Perfil: Determinação é a força de Martinator
Nascido em 29 de janeiro de 1998, em Madrid, Martinator sucede a Il Dottore, o emblemático Valentino Rossi, que em 2001 foi campeão mundial da categoria rainha estando numa equipa independente, então na Nastro Azzurro Honda.
No entanto, o piloto da Pramac Ducati foi o primeiro a consegui-lo desde a criação da categoria MotoGP, em 2002, cujas motas de arquitetura a quatro tempos vieram substituir as brutais motas de 500cc de cilindrada a dois tempos.
Bater os recordes do ídolo Rossi foi mesmo um dos sonhos de criança do madrileno, que descobriu o mundo das duas rodas quando o pai lhe ofereceu uma minimota em criança.
Começou pelas categorias de iniciação e foi aceite na Red Bull Rookies Cup, uma competição que acompanha algumas provas do Campeonato do Mundo, em 2012. Mas uma lesão afetou o seu ano de estreia.
Recuperado, mostrou a sua força em 2013, em que foi vice-campeão, atrás do checo Karel Hanika. No ano seguinte, não falhou e conquistou mesmo o título, o que lhe garantiu a subida ao Campeonato do Mundo de velocidade, no qual se estreou em 2015, na categoria de Moto3.
Impetuoso e agressivo, é um dos mais rápidos do pelotão mas a fogosidade custa-lhe, regularmente, quedas e lesões. Foi o que aconteceu em 2018, ano em que foi campeão de Moto3, apesar de uma lesão a meio da temporada.
Mestre nas qualificações, somou pole positions em metade das corridas dessa época, as mesmas com que o seu grande rival na luta pelo título deste ano, o italiano Francesco Bagnaia (Ducati), bateu Miguel Oliveira na luta pelo título de Moto2.
Ora, a passagem de Martinator pela categoria intermédia começou em 2019, substituindo o piloto português, que ascendeu à MotoGP nessa temporada.
A Moto2 serviu de trampolim para o espanhol chegar ao MotoGP, em 2021.
O ano de estreia ficou marcado por uma violenta queda sofrida no Autódromo Internacional do Algarve (AIA), em Portimão, no Grande Prémio de Portugal. Partiu oito ossos e falhou quatro corridas nessa temporada. Ainda assim, garantiu o título de Estreante do Ano (Rookie of the Year).
No ano seguinte, voltou em força e com promessas de bons resultados. Conquistou cinco pole positions mas não conseguiu traduzir nenhuma em vitória e, no final de 2022, foi preterido a favor do italiano Enea Bastianini para um dos lugares na equipa oficial.
Essa desilusão deu-lhe mais motivação para ser o principal adversário de Pecco Bagnaia na luta pelo título em 2023, que discutiu até à última prova, desafiando a equipa oficial do construtor transalpino.
Mas, a impetuosidade levou-o a cometer erros que provocaram quedas e lhe custaram muitos pontos, sobretudo na segunda metade da época. Apesar das quatro vitórias ao domingo e nove em corridas sprint, falhou o título mundial, perdido para Bagnaia, que se sagrou bicampeão.
Aprendeu a lição e, em 2024, apresentou-se mais forte psicologicamente, cometendo menos erros, mas voltou a ser preterido no salto para a equipa oficial, agora pelo compatriota Marc Márquez. Agastado, optou por deixar mesmo o universo da Ducati e assumir um lugar na estrutura oficial da Aprilia a partir de 2025.
A grande vingança será consumada no arranque da nova época, quando levar consigo o número 1, de campeão, para a nova equipa.