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Tour: Pogacar vence etapa rainha e é mais líder, Almeida reforça quarto lugar

Atualizado
Pogacar cada vez mais perto do triunfo
Pogacar cada vez mais perto do triunfoAFP
Tadej Pogacar saiu dos Pirenéus com a vitória na 111.ª Volta a França em bicicleta no bolso, após vulgarizar Jonas Vingegaard e humilhar a cerebral Visma-Lease a Bike, que falhou em toda a linha na tática escolhida.

Surpreendentemente, a equipa neerlandesa assumiu as operações da 15.ª etapa, queimando todos os seus corredores apenas para deixar o bicampeão em título como presa fácil para o camisola amarela: o esloveno desfez-se do dinamarquês a cinco quilómetros do alto de Plateau de Beille e pode, já este domingo, e salvo azares, ter garantido o triunfo final no próximo domingo, em Nice.

É certo que ainda faltam seis etapas, mas os 03.09 minutos que o líder da UAE Emirates tem de vantagem na geral para Vingegaard e, sobretudo, a forma que tem exibido são argumentos suficientes para acreditar que está prestes a suceder a Marco Pantani no palmarés daqueles que conseguiram a dobradinha Giro-Tour na mesma temporada e a tornar-se tricampeão da prova francesa, que venceu em 2020 e 2021.

Há dias que o líder da Visma-Lease a Bike repetia que era esta a etapa que mais lhe convinha e, este domingo, depois de um incompreensível esforço da sua equipa, não esteve à altura, perdendo 01.08 minutos para o seu arquirrival esloveno, que cortou a meta em 05:13.55 horas.

A segunda jornada pirenaica confirmou também que Remco Evenepoel deverá contentar-se em ser o terceiro melhor, com o belga da Soudal Quick-Step a ocupar esse lugar na tirada, a 02.51, e na geral, já a 05.19. Muito ao seu estilo, João Almeida (UAE Emirates) fez uma brilhante recuperação na ascensão ao Plateau de Beille e reforçou o seu quarto lugar, a 10.54 minutos de Pogacar.

Tida como a etapa mais dura da 111.ª edição, a ligação de 197,7 quilómetros entre Loudenvielle e o Plateau de Beille não desiludiu, com os favoritos a mostrarem-se logo no Col de Peyresourde, a contagem de primeira categoria com que literalmente arrancou a jornada.

O respiro entre montanhas incentivou uma multidão a fugir do pelotão; na frente, juntaram-se ex-candidatos à geral, como Enric Mas (Movistar), Jai Hindley (Red Bull-BORA-hansgrohe) e Richard Carapaz (EF Education-EasyPost), costumeiros destas iniciativas e ainda trepadores franceses, como Lenny Martinez (Groupama-FDJ) e Guillaume Martin (Cofidis), à procura de vencerem no Dia da Bastilha.

O Col de Menté trouxe Simon Yates (Jayco AlUla), quarto da passada edição, ou Laurens De Plus (INEOS) para a fuga, mas também expôs as debilidades do campeão de 2019, o colombiano Egan Bernal (INEOS), que perdeu o contacto com o grupo do camisola amarela na segunda de quatro contagens de primeira categoria da jornada e cedeu mais de 40 minutos na meta.

Apesar de não ser dona da amarela, a Visma-Lease a Bike, numa estratégia questionável (e errada, como se comprovou no final), assumiu a perseguição aos fugitivos, estabilizada nos dois minutos à saída do Portet d’Aspet.

A travessia do vale aumentou a diferença dos fugitivos, que iniciaram a penúltima subida da jornada com quase quatro minutos de vantagem. Os 10 quilómetros do Col d’Agnés deixaram Hindley, Mas e De Plus isolados na frente, com Carapaz a conseguir juntar-se ao trio ainda durante a ascensão.

O quarteto de luxo, entretanto alcançado por Tobias Johannessen (Uno-X), chegou ao sopé de Plateau de Beille com meros dois minutos, prontamente anulados a partir do momento em que Matteo Jorgenson assumiu o comando do grupo dos favoritos.

O ritmo do norte-americano da Visma foi tal que, ainda no início dos 15,8 quilómetros de escalada até ao Plateau de Beille, Almeida descolou, fazendo perigar o seu quarto lugar.

Mas o grande adversário do português na luta pelo estatuto de melhor dos normais, o espanhol Carlos Rodríguez (INEOS), também perdeu o contacto a mais de 10 quilómetros do alto, pouco antes de Vingegaard atacar e levar na roda, como não podia deixar de ser, a sombra Pogacar.

A rivalidade que entusiasma os fãs há quatro edições viveu este domingo um novo episódio, do qual Evenepoel não fez parte – o belga pagou hoje a arrogância de equiparar-se ao bicampeão em título, devendo ter percebido finalmente que está um escalão abaixo dos dois colossos do Tour.

A cerebral Visma-Lease a Bike sofreu este domingo uma derrota em toda a linha, já que, a cinco quilómetros do alto da contagem de categoria especial, o camisola amarela humilhou o homem que o derrotou nas últimas duas edições da Grande Boucle, conquistando rapidamente uma vantagem que, na meta, foi superior a um minuto.

A estrear-se no Tour, Almeida protagonizou uma das suas sensacionais recuperações, acabando a etapa em quinto, a 04.43 de Pogi, e consolidando o quarto lugar, até porque Rodríguez perdeu 25 segundos para o português e foi mesmo ultrapassado pelo compatriota Mikel Landa (Soudal Quick-Step) no quinto posto.

Rui Costa (EF Education-EasyPost) e Nelson Oliveira (Movistar) foram, respetivamente, 57.º e 66.º no Plateau de Beille e vão cumprir o segundo de dois dias de descanso da 111.ª edição no top 50 da geral, antes de regressaram à estrada na terça-feira, para os 188,6 quilómetros da 16.ª etapa, uma ligação entre Gruissan e Nîmes, que será a última propícia aos sprinters.