Volta: Julius Johansen vive etapa “divertida” mas solitária da carreira em Portugal
“Tem sido muito divertido. Fiquei muito feliz de ter a oportunidade de integrar esta equipa. Para nós, a Volta é quase o único objetivo da temporada, é super importante. Fiquei orgulhoso de integrar a formação para a Volta. Temos tido alguns azares, mas agora já vencemos duas etapas e mostra como lutámos”, diz o dinamarquês de 24 anos, em entrevista à Lusa.
Nascido em Blovstrød, pequena vila de três mil habitantes a 30 quilómetros de Copenhaga, Johansen captou a atenção dos adeptos de ciclismo a nível mundial quando, em 2017, se sagrou campeão mundial de fundo, confirmando um grande nível entre os juniores que o levou à ColoQuick.
Passou pela Uno-X, o viveiro de talentos norueguês, e em 2022 deu o salto para a Intermarché-Wanty, no WorldTour, depois de vários resultados de monta, e transformou-se, sobretudo, num ciclista de trabalho.
Este ano, no início de março, chegou à Sabgal-Anicolor e não perdeu tempo em mostrar valor, estando na fuga no Grande Prémio Miguel Induráin, passando na frente em várias corridas na Dinamarca natal e, depois, vencendo uma etapa e a geral final do Grande Prémio Abimota.
Nesta 85.ª edição, vive “uma experiência boa” de que desfruta, tendo sido segundo no prólogo inicial, atrás do companheiro de equipa Rafael Reis, e terceiro na quinta etapa.
Johansen compara favoravelmente as condições que encontrou na Sabgal-Anicolor com “uma equipa do mesmo nível na Dinamarca”, do autocarro ao staff e outros cuidados, e quanto ao pelotão nacional diz já se ter acostumado, apesar da marcação inicial.
“Não é a melhor das coisas (ser campeão mundial). No início, ninguém me dava oportunidades, para ir para fugas ou atacar, toda a gente seguia a minha roda. Ainda sinto isso, mas numa corrida como esta, muita gente procura coisas diferentes. É bom ser reconhecido”, avalia.
A viver no sul de Espanha, não conhece ainda Portugal “fora do ciclismo”, mas tem já prometida uma viagem de férias no país, com a noiva, depois do fim da Volta, para “conhecer mais da cultura”.
A viver uma boa fase em Sabgal-Anicolor, não deixa de revelar que por vezes é “um pouco solitário” pela barreira da língua. “Quando não há muito para entender do que estão a falar... tentamos por onde dá, porque são bons colegas de equipa”, acrescenta.
Johansen lembra ainda que a presença do compatriota Mathias Bregnhoj e do britânico Oliver Rees na equipa permite, por vezes, “fazer um pequeno grupo que fala em inglês”.
Para a frente, tem como objetivo “voltar ao WorldTour, como qualquer jovem ciclista, que quer sempre objetivos maiores, equipas maiores”.
“Mas, se não for possível, esta é uma bela equipa para integrar. Quero crescer como ciclista”, atira.