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Impressionado com ouro de Rui Oliveira, Matxín justifica presença do ciclista na Dinamarca

LUSA
Rui Oliveira está na Volta à Dinamarca
Rui Oliveira está na Volta à DinamarcaD.R.
O manager da UAE Emirates definiu hoje como “impressionante” o ouro conquistado por Rui Oliveira, ao lado de Iúri Leitão no madison em Paris2024, explicando que o ciclista português foi para Volta à Dinamarca para ter a sua oportunidade.

(Ouro foi) impressionante. Na equipa, sempre tentamos que corredores como o Rui, o Ivo, que deixam a pele pelos companheiros em prova, tentem ganhar corridas, mas quando se ganha um ouro olímpico, é tocar o céu com os dedos”, descreveu Joxean Matxín Fernández, numa alusão também ao irmão do novo campeão olímpico, que esteve em Paris-2024 como fervoroso apoiante do gémeo.

Sem distinguir entre os dois irmãos gaienses, o manager da equipa dos Emirados defendeu que o ouro olímpico de Rui Oliveira é importante por vários motivos.

Primeiro, por serem boas pessoas. Segundo, por serem excelentes ciclistas. E terceiro, porque são, eu acredito, dos melhores companheiros que temos tido nesta equipa. E tudo o que lhes aconteça de bom, eles merecem-no, sobretudo, pelo sacrifício e pela recompensa por tanto que ambos sofreram, à base de quedas”, sustentou, referindo-se aos sucessivos azares dos ciclistas que estão na UAE Emirates desde 2019.

Matxín assumiu que “sinceramente” não esperava que Oliveira voltasse da sua estreia em Jogos Olímpicos com o ouro, confiando apenas que o seu corredor e Leitão poderiam “estar a lutar por uma medalha”.

Sabíamos que Simone Consonni, que Elia Viviani têm muita experiência, têm muitas opções. Eram, eu acredito, os favoritos. Mas também é certo que Viviani, possivelmente, está um pouco nos seus últimos anos. Então, o Iúri, o Rui, não tinham nada a perder. Quando não tens a pressão e quando não tens a necessidade de demonstrar nada a ninguém e só corres, e tudo o que fazes, é bom… Com a qualidade que eles têm, possivelmente, esta foi a melhor das recompensas”, declarou.

Com Iúri Leitão transformado numa estrela nacional, com paragem em tudo o que é programa de televisão e rádio, sem esquecer os jornais, Oliveira, destacado na Volta à Dinamarca, acaba por estar a perder a merecida projeção mediática que podia estar a ter, mas Matxín garante que foi uma decisão tomada em conjunto pelo ciclista de 27 anos e pela equipa.

Eu entendia que ele e o Ivo tinham uma oportunidade na Dinamarca, podíamos ganhar o crono por equipas. E, além disso, era uma corrida onde eles tinham a opção de poder estar a disputar etapas ao sprint com o Rui, onde o Ivo era o seu último homem. Então, era uma oportunidade. Eles têm poucas oportunidades, porque, claro, quando temos o Juan Sebástian Molano, ou o Tadej Pogacar, o João Almeida, ou outros corredores. Estão sempre mais obrigados a estar dedicados à equipa, mas esta era uma das corridas onde ele tinha seu espaço”, evidenciou.

O espanhol contou que disse ao novo campeão olímpico que se quisesse ficar em Portugal, não haveria “nenhum problema’”.

E ele perguntou o que eu achava de ele ir só na terça para a Dinamarca. 'Mudamos os voos, vou à receção’. E eu disse ‘parece-me perfeito, não tem problema’. Então, foi uma decisão de ambos”, assegurou.

O gaiense aterrou na segunda-feira no Aeroporto do Porto, onde teve uma receção apoteótica ao lado de Leitão, antes de madrugar para viajar para a Dinamarca, numa viagem plena de contratempos, que incluíram a perda de um voo e até um corte de cabelo para passar o tempo.

Matxín falou ainda de João Almeida, o português da UAE Emirates que é candidato a ganhar a 79.ª Volta a Espanha, que arranca este sábado em Lisboa, com um contrarrelógio de 12 quilómetros até Oeiras.

Evidentemente, se tivesse que subscrever isso (triunfo de Almeida) e ir para casa hoje, eu assinaria. Mas, bem, temos 21 dias duros, 21 dias exigentes, com corredores de muito prestígio. Primoz Roglic ganhou isto três vezes, há corredores muito importantes, e há que ter respeito pelos rivais, mas o João fez um Tour impressionante, não só na condição física, mas em condição pessoal, em trabalho coletivo, em trabalho de equipa, e ainda assim fez quarto, então tem uma bonita oportunidade aqui. Temos uma boa equipa e vamos lutar por estar na frente com João”, prometeu.

A Volta a Espanha arranca pela segunda vez de Portugal, depois da estreia em 1997, e termina em 08 de setembro, em Madrid.