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Volta: Obrigação da Sabgal-Anicolor pode esbarrar em Stüssi ou espanhóis

LUSA
Sabgal-Anicolor participa na Volta a Portugal
Sabgal-Anicolor participa na Volta a PortugalSabgal / Anicolor Cycling Team
A Sabgal-Anicolor chega à Volta a Portugal em bicicleta, que arranca na quarta-feira, com obrigação de vencer, como equipa nacional mais forte, mas o suíço Colin Stüssi (Vorarlberg), em busca de bisar, e as equipas espanholas são fortes obstáculos.

Será a narrativa dominante da 85.ª edição da Volta, que parte na quarta-feira para a estrada com um prólogo em Águeda, terminando em 04 de agosto com um contrarrelógio individual em Viseu, uma vez que a formação, que sai de casa, apresenta recursos de outra realidade entre o pelotão português.

Com um projeto ambicioso que visa, inclusive, subir ao segundo escalão do ciclismo mundial, a Sabgal-Anicolor apresenta o uruguaio Mauricio Moreira, vencedor em 2022, e o russo Artem Nych, quarto em 2023, como principais armas, uma vez que uma queda condicionou Frederico Figueiredo, que não chegará nas melhores condições.

Depois de em 2023 ter quebrado, deixando Fred e Nych como opções, o uruguaio, gerido com pinças, tem tido uma época regular, com vitórias a abrir na Clássica Aldeias de Xisto e numa etapa do Grande Prémio O Jogo, seguindo-se o terceiro lugar no GP Beiras e Serra da Estrela, o segundo no GP Abimota e outro no GP Anicolor.

Nych, por seu lado, dominou o Abimota e o GP Beiras e Serra da Estrela, mostrando-se opção viável numa equipa que todos esperavam que vencesse com conforto em 2023 - depois de ter arrasado em 2022 e ter-se tornado a maior referência do ciclismo luso após o escândalo que acabou com a W52-FC Porto -, mas que teve de contentar-se um dececionante quarto lugar, precisamente do russo.

No pelotão nacional, há nomes como Henrique Casimiro e o porto-riquenho Abner González, da Efapel, além de Delio Fernández (AP Hotels&Resorts-Tavira-Farense) e Jesus del Pino (Aviludo-Louletano-Loulé Concelho), para fazer frente à equipa dirigida por Rubén Pereira.

Ainda assim, o melhor dos candidatos portugueses parece ser António Carvalho (ABTF-Feirense), que foi terceiro nas últimas duas edições e se apresenta, em termos de experiência e acompanhamento da equipa, com a revelação Afonso Eulálio como número dois, em ponto de rebuçado para tentar escalar os dois lugares que faltam no pódio.

A Sabgal apresenta um sete de muita qualidade, podendo até dar-se ao luxo de deixar de fora André Carvalho, que já correu no WorldTour pela Cofidis, mas terá, ainda assim, concorrência de peso quer das rivais lusas quer do estrangeiro.

Desde logo, o suíço Colin Stüssi apresenta-se com vontade de vencer pelo segundo ano seguido, algo que não é feito desde Gustavo Veloso (2014 e 2015), com uma Vorarlberg que se reforçou para o proteger e apoiar.

O ciclista de 31 anos venceu já este ano duas corridas do circuito nacional da Áustria e traz consigo nomes como Félix Stehli e Lucas Rüegg, dois suíços de valor.

Igualmente do estrangeiro chega a possibilidade de surpreender da mexicana Petrolike, encabeçada por dois ciclistas que, em 2023, correram no WorldTour: o equatoriano Jonathan Caicedo, vencedor de uma etapa na Volta a Itália em 2020, e o colombiano Diego Camargo.

Os dois têm somado resultados de monta em várias corridas por etapas no continente sul-americano, mostrando a conhecida apetência para a alta montanha.

Ainda assim, Espanha faz-se representar com cinco equipas, incluindo as únicas quatro ProTeam em competição, e a maior familiaridade com o pelotão nacional – e as suas estradas – poderão fazer a diferença.

A Euskaltel-Euskadi, sem o vice do ano passado Txomin Juaristi, tem o veterano Luis Ángel Maté, de 40 anos, como principal referência, depois do quinto lugar final em 2023, com uma vitória em etapa, mas tem outras opções, como Joan Bou.

A Caja Rural deverá tentar revalidar a vitória na classificação dos pontos com o checo Daniel Bábor, que repete a presença, enquanto a Kern-Pharma traz José Félix Parra, sétimo em 2021 e 25.º na Volta a Espanha de 2022.

Nas opções da Burgos-BH, além de Óscar Pelegrí, que já correu em Portugal pela Rádio Popular-Boavista e pela Vitó-Feirense, sobressai Ander Okamika, habituado à Vuelta e com apetência na montanha e no contrarrelógio.

Numa Volta que começa dura, com o Observatório de Vila Nova a juntar-se à Torre antes do dia de descanso, o jejum de vitórias portuguesas deverá prolongar-se, em edição antecipada em vários dias, em relação ao habitual, devido aos Jogos Olímpicos Paris-2024.

De fora da luta pela geral e pela montanha, as oportunidades para sprinters - que podem escassear caso as fugas tenham mais força - poderão mostrar os dotes de Bábor, mas também João Matias e o venezuelano Leangel Linarez, dupla mortífera em chegadas em bloco da Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua, entre outros nomes do estrangeiro que se possam afirmar - a Efapel deixou de fora o colombiano Santiago Mesa, que somou duas vitórias esta época e seria um dos favoritos neste capítulo.

A 85.ª edição da Volta a Portugal arranca na quarta-feira, com um prólogo em Águeda, e termina em 04 de agosto, com um contrarrelógio individual em Viseu.