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Eleições de atletismo: Fernando Tavares rejeita continuidade e quer mudar gestão

Fernando Tavares é candidato à presidência da FPA
Fernando Tavares é candidato à presidência da FPAFPA
Fernando Tavares propõe “uma maneira diferente de gerir” a Federação Portuguesa de Atletismo (FPA), rejeitando uma ideia de continuidade ao reinado de Jorge Vieira, ao qual quer suceder depois de o ter coadjuvado nos três mandatos.

“Não é, de maneira nenhuma, de continuidade. Temos a noção de que estas direções, dos últimos três mandatos, conseguiram com os associados fazer coisas muito importantes. O atletismo está melhor do que quando entrámos. Mas há muita coisa por fazer”, afirma, em entrevista à Lusa, o candidato pela Lista C às eleições para o quadriénio 2024-2028.

Além de “projetos e ideias que não foram concretizados”, Fernando Tavares, de 61 anos, propõe “uma maneira diferente de gerir a modalidade, quer em termos de alguns aspetos estruturantes do programa, quer da equipa”, mas, sobretudo, “de liderança”.

“Queremos uma liderança de equipa, coisa que, na minha opinião, não aconteceu como gostaria nos últimos anos desta direção. Nesse sentido, somos muito diferentes. (...) (No programa), apresentamos concretamente propostas, medidas, ações, algumas fruto de contributos dos associados que ouvimos”, reforça.

À semelhança do candidato da lista A, Paulo Bernardo, também Tavares se mostra desconfortável com a exclusão da lista B, liderada por Domingos Castro, por irregularidade na entrega dos documentos de identificação dos seus elementos.

“A nossa candidatura gostava muito que os três candidatos fossem a votos. Achamos que íamos ganhar, temos a melhor equipa, temos o melhor projeto, queremos trabalhar a sério com os associados numa gestão partilhada. Agora, não temos nada a ver com a situação criada”, comenta.

Entre as propostas mais fortes da candidatura de Fernando Tavares, que esteve nos últimos quatro anos à frente do Alto Rendimento, está uma “mudança radical” de modelo de equipa técnica, atualmente assente num Diretor Técnico Nacional (DTN) e técnicos de vários setores.

“Em vez de termos um diretor técnico nacional, vamos ter seis pessoas a dirigir a área técnica. Dois no alto rendimento, dois na seleção e retenção de talentos e seleções jovens, um no atletismo promocional e desenvolvimento regional, e um num gabinete de performance, estudos e planeamento”, diz.

A mudança visa envolver toda a estrutura, do presidente aos atletas, na “vontade de ser campeões”, notando ainda uma gestão “mais partilhada com os associados”, a tentativa de potenciar o financiamento das associações regionais, a criação de um gabinete de marketing e mudanças metodológicas e no espírito da liderança.

O aumento do número de atletas, que neste momento excede os 23 mil, é outro dos desígnios, com iniciativas como a filiação temporária de atletas estrangeiros, a obtenção de mais vantagens para o atleta filiado e a filiação de pessoas ligadas à modalidade em várias funções.

Quanto ao subfinanciamento do setor, que Tavares considera “a questão de fundo do desporto português”, a candidatura pretende “colocar na agenda a redistribuição do dinheiro das apostas desportivas” e, por outro lado, a reivindicação de mais espaço na televisão pública para “modalidades que não o futebol”.

De resto, o vice-presidente da FPA desde 2017 espera que se aproveitem ideias das várias candidaturas para o futuro do atletismo, ganhe ou não o elenco que lidera: “Havendo ideias boas, em qualquer candidatura, a vencedora pode e deve aproveitar as ideias. Quanto às pessoas, depende, pode ou não acontecer”.

As eleições para a FPA vão realizar-se no sábado, entre as 15:00 e as 17:00, no auditório do Centro de Medicina Desportiva, no Estádio Universitário de Lisboa, tendo como eleitores 65 delegados – 44 em representação das associações regionais (dois por cada), cinco dos atletas, cinco dos treinadores e outros tantos dos juízes, três dos atletas veteranos, dois dos organizadores de provas e um da Associação de Trail Running de Portugal.

As eleições da FPA estão, para já, marcadas pela exclusão da Lista B, encabeçada por Domingos Castro, que avançou com uma providência cautelar no Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) e no Tribunal Central Administrativo Sul (TCAS), depois de a MAG federativa ter indeferido uma reclamação apresentada pelo antigo atleta, tendo em vista revogar o afastamento das eleições da lista e impugnar o ato eleitoral.

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