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Eleições na Natação: António Silva sai satisfeito com resultados e com a estrutura

LUSA
António Silva lidera a Federação Portuguesa de Natação
António Silva lidera a Federação Portuguesa de NataçãoFederação Portuguesa de Natação
O presidente da Federação Portuguesa de Natação (FPN) conclui três mandatos “surpreendido” pela positiva com os resultados alcançados ao nível do alto rendimento e convicto de que deixa uma organização “diferente, para melhor”.

Até eu fiquei surpreso com o conjunto de resultados que foram alcançados em diferentes níveis da natação portuguesa”, disse António Silva, em entrevista à agência Lusa, destacando a importância do plano estratégico definido no primeiro mandato.

António Silva explica que o plano “que envolveu todos os parceiros – atletas, treinadores, árbitros, clubes, associações, pais e comunicação social - foi dividido em quatro grandes vetores: massificação e a democratização da prática, a regulação da atividade nacional, o alto rendimento, e a sustentabilidade”.

O ainda líder da FPN, que será substituído após as eleições agendadas para sábado - às quais concorrem Miguel Arrobas e Rui Sardinha – destaca no âmbito da massificação da prática “o programa Portugal a Nadar e a certificação de clubes”, que permitiu subir de 13.000 atletas filiados em 2013 para 103.000 em 2023, lembrando que “no período pré-pandemia o número de filiados atingiu os 119.000”.

António Silva, que também lidera a European Aquatics (LEN), lembra que a FPN foi, em 2014, a primeira federação a “assumir a integração plena de todas as classes de deficiência, desde a formação até o alto rendimento, na multideficiência, a intelectual, auditiva, visual e motora”.

Ao nível do alto rendimento, António Silva destaca a afirmação definitiva do Centro de Formação em Rio Maior, a criação dos dois centros de treino de alto rendimento, no Jamor e em Coimbra, a contratação de “equipas técnicas à altura das exigências do alto rendimento desportivo em Portugal”, e o lançamento do dueto olímpico de natação artística.

Caso pudesse cumprir mais um mandato, António Silva daria continuidade a vários programas, entre os quais o Portugal Nadar, que define como paradigmático, porque “permite aumentar a base de filiados na rede da federação”, bem como aumentar a qualidade da intervenção face à certificação das escolas de natação”.

O líder federativo define também como “fundamental” para a sustentabilidade económica “os contratos-programa com as autarquias para certificação e contratação de técnicos”, e a “aposta inequívoca na organização de eventos internacionais”.

Quando assumiu o cargo, em fevereiro de 2013, o orçamento da FPN teve uma redução da tutela de 26,1%, passou de 1,7 milhões para 1,4 milhões, e nós tivemos que acomodar isto, à custa de cortes”, afirma, lamentando a dependência que as federações com utilidade pública têm do Estado.

António Silva orgulha-se de ao longo da sua gestão o orçamento federativo ter crescido progressivamente, e de “em 2023 ter rondado os nove milhões de euros, com uma dependência estatal de apenas 25%”.

O resto são receitas próprias, que vieram da capacidade de criar programas estruturantes que, ao mesmo tempo, permitissem alavancar os nossos programas de atividade e sustentá-los financeiramente, e da organização de eventos internacionais”, refere.

António Silva, professor catedrático na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, assume o apoio a Rui Sardinha, atual vice-presidente, nas eleições de sábado, lembrando que o candidato esteve com ele durante 12 anos a “trabalhar com base em princípios que permitiram levar a natação ao estado em que está atualmente”.

Nunca me ouvirão dizer mal do outro candidato, que é o Miguel Arrobas, aliás tenho uma boa relação com ele, mas não conseguiria nunca assumir uma posição de apoio à sua candidatura, não por ele, mas pelo conjunto de pessoas que a suportaram”, esclarece à Lusa.

De saída da FPN, e indisponível para assumir a curto prazo cargos no dirigismo nacional, António Silva elege como o melhor momento dos três mandatos o ouro de Diogo Ribeiro nos 100 metros mariposa nos Mundiais disputados em janeiro passado no Qatar, simbolizando com a esta conquista “os resultados do último ciclo olímpico”.

O dirigente lembra a emoção única que foi assistir “numa piscina cheia de gente, ver a bandeira portuguesa a subir e o ouvir o hino numa competição de âmbito mundial absoluta de elite”, colocando do lado oposto o cancelamento da organização em Portugal dos Europeus de piscina curta em Lisboa, em 2021, depois de a câmara da capital ter retirado o apoio financeiro.

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