª Volta a França
Tadej Pogacar somou o quinto triunfo na 111.ª Volta a FrançaAFP
Tadej Pogacar até só queria desfrutar das paisagens mas não conseguiu resistir a lutar pela 20.ª e penúltima etapa, somando o quinto triunfo da 111.ª Volta a França em bicicleta diante de um lutador Jonas Vingegaard.

Nunca há verdadeiramente um plano que o ciclista esloveno da UAE Emirates siga, com ‘Pogi’ a aproveitar hoje, primeiro, o trabalho da Soudal Quick-Step, para um ‘assalto’ falhado de Remco Evenepoel ao segundo lugar, e, depois, do ainda bicampeão em título para ganhar tempo ao terceiro classificado, limitando-se a acelerar na meta para conquistar a 16.ª vitória em etapas na prova francesa, à frente do ciclista da Visma-Lease a Bike.

Depois de na véspera ter assumido finalmente a derrota, Vingegaard deu hoje mostras do seu caráter aguerrido, parecendo até sonhar com o triunfo no Col de la Couillole, mas, como já é sabido, o ‘canibal’ Pogacar não oferece nada a ninguém, interessado que está em bater todos os recordes, e ‘sprintou’ para coroar isolado o alto, em 04:04.22 horas, sete segundos à frente do dinamarquês.

Para trás, a pouco mais de cinco quilómetros do alto, tinha ficado Evenepoel, quarto na meta, a 53 segundos de ‘Pogi’. O belga de 24 anos, que chegou depois do virtual vencedor da classificação da montanha, Richard Carapaz (EF Education-EasyPost), terá assim de ‘contentar-se’ em terminar no lugar mais baixo do pódio a sua estreia no Tour, diante do também estreante João Almeida (UAE Emirates), o português que na 20.ª tirada praticamente confirmou o seu quarto lugar final.

Concluída a derradeira etapa de montanha e com ‘apenas’ 33,7 quilómetros para percorrer, entre o Mónaco e Nice, no contrarrelógio de domingo, o ciclista da UAE Emirates tem 05.14 minutos de vantagem sobre Vingegaard e 08.04 sobre o líder da Soudal Quick-Step, enquanto Almeida aumentou a diferença para o seu perseguidor Mikel Landa (Soudal Quick-Step), que agora está a 40 segundos do português.

Pogacar até tinha avisado na sexta-feira que hoje ia ‘autorizar’ a fuga a ter sucesso e, talvez por isso, os primeiros dos 132,8 quilómetros desde Nice foram caóticos, com ‘habitués’ das fugas, combativos desta edição e até homens da geral, como Landa a tentarem a sua sorte, ao ponto de ser o próprio camisola amarela a ‘fechar espaços’.

Com uma vintena de quilómetros percorridos, em plena ascensão ao Col de Braus - que ‘denunciou’ prontamente as debilidades de Carlos Rodríguez (INEOS) -, Enric Mas (Movistar), Bruno Armirail (Decathlon-AG2R La Mondiale) e Wilco Kelderman (Visma-Lease a Bike) conseguiram ganhar finalmente uma margem ‘suficiente’ para a fuga vingar.

O trio foi prontamente perseguido por Jan Tratnik (Visma-Lease a Bike), Romain Bardet (dsm-firmenich PostNL), Carapaz e Marc Soler – a presença do seu companheiro espanhol na fuga levou mesmo Pogacar a pedir à equipa, pelo rádio, para abdicar da perseguição no pelotão.

Pedidos do esloveno são ordens para a UAE Emirates, que deixou os fugitivos, reunidos a mais de 80 quilómetros da meta, ganhar mais de quatro minutos de vantagem, a diferença com que acabaram a subida ao Col de Turini, primeira de três contagens de primeira categoria da jornada, onde a Soudal Quick-Step assumiu a liderança do grupo do camisola amarela.

A frente de corrida sofreu várias alterações durante a ascensão ao Col de la Colmianepor, onde Carapaz assegurou que, no domingo, subirá ao pódio final como vencedor da classificação da montanha, tal como o eritreu Biniam Girmay (Intermarché-Wanty) fará nos pontos.

Foi, contudo, no Col de la Couillole onde o equatoriano da EF Education-EasyPost e Mas se distanciaram dos seus companheiros de jornada e a Soudal Quick-Step acelerou o ritmo, através de Landa, que fez descolar todos à exceção dos quatro primeiros da geral e Matteo Jorgenson (Visma-Lease a Bike), que hoje subiu a oitavo.

Evenepoel queria o segundo lugar da geral e atacou a oito quilómetros do alto, mas Vingegaard respondeu prontamente e o belga abdicou de imediato. Foi então que João Almeida assomou à frente do grupo, impondo um ritmo mais elevado para que o seu líder esloveno pudesse ainda lutar pela etapa.

O líder da juventude voltou a ‘mexer’, mas ‘pagou’ pela ousadia (e talvez até sobranceria), sendo contra-atacado por Vingegaard, que ganhou espaço para o terceiro classificado mas teve de lidar com a recusa de Pogacar em colaborar.

Ainda assim, o bicampeão em título não desistiu, com os dois primeiros da geral a alcançarem o campeão olímpico e o espanhol da Movistar, muito combativo nos últimos dias após o fracasso na geral, a 2.500 metros da meta, e a deixá-los no último quilómetro.

Quando entraram nos derradeiros metros, Vingegaard pareceu já resignado à sua sorte, aguardando apenas pelo sprint de ‘Pogi’, tão imperial no seu domínio que pode, no domingo, repetir o feito da Volta a Itália, na qual conquistou seis etapas.

É de outro mundo”, disse Pogacar sobre a sua prestação nesta edição da prova francesa, um dia antes de tornar-se no oitavo ciclista a conseguir a ‘dobradinha’ Giro-Tour na mesma temporada e o quarto a ganhar três edições da ‘Grande Boucle’.

Fora destas lutas, Nelson Oliveira (Movistar) e Rui Costa (EF Education-EasyPost) foram, respetivamente, 73.º e 74.º na etapa, a mais de 28 minutos do vencedor. O primeiro está a um lugar no ‘top 10’, enquanto o campeão nacional de fundo é 68.º