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Volta: Sabgal-Anicolor aposta no bis de Mauricio Moreira com Nych à espreita

LUSA
Sabgal-Anicolor marca presença na 85.ª edição da Volta a Portugal
Sabgal-Anicolor marca presença na 85.ª edição da Volta a PortugalSabgal / Anicolor Cycling Team
A Sabgal-Anicolor alinha com o uruguaio Mauricio Moreira, campeão de 2022, como chefe de fila na 85.ª Volta a Portugal, que arranca na quarta-feira, com o russo Artem Nych como número dois e Frederico Figueiredo condicionado.

“Somos um bloco forte e unido, focado num único objetivo: a equipa irá girar à volta do nosso líder, o Mauricio Moreira, com um apoio importante do Artem Nych, que tem feito uma época muito boa. Contamos que também esteja em bom plano na Volta”, diz à Lusa o diretor desportivo, Rubén Pereira.

Se o uruguaio, vencedor em 2022 e segundo no ano anterior, atrás do desclassificado Amaro Antunes, quebrou espetacularmente na etapa da Torre na edição do ano passado, Nych acabou em quarto, num top 10 que incluiu também Frederico Figueiredo, sétimo, e o australiano James Whelan, oitavo.

Whelan saiu da equipa e Figueiredo, vice em 2022, chega condicionado por uma fratura do rádio no pulso esquerdo, contraída há um mês numa queda na prova de fundo dos Campeonatos Nacionais, tendo estado em dúvida, até à última, a sua participação.

“Temos de ir com muita calma. Esteve bastante tempo sem treinar, numa fase de recuperação, em que não foi possível a cirurgia. Irá num papel diferente nesta Volta, no âmbito de dar o apoio à equipa e tudo o que daí vier será bom. (…) É um homem importante da nossa equipa. Para além da parte desportiva, é um dos pilares do nosso projeto”, refere Rúben Pereira.

Com o homem que venceu em 2022 no Observatório de Vila Nova, palco da dura chegada da primeira etapa desta 85.ª edição, condicionado a nível físico, o sete da Sabgal-Anicolor tem um único nome forte.

“O Mauricio é, por natureza, o líder. Já tem uma vitória nas pernas e é assumido desde o início do ano. Nych pode ter uma carta a jogar, e se tiver de ser um dos braços do Mauri, será, porque têm uma relação muito boa”, acrescenta o diretor desportivo.

Moreira tem somado pódios nas corridas por que tem passado este ano, com a equipa a gerir a sua preparação com minúcia, nomeadamente ao fazê-lo abdicar de defender o título no Grande Prémio Joaquim Agostinho, tendo vencido a Clássica Aldeias do Xisto e uma etapa no Grande Prémio O Jogo, resultados modestos comparados com os dos anos anteriores.

Também Nych tem estado em destaque e venceu pelo segundo ano seguido o Grande Prémio Beiras e Serra da Estrela, tendo sido terceiro no Troféu Joaquim Agostinho e triunfado também no GP Abimota.

Este ano, afirma o diretor desportivo, a Volta “será bem disputada”, com “a qualidade mais distribuída” entre as várias equipas nacionais e, apesar de “poder haver quem ache isto disparatado”, a perceção de que a qualidade do contingente estrangeiro “é do melhor na corrida nos últimos 15 anos”.

Se a nível nacional, olha para a ABTF-Feirense de António Carvalho, a Efapel, com “vários corredores de top 10”, ou a Rádio Popular-Paredes-Boavista, entre outras, as equipas estrangeiras despertam-lhe a atenção quanto a rivais importantes.

Desde logo, o suíço Colin Stüssi, que em 2023 venceu a corrida, e que regressa com uma Vorarlberg “mais reforçada para a alta montanha”, elencando também o espanhol Abel Balderstone (Caja Rural) e a dupla sul-americana da Petrolike, Diego Camargo e Jonathan Caicedo.

O peso de partir como equipa favorita, pelo nível dos ciclistas que possui e a ambição do projeto, é algo de que Pereira tem consciência, mas não abdica de uma estratégia de “ir dia a dia, etapa a etapa, e ter os pés bem assentes na terra”.

De resto, notou, a equipa reforçou-se a pensar em mais do que na Volta, com um extenso calendário no estrangeiro que só termina nos primeiros dias de outubro, e prova disso é que André Carvalho, que correu no WorldTour pela Cofidis, ficou de fora do sete final, em que cabem Luís Mendonça e o antigo campeão do Mundo júnior Julius Johansen.

O dinamarquês será um dos destaques, assim como o compatriota Mathias Bregnhoj, numa formação que conta ainda com um homem habituado a vencer na Volta a Portugal, com oito triunfos em etapa, e a vestir de amarelo.

Rafael Reis, exímio contrarrelogista, é candidato à primeira liderança da geral da corrida, tendo já vencido o prólogo do Troféu Joaquim Agostinho, e aqui tem oportunidade de vencer pela nona vez logo numa etapa “muito importante” para a estrutura.

“Acho que esta edição está bem desenhada, e é especial para nós porque começa em casa, em Águeda”, assumiu Pereira.

A 85.ª edição da Volta a Portugal arranca na quarta-feira, com um prólogo em Águeda, e termina em 04 de agosto, com um contrarrelógio individual em Viseu.