Volta: Muita luta e juventude marcam a Gi Group Holding-Simoldes-UDO
“Podemos esperar dar sempre o melhor, tudo o resto é uma incógnita. A equipa teve uma sangria muito grande e é muito jovem. A época até aqui tem superado as minhas expectativas, com jovens com evolução muito agradável”, diz, em entrevista à Lusa, o diretor desportivo da equipa, Manuel Correia.
A liderar esse bloco jovem, Luís Gomes é, aos 30 anos, o principal nome da formação, com três etapas ganhas na Volta e uma boa época de 2024, repleta de colocações entre os 10 primeiros em várias corridas, a atestar o perigo que é em chegadas em grupos reduzidos.
Pelo segundo ano seguido, foi ainda medalha de bronze na corrida de fundo dos Nacionais de ciclismo, com o gaiense a juntar-se a Rui Carvalho, o melhor trepador da equipa, como “suporte” do sete de Manuel Correia.
O diretor desportivo destaca ainda a chegada de Francisco Guerreiro, que já fez “boas corridas”, como outro fator importante, numa época marcada pela saída de vários nomes importantes e a chegada deste e de Pedro Miguel Lopes como principais destaques.
“Esta Volta a Portugal é muito dura e, tirando o Rui, não teremos um ciclista talhado para isso. Vamos dar o nosso melhor, e se porventura conseguirmos uma vitória em etapa, como nos últimos anos, seria ótimo. Faremos a Volta um bocadinho na expectativa”, refere.
Segundo Manuel Correia, Luís Gomes, “um corredor muito regular e constante”, tem “sempre boas prestações na Volta”, ajudando a mitigar as saídas de Hélder Gonçalves, 11.º em 2023, do colombiano Adrián Bustamante, vencedor de uma etapa na edição passada, e de Afonso Silva.
“Quem tem ciclistas como o Francisco e o Luís, arrisca-se a estar na discussão de etapas. Mas sem muita expectativa. Este ano seremos, talvez, a equipa menos bem apetrechada para a Volta”, reforça.
Entre os destaques, no campo da juventude, nota para o brasileiro Andrey André e para o português Noah Campos, que surpreendeu nos Nacionais ao conquistar o título sub-23, aos 19 anos.
“É a primeira Volta que vai fazer. Não se enquadra em nada nas características dele. É um corredor de clássicas, possante, que anda bem no contrarrelógio. A Volta é muito dura. (...) Será uma oportunidade para desfrutar, ver o que a Volta lhe pode dar. Não tem muitas etapas para fazer algo bonito, como estar na fuga ou na discussão de algo”, analisa.
Com “tristeza”, Manuel Correia reforça ainda a importância da Volta, como “única corrida em Portugal que pode dar algum destaque e protagonismo” mediático, como retorno para patrocinadores, o que a torna numa competição de “sete cães a um osso”.
“Será sempre muito difícil, mas como equipa lutadora, aguerrida, disciplinada e ambiciosa, estaremos sempre na expectativa e a tentar dignificar os que nos têm ajudado a levar este projeto”, atira.
A 85.ª edição da Volta a Portugal arranca na quarta-feira, com um prólogo em Águeda, e termina em 04 de agosto, com um contrarrelógio individual em Viseu.