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Distinção do COI simboliza "admiração do movimento olímpico" por Constantino

LUSA
Homenagem realizada a José Manuel Constantino
Homenagem realizada a José Manuel ConstantinoANDRÉ KOSTERS/LUSA
A atribuição do Troféu do Presidente do Comité Olímpico Internacional (COI) a José Manuel Constantino representa “o respeito e a admiração do movimento olímpico pelo seu trabalho incansável”, considerou o presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP).

“Ao recebermos o Troféu do Presidente do COI, temos a oportunidade de reconhecer não apenas as conquistas do José Manuel, mas também a importância deste momento, que simboliza o respeito e a admiração do movimento olímpico pelo seu trabalho incansável. É um momento que celebra o seu compromisso e dedicação ao desporto, aos seus protagonistas, aos atletas e a Portugal. A sua crença de que servir o COP e o olimpismo não é um favor, mas uma obrigação, é um testemunho da sua integridade e do seu compromisso inabalável com os valores olímpicos”, evidenciou Artur Lopes.

O atual máximo dirigente desportivo nacional, que sucedeu no cargo ao amigo José Manuel Constantino, falecido em 11 de agosto, aos 74 anos, discursava na cerimónia de atribuição ao anterior presidente do COP, a título póstumo, do Troféu do Presidente do COI, um prestigioso prémio para colaboradores internacionais do movimento olímpico.

Ao iniciar a sua intervenção, Artur Lopes tinha destacado o “profundo sentimento de perda e gratidão” relativo a “um homem que deixou uma marca indelével no desporto português”.

“Ao longo da sua presidência no COP, que começou em 26 de março de 2013, ele não apenas liderou com visão, mas também serviu o desporto com paixão e dedicação e intransigente sentido de missão e serviço público”, reforçou.

Sob a liderança de Constantino, “Portugal não brilhou apenas no cenário desportivo nacional, mas também no cenário desportivo mundial”, defendeu, notando que o seu antecessor esteve presente durante as melhores prestações olímpicas de Portugal, conquistando quatro medalhas em Tóquio-2020 e em Paris-2024, após a estreia no Rio em 2016

“(Constantino) destacou a importância do trabalho em equipa, da resiliência, da excelência, transformando a missão deste Comité Olímpico nas mais diversas dimensões de valorização social do desporto, prestando um inestimável contributo para projetar o desenvolvimento do desporto do país. Para ele, o desporto é um bem público, que socialmente vale mais do que custa. Toda a sua carreira e toda a sua intervenção cívica são disso um testemunho, numa luta intransigente sem regatear esforços até ao seu último dia de vida”, vincou.

José Manuel Constantino, morreu em 11 de agosto, aos 74 anos, vítima de doença prolongada, poucos dias depois de ter acompanhado a Missão portuguesa em Paris2024.

“O seu legado intelectual e humano permanecerá como uma fonte de inspiração para todos nós”, acrescentou Artur Lopes, lembrando que o seu antecessor “foi um pensador cimeiro sobre o fenómeno desportivo”.

“Ao assumir o seu legado, sinto uma enorme responsabilidade de continuar a sua ética de trabalho, mantendo o foco no bem-estar dos nossos atletas e na promoção dos valores que ele tanto prezava. Agradeço a todos os que têm contribuído para o desporto em Portugal e continuam a trabalhar incansavelmente para honrar o legado de José Manuel Constantino. Que possamos todos nos inspirar na sua memória e no seu exemplo, aqui reconhecido pelas mais importantes figuras do movimento olímpico, para promover um futuro que aspiramos para o desporto e para os nossos atletas”, concluiu.

Já o secretário de Estado do Desporto começou o seu discurso dirigindo-se a Thomas Bach, dizendo que o Governo “aplaude efusivamente a iniciativa do COI e do seu presidente de homenagear a título póstumo o comendador José Manuel Constantino, consensualmente considerado o verdadeiro pensador do desporto português”.

“Pautou-se sempre pela discrição, sem nunca abdicar do ativismo cívico, foi um líder sem medo de defender os seus princípios”, descreveu Pedro Dias, considerando que o homem que presidiu ao COP desde 2013 “fica na história do desporto”.

Para o secretário de Estado, Constantino era “um homem livre” e tinha acima de tudo “uma capacidade de raciocínio, oratória e pensamento crítico absolutamente extraordinária”.

“Tinha uma visão muito esclarecida e iluminada como e sobre como podia ser o desenvolvimento desportivo no nosso país”, completou.

Pedro Dias defendeu que o desporto português aprendeu com José Manuel Constantino, que “deixou uma enorme saudade em todos os que tiveram o privilégio de consigo privar”.

“A sua dedicação ao olimpismo manifestou-se até ao último momento da sua vida, até ao encerramento dos Jogos Olímpicos de Paris, que coincidência, no preciso momento em que a chama olímpica se apagou. Continuaremos a citar o seu nome e a recordar a sua extraordinária obra”, terminou.