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Vuelta: Nelson Oliveira acredita que ciclismo português está a viver o seu melhor momento

Nelson Oliveira no crono de Paris-2024
Nelson Oliveira no crono de Paris-2024AFP
Nelson Oliveira acredita que o ciclismo português está a viver o seu melhor momento, esperando que o ouro conquistado por Iúri Leitão e Rui Oliveira no madison nos Jogos Olímpicos Paris-2024 seja aproveitado para aumentar o investimento na modalidade.

A reflexão do ciclista português da Movistar sobre o momento que vive o ciclismo nacional tinha começado não pelo ouro olímpico, mas sim por João Almeida, candidato à vitória final na 79.ª Volta a Espanha, que arranca no sábado em Lisboa.

Para já é bom ter um ciclista português - já não o víamos há muito tempo - a lutar por uma geral de uma grande Volta. E isso é bom tanto para o próprio João, como para o ciclismo português: ter um ciclista capaz de lutar pela geral e que já deu provas disso, tanto na Volta à Itália, como na Volta à França. E aqui eu acho que, como disseste, é um dos favoritos. Sem dúvida”, avaliou, em entrevista à Lusa.

Quarto classificado na última Volta a França, o terceiro classificado do Giro-2023 vai iniciar esta Vuelta, na qual o luso da Movistar também participa, como líder da UAE Emirates, juntamente com Adam Yates, sendo um dos principais candidatos a vestir a camisola vermelha em 08 de setembro, em Madrid.

Este momento da modalidade, descrito por Oliveira como “o melhor”, também assenta no ouro olímpico no madison de Rui Oliveira e Iúri Leitão, que também conquistou a prata no omnium em Paris-2024.

Também diplomado na capital francesa, onde foi sétimo no contrarrelógio, assistiu ao feito sentado no sofá de sua casa e até deu um grito de emoção – quem conhece o tranquilo Nelsinho até poderá estranhar esta reação, mas a felicidade era muita.

O experiente corredor reconhece que nunca pensou que o Leitão pudesse tornar-se, na estreia nos Jogos, num dos melhores olímpicos portugueses, igualando o ouro e a prata de Pedro Pichardo e Carlos Lopes, mas suplantando os dois atletas ao tornar-se no primeiro a conquistar duas medalhas na mesma edição do evento.

Nem mesmo ele, acho eu. Não, não pensei. Sabia que estava em grande forma e, depois de fazer a medalha de prata, sabia que estavam bastante bem. Quando tu vês, provavelmente, pensas ‘se calhar vai fazer aqui um bom resultado’. Mas daí a chegar a uma medalha… são uns Jogos Olímpicos. E, muitas das vezes, quem está fora não sabe o que é que se passa nos Jogos Olímpicos. Mas lá toda a gente está a um grande nível e fazer o que ele fez, pois, tem todo o mérito”, declarou à Lusa.

Oliveira confia que o ouro olímpico dos dois jovens “pode mudar” algo no ciclismo nacional, sobretudo “o investimento”, uma vez que tanto o Governo como o público estão mais atentos à modalidade, defendendo que este momento “tem de ser aproveitado”.

Por comparação, lembra que o título mundial de Rui Costa, em 2013, alterou “muito pouca coisa” no panorama luso. “Acho que poderiam ter feito muito mais”, pontuou.

Eu acho que sim, porque aí já move também um bocado o próprio Comité Olímpico. Ou seja, é um resultado bastante interessante, não só para a modalidade, mas também para o país. E um campeão no mundo, acho que é mais só para a modalidade, não mexe tanto social nem politicamente”, respondeu ao ser questionado sobre se o ouro olímpico terá mais impacto.

Assumindo que o feito de Leitão e Oliveira teve particular significado para si, por ter sido alcançado na modalidade que é a sua “paixão”, o ciclista da Vilarinho do Bairro (Anadia), de 35 anos, recordou a passagem por Paris-2024, que decorreu entre 26 de julho e 11 de agosto.

Foi emocionante por saber que provavelmente serão os últimos. Como desportista, logo o que vem a seguir, saberemos depois”, disse, notando que o ambiente da prova de fundo só foi comparável com o de Londres-2012, onde cumpriu a primeira de quatro participações olímpicas.

Os Jogos são diferentes, por estar “a representar o país”, reconhece. “Vais com as cores, vais com a bandeira ao peito, vais com a responsabilidade de estar a representar uma nação e aí, pois, é especial por isso”, acrescentou.

Ciente de que em Los Angeles-2028 já terá 39 anos, Oliveira diz esperar que “daqui para a frente possa haver outros ciclistas com maior valor e que estejam já preparados para começar a fazer os Jogos Olímpicos e que saibam a responsabilidade do que é levar uma bandeira ao peito”.