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Vuelta: João Almeida é um dos principais candidatos mas não o número um

LUSA
João Almeida, ciclista da UAE Team Emirates
João Almeida, ciclista da UAE Team Emirates UAE Team Emirates
João Almeida define-se como “um dos principais ciclistas para a classificação geral” mas não o favorito número um à vitória na 79.ª Volta a Espanha, considerando que o pódio já seria um objetivo atingido.

Acho que sou um dos principais corredores para a classificação geral. Não diria que sou o favorito número um. Há bastantes. Claramente, viemos para aqui com o objetivo de ganhar a corrida, de discutir a corrida, tanto comigo como com o Adam (Yates). Se estivermos no pódio, para mim seria objetivo concluído, mas queremos sempre apontar para o número um”, declarou.

Numa conferência de imprensa que começou em inglês e prosseguiu em português, João Almeida tinha começado por dizer que “todos os que estão à partida (da Vuelta) têm hipótese de ganhar”.

É a minha primeira vez a fazer Tour-Vuelta, não é fácil de preparar. Não tive a melhor preparação, mas estamos em boa forma. Estamos confiantes e faremos tudo para lutar pela vitória. Temos uma grande equipa para nos apoiar, temos várias ‘cartas’ para jogar. Penso que vamos começar numa boa posição, temos de ir dia a dia. Qualquer coisa pode acontecer-nos e às outras equipas. Vamos controlar o que podemos controlar”, avaliou.

Notando que a UAE Emirates entra em qualquer corrida “para ganhar”, o quarto classificado do Tour2024 nomeou Primoz Roglic, Aleksandr Vlasov, que pode ser colíder da BORA-hansgrohe, e o campeão em título, o norte-americano Sepp Kuss (Visma-Lease a Bike), mas considerou que “há muitos ciclistas que podem lutar por esta Vuelta”.

Almeida desvalorizou ainda as declarações de ‘Rogla’, o tricampeão das edições de 2019 a 2021 que hoje admitiu não estar totalmente recuperado da fratura na região lombar que sofreu numa queda na Volta a França: “Nos últimos anos, sempre que falo com ele nas corridas diz que não está a sentir-se muito bem”.

O já histórico ciclista português – foi o primeiro a acabar no pódio da Volta a Itália, ao ser terceiro em 2023 – não levanta o ‘véu’ sobre a estratégia da equipa, dizendo que a prova “pode decidir-se em qualquer dia”, até numa etapa de vento, e que o calor desempenhará um “papel importante”.

Vamos ter muita montanha, é a grande Volta com mais metros de desnível acumulado”, salientou, revelando que gostava de ganhar qualquer etapa mítica, nomeadamente a de Lagos de Covadonga (16.ª).

Para já, o corredor de 25 anos só está a pensar no contrarrelógio de sábado, que vai ligar Lisboa a Oeiras ao longo de 12 quilómetros, não escondendo que gostava de vestir a primeira camisola de líder.

Não é fácil. Claro que os contrarrelogistas puros têm sempre vantagem num percurso tão rápido como é. Mas, certamente, vamos dar o nosso melhor, todos nós, para chegar na melhor posição possível. E, claro, vai ser a primeira etapa que vai começar já a definir ligeiramente a classificação geral. Portanto, é um dia importante, em que temos de estar focados. Tem de ser todos os dias, mas temos de apontar para esse dia (do crono)", analisou.

Depois de ser quarto no Tour, de onde trouxe “confiança e experiência”, a trabalhar para Tadej Pogacar, Almeida garante que nesta Vuelta, em que partilha liderança com Adam Yates, “o mindset é quase o mesmo” e explica que só está a participar nesta ‘grande’ por começar no seu país.

A Vuelta começar cá em Portugal é a principal razão de fazer a Vuelta. Se calhar, se não começasse cá, teria dado prioridade a outro calendário para recuperar melhor do Tour e poder preparar-me a 100%. Será muito bom para o ciclismo português, a Vuelta é uma grande montra para o país”, defendeu.

Sobre o apoio que sentiu na quinta-feira, na apresentação das equipas junto à Torre de Belém, anteviu que se vai estender às três etapas portuguesas da 79.ª edição da prova espanhola, que termina em 08 de setembro, em Madrid.

“O apoio dos portugueses é sempre uma motivação extra. Todas as bandeiras ao longo da estrada e gritarem o meu nome dá sempre motivação extra. Sentir esse apoio dos portugueses é muito especial. (A Vuelta) começando aqui em Portugal, claramente já estava a prever esse apoio. É incrível o apoio que me dão. Sempre muito agradecido”, vincou.