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Eleições no ciclismo: Cândido Barbosa acredita que pode ser "mais-valia" na federação

LUSA
Cândido Barbosa candidato à federação
Cândido Barbosa candidato à federaçãoFPC
Cândido Barbosa acredita que pode ser uma “mais-valia” como presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC), apontando a formação e a igualdade de oportunidades para todas as vertentes como fulcrais no seu projeto para o futuro da modalidade.

Em entrevista à agência Lusa, o líder da lista C reiterou que avançou com uma candidatura à sucessão de Delmino Pereira, nas eleições de sábado, por sentir que “havia vários agentes da modalidade muito preocupados com o futuro do ciclismo” e que estava na hora de devolver aquilo que a modalidade lhe deu.

Quase tudo o que eu tenho devo, efetivamente, ao meu esforço, e a tudo o que o ciclismo me proporcionou. Naturalmente, achei um desafio interessante. (…) Acho que posso ser uma mais-valia para a modalidade e para todos aqueles que estão ligados à mesma, desde atletas, a dirigentes, treinadores, associações regionais, patrocinadores, selecionadores, colaboradores diretos e indiretos da federação. Acho que posso ser, realmente, uma pessoa bastante útil à modalidade”, declarou.

Se for eleito presidente da FPC, o duas vezes vice-campeão da Volta a Portugal (2005 e 2007) terá a formação como prioritária.

É realmente transversal e, a meu ver, tem de ser feito um trabalho desde o estímulo da captação de crianças para aderirem à nossa modalidade – é importantíssimo fazer esse trabalho. E, depois, trabalhar a formação, para que ela tenha um crescimento correto, atual, modernizado, e capaz de estar ao nível do ciclismo da atualidade”, completou.

Dar igualdade “a todas as vertentes” da modalidade é também “um trabalho que tem de ser feito urgentemente”, segundo Cândido Barbosa, que pretende ainda “dar condições às associações regionais, incluindo os comissários”, desenhando programas específicos.

Tenho-os na minha candidatura, como apoios financeiros e não financeiros, mas que consigam dotar as associações regionais de capacidade para poderem organizar aquilo que é 90, 95% daquilo que é o ciclismo regional e de formação”, notou.

Com mais de 100 vitórias no currículo, entre as quais se destacam 25 na Volta a Portugal, o antigo sprinter revela ver “muita gente preocupada” com o futuro da modalidade, nomeadamente com o desenvolvimento de outras disciplinas.

Temos de perceber a quantidade de miúdos que temos envolvidos nestas vertentes. Esta igualdade (preconiza) não pode ser pela quantidade, mas pela qualificação que cada uma representa. Temos modalidades que são olímpicas, outras que não são olímpicas. Temos de meter na balança e pesar”, completou.

Confrontado com as declarações de Delmino Pereira, que, em entrevista à agência Lusa, admitiu que é necessário devolver “financiamento ao ciclismo de estrada”, sacrificado para que a pista pudesse crescer, Barbosa disse não conhecer “os dossiês”.

Para repor uma verba à estrada, se é que ela falta, ela tem de sair de outro lado. É porque, se calhar, se investiu na pista, com o dinheiro de outras vertentes”, concedeu, defendendo que o sucesso nesta vertente se deveu à existência de “atletas capazes”.

O candidato à presidência da FPC acredita que o êxito na pista, onde Portugal conquistou duas medalhas olímpicas em Paris-2024 – Rui Oliveira e Iúri Leitão sagraram-se campeões no madison, com o segundo a alcançar a prata no omnium – se deveu, sobretudo, a uma “fornada” de ciclistas de excelência.

Provavelmente, não teremos outra seguida – podemos tê-la daqui a algum tempo. O sucesso existe também porque temos uma pista, um velódromo, e porque tivemos um selecionador que acompanhou. Mas temos de perceber que o valor está nos atletas, sempre”, realçou.

Com esta vertente em alta, é na estrada que estão centrados os principais problemas da modalidade, com Barbosa a garantir que o protocolo com a Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP), que estende o passaporte biológico à totalidade dos corredores das equipas continentais nacionais, é para renovar além de 2025, por ser “uma ferramenta indispensável e para bem de todos, nomeadamente os atletas”.

Já quanto ao contrato de concessão da Volta a Portugal, que termina em 2026, o candidato defende que “é preciso pensar o formato”.

Deveríamos encontrar um meio-termo para que a federação e o promotor estejam mais confortáveis dentro do mesmo contrato. Porque eu vejo uma federação desconfortável e vejo um organizador desconfortável. E há aí algumas coisas que se deviam rever. Tem de se pensar num modelo – eu já o tenho”, adiantou, escusando-se, contudo, a revelar detalhes.

A finalizar, Barbosa admitiu que se não vencer as eleições de sábado, “em princípio”, afasta-se.

Durante toda a minha vida, tive espírito de vencedor e não estou 100% convicto, mas tenho grande esperança que vou ganharpor toda a confiança que me foram dando todos aqueles que me foram ajudando neste processo e subscreveram a minha candidatura”, concluiu.