Tour: Vauquelin vence etapa em que Oliveira foi sexto e Pogacar chega à amarela

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Tour: Vauquelin vence etapa em que Oliveira foi sexto e Pogacar chega à amarela

Atualizado
Nélson Oliveira acabou em sexto
Nélson Oliveira acabou em sextoProfimedia
A jornada “perfeita” do estreante Kévin Vauquelin hipotecou o sonho do ciclista português Nelson Oliveira de vencer na Volta a França, que ao segundo dia, tal como aconteceu no Giro, já é liderada por Tadej Pogacar.

San Luca prometia, San Luca cumpriu: foi na explosiva subida de terceira categoria que o francês de 23 anos, em estreia no Tour, atacou para desenvencilhar-se de Nelson Oliveira (Movistar) – acabaria por ser sexto – e embalar para a primeira vitória da Arkéa-B&B Hotels na prova, mas também foi aí que o esloveno da UAE Emirates acelerou, com Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike) na roda, rumo à amarela.

“É completamente de loucos. (...) Foi uma jornada perfeita”, resumiu Kévin Vauquelin, após ter assegurado o pleno francês na 111.ª edição, algo que não acontecia desde 1968, quando Charly Grosskost ganhou as duas primeiras etapas da Volta a França.

A maior vitória da carreira do jovem francês, consumada em 04:43.42 horas, resultou de uma fuga de mais de 180 quilómetros, na qual Oliveira teve um papel muito ativo, com o desempenho do português a merecer bem mais do que o sexto lugar, a 50 segundos do vencedor.

Outros fugitivos, o líder da montanha Jonas Abrahamsen (Uno-X), segundo a 36 segundos, e o francês Quentin Pacher (Groupama-FDJ), terceiro a 49, completaram o pódio de uma tirada animada pela luta pela geral: o ataque de Pogacar valeu-lhe a amarela, mas o esloveno está empatado em tempo não só com Vingegaard, que é terceiro, mas também com Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step), o segundo classificado, e Richard Carapaz (EF Education-EasyPost), que conseguiram encostar nos dois maiores favoritos já na reta da meta.

Cesenatico, onde o mítico Marco Pantani cresceu e descobriu a paixão pela bicicleta, acolheu a partida para os 199,2 quilómetros até Bolonha, atacados logo de início pelos pretendentes a integrar a fuga do dia.

Ainda não estavam decorridos nem uma dezena de quilómetros e já Nelson Oliveira andava fugido na companhia de Vauquelin e do colega deste Cristián Rodríguez, e de Abrahamsen, Pacher, Axel Laurance (Alpecin-Deceuninck), Hugo Houle (Israel-Premier Tech), Harold Tejada (Astana), Mike Teunissen (Intermarché-Wanty), Bram Welten (dsm-firmenich PostNL) e Jordan Jegat (TotalEnergies).

Vauquelin deixou para trás os companheiros de fuga na segunda de duas subidas a San Luca, onde Pogacar também atacou levando na roda Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike), com o esloveno da UAE Emirates a assumir a liderança da geral, destronando o francês Romain Bardet (dsm-firmenich PostNL).

Rapidamente os 11 construíram uma vantagem para o pelotão que chegou a ser superior a nove minutos. A jornada prosseguiu com calor mas sem história – menção para a incursão do pelotão no circuito de Imola – até a 90 quilómetros da meta, quando Wout van Aert (Visma-Lease a Bike) caiu, ficando com o equipamento rasgado e, provavelmente, com o ânimo abalado, depois de novo azar numa época fortemente condicionada por uma queda na clássica Através da Flandres, em março.

Com o belga, terceiro da geral à partida da segunda etapa, caíram também o seu companheiro norte-americano Matteo Jorgenson e o neerlandês Laurens de Plus (INEOS), com os três a continuarem em prova.

Previsivelmente, na primeira ascensão a San Luca a fuga desmembrou-se momentaneamente, com Oliveira a ficar distanciado, numa altura em que Axel Laurance atacou. Quando lá chegou o pelotão, também Pogacar acelerou, mas a movimentação foi apenas um bluff, ao qual a Visma-Lease a Bike mostrou estar atenta.

Na parte a rolar que se seguiu, o português da Movistar, fazendo valer a sua destreza na luta contra o cronómetro, atacou, entrando nos derradeiros 20 quilómetros na frente da corrida na companhia de Vauquelin e Abrahamsen, com o trio a ganhar rapidamente uma vantagem de 30 segundos para os seus companheiros de jornada.

A segunda subida a San Luca e um ataque de Vauquelin condenaram o experiente e dedicado português de 35 anos, que procurava a primeira vitória na Volta a França, na sua oitava participação na Grande Boucle.

Com o triunfo na tirada entregue ao francês de 23 anos, o grupo de favoritos entreve-se a lutar pela camisola amarela, com Pogacar a atacar de forma fulgurante, para resposta pronta de Vingegaard.

Ninguém, nem mesmo o então líder Romain Bardet (dsm-firmenich PostNL), conseguiu seguir de imediato o ritmo dos últimos dois vencedores do Tour, que colaboraram bem para ganhar mais de 30 segundos de vantagem sobre os outros candidatos à geral.

No entanto, Remco Evenepoel (Soudal Quick-Step) e Richard Carapaz (EF Education-EasyPost) anularam a diferença na descida e no plano, num verdadeiro crono que os fez cortar a meta com o mesmo tempo de Pogacar e Vingegaard, a 02.21 minutos do vencedor da etapa.

San Luca expôs debilidades, sobretudo, de Primoz Roglic (Red Bull-BORA-hansgrohe), considerado um dos favoritos à vitória hoje e que chegou com os restantes candidatos, entre os quais o português João Almeida (UAE Emirates), a 21 segundos dos agora quatro primeiros da geral.

Bardet é quinto, a seis segundos, com os demais favoritos, Almeida incluído, a 21 segundos do campeão do Giro2024, que na segunda-feira até pode perder a liderança da geral, no final dos 230,8 quilómetros planos entre Piacenza e Turim, ainda em Itália, caso Evenepoel, Vingegaard ou Carapaz sejam melhores no desempate no somatório dos lugares ocupados nas etapas disputadas.

Depois de ser 50.º na segunda etapa, Rui Costa (EF Education-EasyPost) é 36.º da geral, enquanto Oliveira é 58.º.