Publicidade
Publicidade
Publicidade
Mais
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Dos preços do metro à Rússia: organizadores dos Olímpicos enfrentam desafios difíceis

Os preços do metro de Paris vão duplicar durante os Jogos Olímpicos, passando para 4,30 euros
Os preços do metro de Paris vão duplicar durante os Jogos Olímpicos, passando para 4,30 eurosProfimedia
A menos de oito meses dos Jogos Olímpicos de Paris, os organizadores e o Governo francês estão a entrar num período difícil, e as fissuras nos preparativos do certame estão a afetar as relações.

As principais áreas de preocupação são as questões ambientais em torno do local de surf no Taiti, a segurança da cerimónia de abertura sem precedentes no rio Sena, a eficiência dos transportes públicos na região de Paris e, claro, a sombra da invasão da Ucrânia pela Rússia.

A confusão dos transportes públicos

A raiva e a irritação que envolveram as deslocações dos parisienses ao longo dos últimos 18 meses transbordaram para a arena política.

Em meados de novembro, a presidente da câmara socialista, Anne Hidalgo, declarou que o sistema de transportes da cidade "não estaria pronto" para o verão de 2024. Uma declaração honesta, mas pouco diplomática, que motivou mesmo a ira do Governo francês.

O ministro dos Transportes, Clement Beaune, admitiu que "ainda há trabalho a fazer" e acusou o presidente da Câmara de "traição política".

Valerie Pecresse, que é presidente da região parisiense e, por conseguinte, responsável por questões mais vastas relacionadas com os transportes, causou furor ao anunciar que o preço dos bilhetes de metro iria duplicar durante os Jogos Olímpicos, passando para quatro euros. A Câmara Municipal de Paris pediu que as tarifas fossem revistas.

Entretanto, o ex-primeiro-ministro Jean Castex, admitiu que a rede está "obsoleta", com "pelo menos oito" linhas que já não podem prestar "um serviço público de qualidade".

O Comité Olímpico Internacional (COI) disse diplomaticamente estar "tranquilo", mas descreveu a operação de transporte como "extremamente complexa".

Receio da cerimónia de abertura

Desde o momento em que foi anunciado que a cerimónia de abertura se realizaria no rio Sena, surgiram dúvidas sobre a sua viabilidade e segurança. Um longo troço de rio é, por natureza, mais difícil de policiar do que um estádio.

O intensificar da guerra entre Israel e o Hamas, seguido do assassinato de um professor em França por um antigo aluno islamita e de um ataque fatal com uma faca perto da Torre Eiffel, a 2 de dezembro, que custou a vida a um turista alemão, fizeram com que os motivos de preocupação em França aumentassem.

Até que ponto se sentirão seguros os atletas, os chefes de Estado e até mesmo o público?

A delegação americana, numa apresentação sobre as zonas de segurança, manifestou a sua "confiança" sobre o assunto na quinta-feira, enquanto a ministra francesa dos Desportos, Amelie Oudea-Castera, deu uma resposta ambígua aos apelos para uma opção alternativa: "Não existe um plano B, mas sim um segundo plano".

A saga do local de competição do surf

Depois de muitas reviravoltas, as competições de surf vão realizar-se na Polinésia Francesa, tal como planeado, declarou o presidente regional, dando por terminada a polémica entre organizadores, autoridades e grupos ambientalistas.

O líder polinésio Moetai Brotherson disse à AFP, no domingo, que uma reunião com as associações ambientalistas tinha produzido "uma solução" que permitia a realização da competição em Teahupo'o, na ilha do Taiti.

O debate sobre a adequação da ilha como anfitriã das competições tem sido aceso há semanas, tendo atingido o seu ponto mais alto no início deste mês, depois de um batelão de construção, utilizado para instalar uma nova torre de juízes no mar, ter quebrado corais durante os testes.

Oudea-Castera descartou a possibilidade de transferir os eventos olímpicos de surf, afirmando que não havia local alternativo, mas criticou o que confessou ter sido um teste "mal preparado".

A costa atlântica de França alberga algumas das mais famosas praias de surf da Europa e as autoridades locais tinham esperança de acolher os eventos.

O dilema da Rússia

Desde que os tanques russos entraram na Ucrânia, em fevereiro de 2022, tem havido dúvidas sobre a presença nos Jogos Olímpicos de Paris de atletas russos e da sua aliada Bielorrússia.

Na sexta-feira, o Comité Olímpico Internacional (COI) deu finalmente luz verde à participação destes atletas, embora sob uma bandeira neutra e sujeita a condições rigorosas.

Não serão admitidas equipas, apenas indivíduos que não apoiem ativamente a guerra na Ucrânia e que não tenham contrato com as forças armadas.

O COI afirma que, atualmente, apenas 11 atletas - oito russos e três bielorrussos - se qualificaram e cumprem estes critérios.

Moscovo denunciou as condições "discriminatórias", enquanto Kiev protestou que a decisão do COI "encoraja a Rússia e a Bielorrússia a continuarem a sua agressão armada contra a Ucrânia".

O presidente da Associação Mundial de Atletismo, Sebastian Coe, deixou clara a sua posição: "Poderão ver atletas russos ou bielorrussos sob bandeiras neutras em Paris, mas não no atletismo".

Os apelos a uma proibição geral entre a Rússia e a Bielorrússia deverão aumentar à medida que o número de civis ucranianos mortos - que a ONU contabilizou em novembro como sendo pelo menos 10.000 - continua a aumentar.

Menções