No Sporting desde 2015, Sebastián Coates é uma das figuras do atual balneário leonino. Após cumprir o jogo 300 desde que chegou a Alvalade, o central de 32 anos concedeu uma extensa entrevista à RTP em que abordou o momento da temporada, assumindo que o mau arranque acabou por ditar a distância que separa os leões do Benfica, no primeiro lugar.
“O problema foi que não começámos muito bem a época. Perdemos pontos e sofremos mais golos do que os que estávamos habituados. Contudo, o grupo trabalhou sempre bem, mas às vezes as coisas não acontecem como queremos. Agora temos de fazer o nosso trabalho, ir jogo a jogo e depois fazemos as contas no fim. Logicamente que está mais difícil, mas temos de fazer a nossa parte, preocupar com o que está ao nosso alcance e depois logo vemos o que os outros fizeram”, explicou.
A cumprir a oitava temporada em Alvalade, Sebastián Coates reconheceu, também, mudanças na forma de jogar graças a Rúben Amorim.
“Não sei se antes tinha falta de confiança, mas agora, com este sistema, conhecemos todos muito bem os movimentos de todos e isso ajuda. Por isso talvez arrisque mais no passe. O mister Amorim é um treinador que puxa por todos os jogadores e quer ajudar-nos a crescer e a melhor. Isso é muito importante porque há sempre alguma coisa que podemos fazer melhor. Aprendi muitas coisas nova com ele e participo mais nos momento-chave, a bola passa por mim quando atacamos”, atirou.
Invasão à Academia
Questionado sobre o melhor e o pior momento que passou no Sporting, Coates não conseguiu estar a isolar situações.
“É difícil escolher só um. As pessoas vão sempre lembrar-se mais dos troféus, mas para mim ser jogador do Sporting sempre foi maravilhoso. Quanto aos momentos menos bons podem ser dentro de campo ou numa fase menos boa, mas em todos eles contei com o apoio do clube, da estrutura e dos adeptos. Isso é o mais bonito para mim”, disse.
Foi então confrontado com a invasão da Academia de Alcochete, em maio de 2018, e o facto de na altura não ter avançado para a rescisão unilateral do contrato.
“É claro que não gostava de ter tido essa experiência, mas aconteceu e temos de aprender sempre com tudo. Naquele momento, quando as coisas não correram bem o grupo manteve-se unido e isso é o mais importante. Além disso, não foram todos os adeptos do Sporting, forma alguns. Por isso, quando precisei de sair de Inglaterra, o clube abriu-me as portas e os adeptos apoiaram-me sempre. Se saísse era voltar as costas a todos os que não se reviam nisto e não me pareceu correto”, asseverou.
Cristiano Ronaldo e Sarabia
O mercado de transferências do Sporting nesta época revolveu em volta de dois nomes sonantes. À procura de sair do Manchester United, Cristiano Ronaldo foi várias vezes associado a um regresso a Alvalade antes de assinar pelo Al Nassr.
“Nunca falámos sobre isso. Sabemos que é sportinguista, mas não comentávamos essa possibilidade porque é uma decisão que não passa por nós. Agora, é claro que seria importante para o clube se ele viesse para cá”, atirou.
O outro nome é o de Pablo Sarabia, peça importante na época passada que no regresso ao PSG tem vindo a perder espaço e procura novamente mais tempo de jogo.
“Não depende mim, mas ele fez um ótimo trabalho aqui. Foi o goleador (21 golos em 45 jogos) da equipa na época passada”, concluiu.