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Combativo Van Gaal enfrenta a crítica da imprensa e responde a Di Maria

Reuters
Van Gaal disse que também teve problemas com Depay no Man. United e agora beijam-se na boca
Van Gaal disse que também teve problemas com Depay no Man. United e agora beijam-se na bocaAFP
O selecionador dos Países Baixos, Louis van Gaal, defendeu esta quinta-feira as suas táticas, reputação e historial ao confrontar os jornalistas noutra conferência de imprensa agressiva antes do embate com a Argentina dos quartos de final do Campeonato do Mundo, no Catar.

Na conferência de imprensa na véspera do jogo, o veterano treinador de 71 anos continuou a sua longa discussão com os jornalistas, críticos das suas táticas no torneio e rápidos a provocar.

A decisão de Van Gaal de abandonar a tradicional abordagem ofensiva e impor uma estratégia de transições rápidas colocou muito dos seus compatriotas de costas voltadas, mas continuou a insistir que essa é a melhor tática para ganhar o Mundial.

"Recebo sempre a mesma pergunta, mas vocês não entendem que o futebol está a evoluir", disse num tom de exasperação, quando questionado sobre se preferia treinar à velha maneira neerlandesa, como o fez no início da sua carreira, ou uma abordagem mais pragmática de contra-ataque, orientada mais para os resultados, que emprega agora.

"É muito mais difícil jogar futebol atacante agora do que era há 20 anos quando eu era treinador do Ajax. Quando criei esse sistema mais defensivo em 2014 (no Mundial do Brasil) também recebi muitas críticas, mas agora metade do mundo joga dessa maneira. O futebol evoluiu nesse sentido". 

"Neste Mundial vemos que os resultados são muito disputados, mesmo entre as grandes equipas e os países supostamente mais pequenos, porque a defesa compacta é mais simples do que atacar. Mas não é verdade que estejamos só a defender. Espero que isso seja claro agora", prosseguiu.

As trocas de argumentos entre Van Gaal e os meios de comunicação neerlandeses misturam a irritação ácida com tentativas de humor para quebrar o gelo, além de uma crescenta recusa em responder a questões que ele acredita serem feitas apenas para o irritar.

"O Brasil faz praticamente o mesmo que a seleção neerlandesa. Têm grandes jogadores técnicos e às vezes tentam avolumar o resultado, mas outras vezes conseguem ser medíocres e pouco atrativos", continuou.

"Mas isso não quer dizer que estejam a jogar mal. Já o disse antes, o Brasil é o grande favorito a meu ver. Nós também somos um país que tem uma hipótese de ser campeão mundial porque eu acredito que somos a melhor equipa", vincou.

"O pior treinador"

Também se defendeu dos comentários feitos por Angel di Maria, que jogou sob Van Gaal no Manchester United e pode atuar pela Argentina na sexta-feira. Di Maria classificou Van Gaal como o pior treinador com quem trabalhou.

"Di Maria é um grande jogador que, quando jogou no Manchester (United), teve muitos problemas na vida privada, incluindo um assalto a caso. Isso influenciou a sua fomra naquele ano. Chamar-me o pior treinador? É um dos poucos jogadores que diz isso. A maior parte diz o oposto", argumentou.

"Não gostei que ele tenha dito isso, é uma pena. Mas às vezes um treinador tem que tomar decisões que não resultam. A mesma coisa aconteceu com o Memphis (Depay), ele também jogou no United, mas agora beijamo-nos um ao outro, na boca. Não vamos fazer isso aqui e agora", gracejou.

O avançado, agora no Barcelona, ficou no banco de suplentes na malfadada meia-final do Mundial no Brasil, quando os Países Baixos falharam o acesso à final ao perder com a Argentina nas grandes penalidades, mas desta vez espera-se que seja titular.

"Em 2014 estava lá e as coisas acabaram ligeiramente diferentes (do que queríamos), mas gostaria de mudar isso agora", disse ao lado do treinador.

Um lugar na meia-final está agora em jogo, contra o Brasil ou a Croácia, e Van Gaal, pela terceira vez ao comando dos neerlandesas, sabe que a equipa precisa de se elevar.

"O torneio vai começar realmente amanhã (sexta-feira) para nós, se bem que, claro, não quero retirar importância aos outros países que fomos capazes de vencer. Mas a Argentina e o Brasil, com quem poderemos jogar a seguir, são bem diferentes das equipas que ganhámos na fase de grupos e nos oitavos".

A última vez que a Albiceleste e a Laranja Mecânica se encontraram nos quartos de final de um Mundial foi em 1998, quando os Países Baixos ganharam com um golo mágico de Dennis Bergkamp nos últimos minutos.

"Foi um momento incrível para o país e que golaço! O jogo vai ser decidido em certos momentos. Se conseguirmos um desses momentos, podemos passar", disse Depay.

Lionel Messi, sete vezes vencedor da Bola de Ouro, vai tentar colocar um ponto final na sua espera por um título mundial com a Argentina, depois de perder a final com a Alemanha no prolongamento, no Brasil. 

"Não vamos revelar as nossas táticas (sobre como parar o Messi). Seria muito estúpido se o fizéssemos. Mas não é difícil arranjar uma resposta, é bloquear e cortar as linhas de passe", apontou o treinador.

Van Gaal vai retirar-se depois do Campeonato do Mundo, mas disse que poderia ser tentado a trabalhar mais um pouco se o desafio certo surgisse.

"Nunca podes dizer nunca. Mas tenho 71 anos agora... mas continuo a parecer um Deus!", concluiu, antes de rir à gargalhada e sair da sala.