Nem todos os interessados poderão assistir aos Jogos Olímpicos. Em primeiro lugar, todas as pessoas que pretendam obter uma acreditação para o evento devem ser submetidas a um controlo de segurança minucioso por parte de investigadores, que actuam com total discrição.
O objetivo dos agentes é garantir que os atletas, treinadores, jornalistas e voluntários autorizados a assistir aos Jogos não representam uma ameaça para a segurança do evento, incluindo sobretudo a ameaça do terrorismo, que é muito elevada em França.
"A acreditação não pode ser emitida pelo comité organizador antes de ser efetuado um controlo de segurança", sublinhou o diretor do Serviço Nacional de Investigação Administrativa de Segurança (SNEAS), Julien Dufour.
O pessoal de segurança, incluindo 22.000 pessoas do setor privado, e os 45.000 voluntários, são igualmente sujeitos a controlos. No entanto, o controlo obrigatório só é efetuado para as pessoas destacadas para trabalhar em zonas protegidas específicas.
"Temos em conta que também vamos efetuar controlos das pessoas que vivem na zona", acrescentou o chefe do SNEAS.
Se o controlo não detetar qualquer risco para a segurança, o SNEAS emite um parecer sem oposição, o que equivale a uma luz verde para a pessoa em questão. No entanto, se o nome da pessoa constar de um dos dossiers, o investigador avalia, com base nos documentos, se ela pode representar um risco em relação ao seu papel nos Jogos Olímpicos.
De acordo com Dufour, se o processo de uma pessoa mostrar que estava a conduzir sob o efeito do álcool, ela pode ser designada para trabalhar num evento na capital francesa, onde a sua tarefa será reparar equipamentos, por exemplo. No entanto, se for para conduzir autocarros, a decisão será diferente.
O SNEAS pode emitir um parecer "fundamentado" de não conformidade, caso em que o pedido de acreditação será rejeitado.
A organização estima que deverá ser efetuado um milhão de inspeções para os Jogos de Paris.
Assegurar a segurança dos Jogos Olímpicos é da responsabilidade das autoridades locais da cidade organizadora. Segundo o The Guardian, para o evento de Londres-2012, o Ministério do Interior britânico efectuou quase 500.000 controlos, que resultaram em 100 recusas.