Volta: Rádio Popular-Paredes-Boavista gostava de melhorar o quarto lugar de Luís Fernandes
“O panorama é diferente do ano passado. Os ciclistas e as equipas são diferentes. Não sabemos quem vem do estrangeiro. Não sabemos… naturalmente que o objetivo de qualquer equipa é sempre esse, não é? O nosso também não foge à regra. Só depois lá é que a gente confirma ou não”, respondeu o diretor desportivo axadrezado, ao ser questionado sobre se a meta da equipa seria melhorar o quarto lugar alcançado por Luís Fernandes no ano passado.
Apesar de ter estado discreto ao longo da temporada será o corredor de 35 anos o líder da Rádio Popular-Paredes-Boavista na prova ‘rainha’ do ciclismo nacional, que arranca na quarta-feira, em Viseu, e termina em 20 de agosto, em Viana do Castelo.
“É o chefe de fila assumido da equipa. A equipa tem outros bons ciclistas, mas ele é o chefe de fila, atendendo ao perfil (montanhoso) da Volta”, apontou, em declarações à Lusa.
Já Hugo Nunes, “um ciclista imprevisível” que “é uma aposta da equipa há alguns anos”, parte sem um papel definido para esta Volta. “Vamos ver como é que ele vai correr. Se vai correr para a geral ou se vai correr para andar, de facto, em fugas ou para alguma classificação secundária”, hesitou.
Além do vencedor da classificação da montanha de 2020, José Santos perspetiva que também o veterano César Fonte pode lutar por uma etapa, depois de ter feito uma “boa época”, na qual ganhou o Troféu Ribeiro da Silva.
“A equipa não ganhou muito, mas ganhou alguma coisa, agora, ultimamente. Vamos ver, vamos ver como é que estamos na Volta. Já não corremos há muito tempo, esta paragem, por causa de não se poder fazer provas (devido à Jornada Mundial da Juventude), também não foi muito boa, mas é igual para todos”, assumiu.
O mais antigo diretor desportivo nacional mostrou-se apreensivo com a “travessia do Alentejo” – a terceira etapa liga Sines a Loulé, no total de 191,8 quilómetros -, que na sua opinião, “sem ofensa para os alentejanos e para os algarvios, era desnecessária”.
“Não sabemos como vão estar as condições climatéricas nessa altura na Volta, mas se for daqueles dias em que está muito calor, é uma etapa muito longa a atravessar o Alentejo. É uma etapa que vai dar muito desgaste, porque termina no Algarve, depois nós vimos todos para o Norte também”, disse, numa menção às longas deslocações que a caravana da corrida terá de fazer nas terceiras e quartas etapas.
Ainda que admitindo que “é difícil dar-se a volta a Portugal em apenas 11 dias, atendendo à assimetria do país”, Santos vincou que, “quando se vai ao Algarve, aumentam, de facto, as dificuldades para os ciclistas no descanso”, com o desgaste dessas transições a não ajudar “a recuperação dos ciclistas de um dia para o outro”.
“Acho que o traçado não está mal. É o traçado que a Volta a Portugal nos habituou nos últimos anos. Não é nem melhor nem pior, é mais ou menos igual”, concedeu, revelando-se satisfeito também por haver um menor número de quilómetros de contrarrelógio nesta edição e pelo crono final acabar no alto de Santa Luzia.
Para o diretor da Rádio Popular-Paredes-Boavista, “esse contrarrelógio também tem um condão de, por um lado, dar a chance aos roladores, e também dá um bocadinho a chance aos trepadores”.