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Volta a Portugal: Echelon Racing pedala pelos veteranos de guerra dos Estados Unidos

Project Echelon Racing na Volta a Portugal
Project Echelon Racing na Volta a PortugalMatías Novo | Podium Events
A equipa norte-americana de ciclismo Echelon Racing participa na 85.ª Volta a Portugal para “honrar a corrida” e mostrar o projeto comunitário por detrás da formação profissional, que presta apoio a veteranos de guerra dos Estados Unidos.

“Pedalar pelos veteranos”, estampado na lateral do autocarro, é o mote desta equipa que tem aparecido, aqui e ali, na primeira metade da Volta a Portugal, sobretudo nas fugas e na chegada ao sprint a Lisboa, na segunda etapa.

Nesse dia, Zach Gregg passou dezenas de quilómetros como único fugitivo do dia, em tirada plana que o pelotão só agarrou na aproximação à meta, uma experiência que, à Lusa, classifica como “incrível”.

O contacto com os adeptos, e na verdade toda a experiência na Volta, tem sido excelente para nós. Senti que era necessário continuar a honrar a corrida, mesmo depois de ficar sozinho. É um país lindo, um pouco quente e ventoso em alguns dias, mas não me queixo”, explica o corredor.

O ciclista de 31 anos está com a estrutura desde 2022, em três dos sete anos do projeto, e revê-se na missão de “educar, equipar e empoderar veteranos de guerra através da atividade física”.

Este resumo da atividade do projeto esconde as histórias de vida de muitos veteranos afiliados ao Echelon Racing, como Shawn Morelli, medalhada paralímpica por quatro vezes, ou o bombeiro Rob Verhelst, que fez parte dos esforços de resgate no 11 de setembro de 2001 e agora corre por todo o mundo para consciencializar para o stress pós-traumático e o suicídio entre ex-militares.

Nos Estados Unidos, a barreira de acesso a desportos de endurance é muito alta, quer em custos quer em formação e educação”, lamenta Zach Gregg.

Segundo o corredor, feito ‘porta voz’ pela bem-humorada formação norte-americana no espaço dedicado às equipas nas partidas, a Echelon Racing “oferece recurso para que os veteranos possam envolver-se em algo estruturado e possam ter atividade física, uma saída muito benéfica”.

Precisam do sistema de suporte que tinham nas Forças Armadas. Este é o nosso sétimo ano, e a cada ano queremos ter mais recursos para todos”, acrescenta.

Na prática, e depois da filiação, os veteranos passam a ter acesso a “colaborações com os patrocinadores, para receber fundos e descontos”, seja de bicicletas, rodas ou outros bens.

A rede comunitária de apoio estende-se à nutrição, para lá dos apoios financeiros, que vão dos valores de inscrição a outras taxas e gastos decorrentes da atividade física, mas prende-se sobretudo com o envolvimento numa comunidade.

Envolvemo-los nas corridas, ajudamo-los a preparar os eventos, tudo isso. Quando vamos bem, há entusiasmo e vontade de se conseguir ainda mais, e acontece isso com eles, também”, revela o ciclista.

Segundo Gregg, ver veteranos a superarem-se em corridas, a transmitirem mensagens de nota para a sociedade e lutar pelos seus objetivos mesmo depois de regressarem de experiências traumáticas é uma autêntica lição de desporto.

Percebemos, então, que o ciclismo não pode ser tão egoísta. Nesta modalidade, consumimos muitos recursos, devemos devolver na mesma medida”, explica.

De resto, Gregg não sabia que, no dia em que, sozinho, decidiu “honrar” a Volta a Portugal, a corrida homenageava o capitão Salgueiro Maia, com uma viagem entre Santarém e Lisboa a evocar a coluna que liderou no 25 de Abril.

Não sabia, mas se soubesse ainda tinha dado mais na estrada. É muito especial e é uma coincidência que dialoga com a nossa missão por cá”, remata.

A 85.ª Volta a Portugal em bicicleta está na estrada até 04 de agosto, terminando em Viseu com um contrarrelógio individual.