Jorge Martín pode ser o primeiro campeão mundial independente no MotoGP
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O piloto madrileno, de 26 anos, corre pela equipa independente Prima Pramac, com uma Ducati, e chega ao Grande Prémio da Malásia deste fim de semana, penúltima ronda da temporada, a precisar de fazer mais 21 pontos do que o seu único adversário na luta pelo título, o italiano Francesco Bagnaia (Ducati), bicampeão em título.
Com 17 pontos de vantagem sobre o italiano numa altura em que estão em disputa 74, Jorge Martín precisa de somar pelo menos mais 21 do que Bagnaia no cômputo das duas corridas do fim de semana (sprint no sábado e corrida principal de domingo) para chegar à última ronda, em Valência, com pelo menos 38 pontos de avanço.
A corrida sprint vale 12 pontos ao vencedor e a principal 25 (num total de 37 pontos para o vencedor das duas).
O piloto madrileno tem, por isso, à sua disposição uma larga combinação de resultados, mas, na melhor das hipóteses, basta-lhe terminar atrás de Pecco Bagnaia na corrida sprint (independentemente do lugar) se vencer a corrida de domingo e o italiano não fizer melhor do que 14.º lugar.
Nesse caso, Jorge Martín entraria para a história do Mundial de Velocidade como o primeiro campeão da categoria rainha enquanto piloto de uma equipa independente, ao cabo de 75 edições.
A regularidade tem sido o fator decisivo a favor de Martín, que soma este ano três triunfos em corridas ao domingo contra os nove de Bagnaia, que conquistou os títulos de 2022 e 2023, pelo que não pode terminar empatado em pontos pois o número de vitórias é fator de desempate.
Ainda assim, os nove triunfos em corridas principais e os sete em corridas sprint valem ao campeão apenas o segundo lugar do campeonato, enquanto o espanhol junta aos triunfos de domingo em Portugal, França e Indonésia às vitórias em seis corridas sprint.
No entanto, o piloto madrileno ficou a zero apenas duas vezes (quedas em Espanha e Alemanha, provas em que venceu as respetivas corridas sprint), enquanto o bicampeão mundial em título já leva três corridas sem pontos (Portugal, Aragão e Emilia Romagna, sendo que, nesta última, venceu a corrida sprint).
Para além disso, Bagnaia soma um quinto lugar (Américas), quatro terceiros (França, Grã-Bretanha, Indonésia e Austrália) e um segundo (San Marino).
Jorge Martín, por sua vez, para além de duas quedas, conta um 15.º lugar em San Marino.
Para além desse resultado negativo, soma um quarto (Américas) e dois terceiros (Catar e Itália), garantindo o segundo lugar sempre que não pôde vencer, o que aconteceu na Catalunha, Países Baixos, Alemanha, Grã-Bretanha, Áustria, Aragão, Emilia Romagna, Japão, Austrália e na Tailândia.
A possibilidade de chuva - assim como as quedas - é sempre um fator a ter em conta na Malásia, que acolhe a corrida deste fim de semana, no circuito de Sepang.
Nascido em Madrid a 29 de janeiro de 1998, Jorge Martín estreou-se no Mundial de Velocidade em 2015, na categoria de Moto3, depois de ter dominado a Rookies Cup, uma categoria de iniciação.
Impetuoso e agressivo, é um dos mais rápidos do pelotão mas a fogosidade custa-lhe, regularmente, quedas e lesões. Foi o que aconteceu em 2018, ano em que foi campeão de Moto3, apesar de uma lesão a meio da temporada.
A passagem pela Moto2 serviu de trampolim para o MotoGP, onde chegou em 2021. No final de 2022 foi preterido a favor do italiano Enea Bastianini para um dos lugares na equipa oficial e isso deu-lhe mais motivação para ser o principal adversário de ‘Pecco’ Bagnaia na luta pelo título em 2023, que discutiu até à última prova.
Em 2024, tem-se apresentado mais forte, cometendo menos erros, mas voltou a ser preterido no salto para a equipa oficial, agora pelo compatriota Marc Márquez, pelo que optou pela Aprilia a partir de 2025. E quer levar consigo o número 1, de campeão.