Volta: Artem Nych rematou de forma perfeita a vitória na 85.ª edição
Artem Nych assegurou a vitória ao terminar os 26,6 quilómetros do 'crono' final com o tempo de 34.36 minutos, menos três segundos do que o companheiro de equipa dinamarquês Julius Johansen, segundo classificado, enquanto o suíço Colin Stüssi (Vorarlberg), vencedor em 2023, gastou mais 30 segundos do que o seu sucessor.
O corredor russo, de 29 anos, assegurou o triunfo final com 01.23 minutos de vantagem sobre Stüssi, segundo na classificação geral, e 2.38 sobre o porto-riquenho Abner González (Efapel), terceiro, enquanto Gonçalo Leaça (Credibom-LA Alumínios-MarcosCar) assegurou o estatuto de melhor português, com o quarto lugar final, a 3.07 de Nych.
O homem de Kemerovo mostrou-se ao mais alto nível e não só dissipou quaisquer dúvidas de que se conseguiria defender no contrarrelógio, perante a teórica superioridade de Stüssi neste exercício, como ainda venceu a etapa e ganhou tempo a todos.
Nych rematou uma recuperação que, por admissão do próprio diretor desportivo, Rúben Pereira, parecia “quase impossível”, aquando da desistência do uruguaio Mauricio Moreira na quarta etapa, de estar a quase quatro minutos da liderança para acabar com mais de um minuto para o restante pelotão.
A frieza e calculismo, bem como a paciência, permitiu à Sabgal-Anicolor juntar-se em torno de tão improvável como espetacular recuperação, hoje concluída da melhor forma.
No segundo lugar, um Julius Johansen que voltou a ficar no lugar menos desejável de uma ‘dobradinha’ da equipa, depois de ficar atrás de Rafael Reis no prólogo – o português, ‘mestre’ nesta disciplina, foi quarto, a 38 segundos.
Johansen foi um dos primeiros a estabelecer um tempo e ficou, desde logo, claro que seria um bom registo, perante o forte calor e a distância do ‘crono’, com um percurso técnico.
Entre as condições, a especificidade da etapa e o desgaste acumulado das etapas anteriores, Viseu acabou por causar várias alterações de monta na geral, desde logo a subida de Stüssi a segundo, relegando Abner González para terceiro, melhor que o sexto lugar de 2021 e logo em ano de estreia na Efapel.
Gonçalo Leaça segurou o quarto lugar e fez valer a bravura, ao integrar uma fuga que chegou à meta com mais de 10 minutos de vantagem e também a escapada da nona etapa, acabando como melhor português e uma das surpresas da prova, a par do antigo líder Afonso Eulálio (ABTF-Feirense).
O jovem de 22 anos andou de amarelo durante seis dias mas hoje acabou por ‘tombar’ com estrondo, depois de já ter perdido tempo na Senhora da Graça, e acabou a fechar o top 10, a 5.57 minutos.
Uma reentrada nos 10 melhores foi a do espanhol Delio Fernández (AP Hotels&Resorts-Tavira-Farense), para nono, enquanto Joan Bou foi um de dois Euskaltel-Euskadi nos primeiros lugares, em oitavo, com Mikel Bizkarra a acabar no quinto lugar.
O colombiano Diego Camargo fez valer a estreia da Petrolike na Volta, acabando no sexto lugar final, enquanto Jesus del Pino (Aviludo-Louletano-Loulé Concelho) fechou em sétimo o esforço da equipa para o colocar na melhor posição.
Contas feitas, o espanhol Luis Ángel Maté (Euskaltel-Euskadi) vai fechar a carreira, aos 40 anos, como rei da montanha da Volta, com Nicolás Tivani (Aviludo-Louletano-Loulé Concelho) como melhor nos pontos, enquanto o melhor jovem, o espanhol Jaume Guardeño (Caja Rural-Seguros RGA), ganhou esta classificação mas ‘caiu’ do top 10, para 11.º.