Fórmula 1: Pontos de discussão depois do GP da Arábia Saudita
Falando depois de o neerlandês ter liderado Sergio Perez para mais uma dobradinha no Grande Prémio da Arábia Saudita, Horner deixou clara a sua opinião de que ninguém é maior do que a equipa - nem mesmo um tricampeão mundial.
Entretanto, num fim de semana de emoções fortes, o jovem britânico Oliver Bearman terminou nos pontos na estreia na F1 com a Ferrari.
A AFP Sport analisa três coisas que aprendemos sob as luzes do Circuito Corniche de Jeddah no sábado:
Horner e o futuro de Verstappen
O chefe de equipa da Red Bull, sob pressão, escolheu o ataque como a melhor forma de defesa quando procurou recuperar o controlo da narrativa e do futuro de Verstappen no rescaldo da sua 56.ª vitória na carreira.
Procurando mudar o foco após semanas em que foi o centro das atenções, o britânico de 50 anos, que foi ilibado de conduta imprópria em relação a uma colega por uma investigação interna, proclamou o poder unificado da Red Bull.
"É como tudo na vida, não se pode forçar alguém a estar num lugar só por causa de um pedaço de papel", disse Horner, respondendo à ameaça velada de Verstappen de deixar a equipa se o seu mentor Helmut Marko fosse suspenso ou afastado.
"Se alguém não quiser estar nesta equipa, então não vamos forçar alguém contra a sua vontade a estar aqui. Isto aplica-se quer seja um trabalhador na fábrica, ou designer ou alguém nas funções de apoio: é transversal a toda a empresa. Nenhum indivíduo é maior do que a equipa. Ouvimos o que Max tem a dizer, mas a equipa tomará sempre as decisões certas para a equipa", apontou.
Bearman é vencedor... para a Netflix e a Ferrari
A frieza, o bom humor e a velocidade controlada de Oliver Bearman ao volante fizeram dele a estrela do espetáculo e um vencedor tanto para a Ferrari como para a Netflix, criadora da série "Drive to Survive", bem como para a Fórmula 1.
O talento e a personalidade do jovem de 18 anos foram a antítese perfeita da saga da Red Bull e provocaram um sorriso de admiração em todo o paddock.
Mesmo que Carlos Sainz recupere rapidamente de uma apendicite e regresse na Austrália no final deste mês, Bearman fez o suficiente para sugerir que, aos 18 anos e 305 dias, é alguém a ter em conta - e estabeleceu uma fasquia elevada para a chegada do sete vezes campeão Lewis Hamilton, com o dobro da sua idade, no próximo ano.
Hamilton quer mudanças na Mercedes
Depois de 47 corridas sem vencer, a necessidade de Hamilton de um carro que possa competir com a Ferrari e a Red Bull ficou bem patente quando terminou em nono lugar em Jeddah e ganhou mais crédito nos meios de comunicação por elogiar e felicitar Bearman do que por perseguir a vitória número 104.
Após a corrida, sugeriu que a Mercedes precisa de fazer "grandes mudanças", pois ficou com a sensação de que corria numa "categoria diferente" da dos seus rivais nas secções de alta velocidade.
"Vamos continuar a trabalhar", prometeu o antigo campeão do mundo. "Precisamos de grandes mudanças".
A chegada de Bearman também acentuou que Hamilton está no outono de sua carreira e não pode esperar muito mais tempo - seja com a Mercedes ou com a Ferrari, que foi a segunda equipa mais rápida - por melhorias.