Volta: ABTF-Feirense confia em António Carvalho para chegar ao pódio
“Rivalizar diretamente (com a Glassdrive-Q8-Anicolor) é muito difícil, porque eles têm um bloco muito forte. Eu considero que eles têm quatro favoritos a vencer a Volta a Portugal. Nós temos um ciclista que é claramente favorito, mas ainda para mais, infelizmente, teve agora um percalço no início do mês de julho”, lembrou Joaquim Andrade.
Em declarações à Lusa, o diretor desportivo da equipa de Santa Maria da Feira disse esperar que a fratura de clavícula não condicione a prestação do terceiro classificado da Volta2022 na 84.ª edição, que arranca na quarta-feira, com um prólogo em Viseu, mas notou que a lesão “afetou pelo menos a preparação” de Carvalho.
“A minha esperança é que ele depois, durante a prova, possa ir melhorando e que possa estar ao melhor nível. Ele teve uma semana mesmo sem poder treinar, depois começou a fazer alguma atividade em casa, nos rolos e assim. Afeta sempre, mas ele estava num bom momento quando teve a lesão, estava já bastante em forma, estava já com o peso com que pretendia entrar na Volta a Portugal e isso é uma ajuda. Agora, é claro, será sempre uma condicionante, mas vamos esperar para ver”, reforçou.
A equipa terá “especial atenção aos primeiros dias” e “aos sinais” dados por Carvalho, “um corredor muito experiente”, um fator que, segundo Andrade, “ajuda bastante nestes casos a saber passar essas dificuldades que ele poderá ter”.
Depois de ser a formação que mais se reforçou na pré-temporada, a ABTF-Feirense chega à Volta a Portugal com ambições diferentes daquelas com que iniciou 2023, uma vez que a contratação de Amaro Antunes, vencedor da Volta2020, acabou por fracassar, com o algarvio, primeiro, a anunciar o final da carreira e, depois, a ser suspenso por quatro anos por anomalias no passaporte biológico.
“Criou-se essa expectativa na nossa equipa, na altura muito fruto das contratações que tínhamos feito, mas, entretanto, a contratação do Amaro Antunes acabou por não se concretizar e as coisas mudaram um pouco. Ficámos muito centrados no António Carvalho e estávamos à espera dele agora para a Volta a Portugal e estou confiante de que ele estará ao mais (alto) nível, mas, é como eu digo, não é fácil rivalizar com uma equipa como o Glassdrive, com os nomes que têm e com as várias opções que têm. Mas eles podem dar-se ao luxo de, se um dia a coisa correr mal para um deles, lançarem outro atleta”, reconheceu.
Assim, o propósito da ABTF-Feirense para a 84.ª edição foi reformulado e passa agora por ser protagonista e estar “todos os dias dentro da luta, das etapas” e na “linha da frente”.
“E, depois, o resto virá por acréscimo. Mas claro que temos o grande objetivo que é poder estar na discussão da Volta a Portugal e, ao estar na discussão da Volta a Portugal, claro que aspiramos a poder fazer pódio. O grande objetivo, com que sonham todas as equipas, é poder vencer a Volta. Mas pronto, sendo mais realistas, eu penso que o pódio é perfeitamente possível”, enumerou.
Uma vitória numa etapa também é algo que Joaquim Andrade não descarta, embora “sem nunca pôr em causa o posicionamento na geral”.
“Nós temos um corredor rápido, que nos primeiros quatro dias poderá ter as suas possibilidades, que é o Santiago Mesa, e, depois, temos, para os outros terrenos, corredores jovens que têm bastante capacidade. O Afonso Eulálio está num momento de forma espetacular, neste momento é dos corredores mais fortes em Portugal, no geral”, realçou.