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Volta: Senhora da Graça revoluciona geral e Artem Nych é líder

Volta: Senhora da Graça revoluciona geral e Artem Nych é líder
Volta: Senhora da Graça revoluciona geral e Artem Nych é líderProfimedia
A nona etapa da 85.ª Volta a Portugal virou por completo a classificação geral, com uma chegada à Senhora da Graça que coroou o porto-riquenho Abner González (Efapel) e deu a camisola amarela ao russo Artem Nych (Sabgal-Anicolor).

Nych, que vai alinhar com a camisola amarela no contrarrelógio de domingo, em Viseu, concluiu os 170,8 quilómetros entre a Maia e o alto da Senhora da Graça, em Mondim de Basto, seis segundos depois de González, que venceu a emblemática etapa, com o tempo de 4:25.10 horas.

O espanhol David Delgado (Burgos-BH) foi terceiro, a 22 segundos, no meio de uma luta pela geral que deixou Nych em primeiro, Abner González em segundo, a 49 segundos, e o suíço Colin Stüssi (Vorarlberg), vencedor em 2023, em terceiro, a 53.

Dificilmente alguém conseguiria prever uma etapa assim, a primeiro pela fuga do dia, com vários fatores inexplicáveis, e, depois pela sua dimensão, com 30 corredores a isolarem-se na frente.

Com três desses homens a cerca de dois minutos da liderança, com o espanhol Jesus del Pino (Aviludo-Louletano-Loulé Concelho), Gonçalo Leaça (Credibom-LA Alumínios-MarcosCar) e Artem Nych, este com a ajuda de Frederico Figueiredo – a Vorarlberg e a ABTF-Feirense colocaram um ciclista cada, como ‘satélites’ dos seus líderes.

Isto porque Afonso Eulálio, dos feirenses, e o suíço Colin Stüssi, o campeão de 2023 da equipa austríaca, continuaram hoje a jogar ao ‘gato e ao rato’, marcando-se mutuamente, e o perigo consolidou-se com o passar do tempo, uma vez que a fuga seguia imperturbável pela Serra do Marão (primeira categoria), sem perseguição das equipas no pelotão.

Com Luis Angel Maté (Euskaltel-Euskadi) e Nicolás Tivani (Aviludo-Louletano-Loulé) a garantirem as vitórias nas classificações da montanha e dos pontos, respetivamente, bastando terminar no domingo, a atenção virou-se para a disputa da etapa e da geral.

Aparentemente, o interesse estaria atrás, quando Stüssi arrancou, ainda antes dos últimos 40 quilómetros, na subida para a segunda de três contagens de primeira categoria, no Barreiro, com Eulálio a fechar o espaço.

O português zarpou depois, na mesma subida, ganhando uma vantagem que chegou a ser de um minuto, aparentando seguir para consolidar a liderança e ganhar margem para, no ‘crono’, segurar a vitória final.

Ainda assim, o suíço manteve a frieza e perseguiu-o ao seu ritmo, acabando por igualá-lo já na subida para a Senhora da Graça, em que o jovem camisola amarela voltou a atacar, sem sucesso, ficando depois para trás do rival.

O problema, para estes dois homens, estava na frente, com uma fuga que não perdia tempo e em que o excelente Frederico Figueiredo, primeiro, no Barreiro e, depois, na Senhora da Graça, deu ‘meia vitória’ a Nych, além de manter estável a distância para o grupo perseguidor.

Ficou claro, nos últimos quilómetros, que a margem seria suficiente para Nych ou Gonçalo Leaça, depois de Jesus del Pino perder contacto com a frente, e o russo, que já tinha vencido em Boticas, deixou o jovem luso para trás.

Leaça, que se mostrou ao mais alto nível nos últimos dias e recuperou de mais de 10 minutos de desvantagem para estar perto do pódio, que chegou a ocupar até os comissários lhe tirarem 20 segundos por abastecimento indevido, deu um grande salto, mas nada comparado ao do russo.

Após o abandono do uruguaio Mauricio Moreira, o diretor desportivo da Sabgal-Anicolor, Ruben Pereira, deu a Volta a Portugal como “praticamente” perdida, com Nych no 20.º lugar da geral.

A vitória em Boticas e o trabalho sustentado ao longo dos dias permitiu-lhe ir escalando lugares, ganhando hoje a diferença decisiva, de mais de quatro minutos para Eulálio.

O quarto classificado de 2023 é capaz de se defender no contrarrelógio e tem a Volta ‘na mão’, enquanto o vencedor do dia, Abner González, estará a amaldiçoar o problema mecânico que lhe custou um minuto no prólogo inicial, a 49 segundos do líder.

O ex-Movistar redimiu não só a sua equipa, que tem lutado por uma vitória desde o início, como a sua própria Volta, estando agora a caminho de melhorar o sexto lugar que logrou em 2021, conseguindo um grande triunfo.

O ‘apagão’ de Afonso Eulálio, jovem de 22 anos que liderou boa parte desta Volta, e a incapacidade de Colin Stüssi foram a outra história do dia, ainda que Jesus del Pino tenha subido a quinto e o líder da juventude, o espanhol Jaume Guardeño (Caja Rural-Seguros RGA), feche agora o top 10.

Afonso Eulálio é agora sexto, a 1.50 minutos, um resultado que o deixaria feliz no início desta 85.ª edição, não fosse a amarela que envergou tantos dias tê-lo feito sonhar com mais.

Delio Fernández (AP Hotels&Resorts-Tavira-Farense) caiu para o 11.º posto, com Mikel Bizkarra em sétimo e Joan Bou em oitavo, representando a Euskaltel-Euskadi.

A emblemática subida ao Santuário da Senhora da Graça, no topo do Monte Farinha, que provou o seu estatuto lendário com milhares de pessoas nas estradas a assistir, aplaudir, conviver e viver o ciclismo umas com as outras.