Volta: ABTF-Feirense rodeia António Carvalho e liberta Afonso Eulálio
“Os objetivos passam por tentar lutar pela vitória. É o nosso grande objetivo do ano. Sabemos que temos adversários bastante fortes, principalmente a Sabgal-Anicolor, que tem vários líderes. Também temos as nossas armas e tudo faremos (para ganhar)”, afirma Joaquim Andrade, em entrevista à Lusa.
O antigo ciclista vê em António Carvalho, de 34 anos, um “corredor completo, que sabe lidar com o dia-a-dia da competição e que normalmente vai melhorando ao longo dos dias”.
Este chefe de fila assumido, de resto, está mais do que habituado a brilhar na Volta a Portugal, com três vitórias em etapa, duas delas na Senhora da Graça, e dois pódios na geral final – foi terceiro em 2022 e 2023.
Ante a concorrência de nomes, sobretudo estrangeiros, Carvalho tem estado mais discreto esta temporada, ainda que os seus pergaminhos na modalidade falem por si, ao contrário do que acontece com Afonso Eulálio.
O ciclista de 22 anos, natural da Figueira da Foz, já tinha sido segundo na classificação da juventude em 2023 e este ano deu um salto em frente no que toca à visibilidade.
Foi quinto na Volta às Astúrias e, já este mês, entregou o cartão de candidato ao ser segundo no Grande Prémio Torres Vedras-Troféu Joaquim Agostinho, onde venceu também os pontos e a juventude.
“(Está) num excelente momento e é um dos melhores portugueses. (…) O António é o chefe de fila, o Afonso será um dos atletas protegidos. É um corredor importante, que se dá muito bem na montanha, e será uma mais-valia para o António, além de ter o seu espaço”, assume Joaquim Andrade.
Depois de, em 2023, António Carvalho acabar a 1.07 minutos do suíço Colin Stüssi (Vorarlberg), a equipa pescou na formação vencedora e recrutou o espanhol Óscar Cabedo, 13.º dessa edição, para reforçar o bloco que conta também com outros dois reforços, provenientes da agora Sabgal-Anicolor, casos de Fábio Costa e Pedro Silva.
Com a abordagem de “ir dia-a-dia com o pensamento de tentar chegar à vitória”, esta edição “não será fácil, para ninguém”, e terá muita dureza logo a abrir, com uma primeira etapa, depois do prólogo, com a ascensão de primeira categoria ao Observatório de Vila Nova.
“Será logo um dia que pode ser decisivo, comprometendo a prova de alguns ciclistas. Estamos a preparar-nos para entrar o melhor possível. São dois dias muito importantes (com a chegada à Torre, na terceira etapa) nos primeiros quatro da Volta”, refere.
Já se o percurso favorece ou prejudica a sua equipa, Andrade disse que “é subjetivo”. “Normalmente, o António Carvalho vai de menos a mais, mas mesmo assim penso que estará a bom nível logo de início, melhorando depois ao longo da prova”, acrescenta.
A 85.ª edição da Volta a Portugal arranca na quarta-feira, com um prólogo em Águeda, e termina em 04 de agosto, com um contrarrelógio individual em Viseu.