MotoGP estreia-se na Índia à procura de emoções fortes
Duas semanas depois do Grande Prémio de San Marino, em Misano, que viu o espanhol Jorge Martin (Ducati-Pramac) aproximar-se do atual campeão e líder Francesco Bagnaia (Ducati), o paddock inicia uma longa digressão asiática no circuito de Buddh, que recebe o motociclismo pela primeira vez depois de ter acolhido a Fórmula 1 em três ocasiões (2011-2013).
Partida para o desconhecido
Se o fiasco administrativo foi evitado à última hora, devido aos vistos que quase não chegaram, o que causou grandes dificuldades para viajar, a luta anunciar-se muito intensa numa pista que nenhum dos pilotos experimentou.
Vão partir para o desconhecido, o que permite uma certa igualdade, com duas sessões de treinos prolongadas por dez minutos esta sexta-feira. A partir daí, é o desempenho das "máquinas" que vai fazer a diferença.
Bagnaia, prejudicado em Misano após uma queda espetacular uma semana antes em Barcelona, ainda tem 36 pontos de vantagem sobre Martin, que venceu o sprint e a corrida em San Marino.
O italiano espera recuperar a forma no calor indiano. "Ainda não estou a 100%, mas sinto-me melhor do que em Misano e sei onde não tenho de forçar demasiado", disse Bagnaia numa conferência de imprensa na quinta-feira.
"Espero ser competitivo aqui também. Gosto muito da pista, embora seja diferente da que estamos habituados, por isso este fim de semana deve ser emocionante", disse Martin.
Após várias voltas de reconhecimento, a segurança do traçado parece ser uma preocupação menor para os pilotos, que emitiram reservas antes de descobrirem o circuito, queixando-se de que a pista estava demasiado perto dos muros em algumas zonas.
"Esperamos bancadas cheias"
"Percorri-o duas vezes a pé ontem e uma vez esta manhã. Sinceramente, acho que fomos um pouco duros antes de virmos e vermos como era realmente", disse o espanhol Pol Espargaró (Gasgas-Tech 3).
"Penso que é muito melhor do que todos esperávamos.Diria que não há nada a criticar, embora haja partes que podem obviamente ser melhoradas, como nos outros circuitos", acrescentou.
O francês Johann Zarco (Ducati-Pramac) disse que conhece o circuito indiano "de cor" graças a um vídeojogo que jogou algumas tardes para se familiarizar. Uma vez ali, percorreu-a de bicicleta por 11 vezes e a pé outras duas.
O outro francês na grelha, Fabio Quartararo (Yamaha), confessou que não conhece bem a pista, tendo apenas visto "alguns vídeos de corridas de F1" e dado uma volta de bicicleta.
O campeão do Mundo em 2021 não parece muito confiante antes das primeiras voltas à pista na sexta-feira: "Vamos ver quais são as condições. Mas se não houver muita aderência, será ainda mais difícil para nós, já para não falar da longa reta que não nos favorece".
O MotoGP é muito popular nas redes sociais indianas, mas a afluência ao circuito, situado a sul da capital, Nova Deli, é desconhecida.
"Esperamos que as bancadas estejam cheias, com 70.000 espectadores", disse à AFP Carmelo Ezpeleta, diretor-geral da organizadora do Campeonato do Mundo, Dorna, que está confiante no sucesso do novo local.
Já Miguel Oliveira, também tentou a sua sorte no críquete, mas acabou por acertar num fotógrafo...