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Entrevista Flashscore a D70Pablo: "A Diogo Jota Esports será sempre a minha prioridade"

Entrevista Flashscore a D70Pablo: "A Diogo Jota Esports será sempre a minha prioridade"
Entrevista Flashscore a D70Pablo: "A Diogo Jota Esports será sempre a minha prioridade"Twitter/João Ferreira
Ricardo "Don70Pablo" Machado é, atualmente, um dos grandes nomes no panorama dos desportos eletrónicos em Portugal e esteve à conversa, em exclusivo, com o Flashscore. Em 2020 a pandemia permitiu-lhe "descobrir" o mundo do streaming e, desde então, nunca mais parou, sendo um dos maiores streamers de FIFA no nosso país. D70Pablo chegou ao cenário competitiva do vídeojogo no final de 2020, pela mão dos Rhyno Esports.

O início de 2021 trouxe-lhe uma das grandes oportunidades da sua vida, ao tornar-se no primeiro jogador de esports da organização criada pelo futebolista do Liverpool, Diogo Jota. Falamos, claro está, da Diogo Jota Esports, equipa que "será sempre a prioridade" de D70Pablo.

Seguiu-se uma parceria com a Liga Portugal e a aposta em definitivo na área dos esports. Já em 2022, surgiu o momento que perdurará eternamente na memória de Ricardo Machado: a chegada à seleção nacional. Com uma carreira sempre em crescente, D70Pablo assume que ainda falta cumprir um objetivo: "Vencer um torneio de um contra um".

- Como surgiu o gosto pelos esports?

- Sempre gostei de jogar FIFA. Mas não fazia ideia das competições que existiam, era um mundo totalmente desconhecido para mim. No entanto, em março de 2020 e com a obrigação de ficarmos em casa graças à COVID-19, acabei por me dedicar um pouco mais ao jogo e, de forma muito natural, acabei por deixar de ser um jogador casual para passar a ser um jogador competitivo.

- O que fazias antes de te dedicares ao FIFA?

- Na altura estava a trabalhar num ginásio como rececionista. O ginásio fechou (temporariamente) e dediquei-me um pouco mais ao FIFA. Comecei a fazer streams para os meus amigos me verem a jogar e acabei por ter mais pessoas a ver para além deles. Com isso, decidi tentar. Durante um ano ainda conciliei o ginásio com o FIFA competitivo e as streams, mas a partir de agosto de 2021 foquei-me apenas na área dos esports.

- Como apareceu a vertente competitiva do videojogo?

- Como disse, estar mais tempo em casa e a colocar mais horas no jogo deu-me a conhecer outro mundo do (cenário) competitivo. Perto do início do FIFA 21, os Rhyno Esports (organização portuguesa de esports) fizeram-me uma proposta para os representar enquanto jogador de FIFA e aceitei. A partir daí, participei no maior número de torneios para tentar alcançar qualificações para as fases finais (dos torneios).

- “Ascensão” é a palavra que define, até ao momento, a tua carreira no FIFA. Concordas?

- Concordo. A verdade é que o meu percurso não é muito normal porque comecei a competir quando tinha 26 anos, mas sinto-me a melhorar a cada ano que passa e tenho objetivos maiores para este ano do que tinha para o ano anterior, sem dúvida.

- Renovaste recentemente com a Diogo Jota Esports, organização que representas desde fevereiro de 2021. Como analisas esta ligação?

- A minha prioridade sempre foi renovar com a Diogo Jota Esports e, felizmente, continuamos ligados por mais uma época. A verdade é que me sinto muito bem aqui, sinto-me em casa, todas as pessoas envolvidas fazem tudo para que não nos falte nada e nos foquemos única e exclusivamente em jogar e isso acaba por ser o mais importante. O lado pessoal também é excelente, temos uma ótima relação e isso faz a diferença.

- Como foi ouvires um “preciso de ti” de um dos melhores jogadores de futebol do mundo?

- Hoje em dia e tendo em conta a relação e as vezes que falo com o Diogo (Jota), acaba por parecer normal. Mas não minto que foi um orgulho muito grande e talvez tenha sido o dia mais feliz da minha vida no que ao FIFA e aos esports diz respeito. Dando um pouco de contexto, o primeiro contacto aconteceu em novembro. Salvo erro jogava-se a terceira Weekend League do FIFA 21. Tinha feito 29-1 e 28-2 nos primeiros dois fins-de-semana e queria, o quanto antes, fazer 30-0. Nesse mesmo fim-de-semana fiz 30-0 e acabei por ter mais de 1.500 pessoas a assistir em simultâneo à transmissão quando, em média, tinha 150/200 pessoas. Depois de desligar a stream, e quando pensava que nada podia correr melhor naquele dia, peguei no telemóvel e tinha um áudio do Diogo no whatsapp a falar-me das ideias que tinha para a organização e do interesse em mim para que eu fosse o primeiro jogador da equipa. Surreal.

- É um privilégio ser o primeiro jogador de sempre da organização?

- Sem dúvida alguma. E é um privilégio ainda maior continuar presente, continuar relevante e acompanhar o sucesso e o crescimento da organização fazendo parte dela. Espero que muitos mais jogadores passem pela organização e que se conquistem muitos mais títulos, mas este de primeiro jogador já ninguém me tira.

- O teu “casamento” com a Diogo Jota Esports está para continuar?

- Como te disse, a minha prioridade sempre foi renovar. É certo que, por vezes, questiono se faz sentido continuar tendo em conta que tenho colegas de equipa com menos dez anos que eu (risos). A verdade é que enquanto me sentir com vontade de lutar por títulos, ficar aziado com qualquer derrota e, claro, sentir que tenho capacidade para competir ao mais alto nível, a Diogo Jota Esports será sempre a minha prioridade.

O jogador representa a organização de Diogo Jota desde 2021
O jogador representa a organização de Diogo Jota desde 2021Twitter/Don70Pablo

- Terminaste o ano recentemente, na fase de grupos da Ric Cup. Como analisas este ano que está prestes a terminar?

- Estas duas metades do ano foram muito distintas para mim. A primeira, apesar de bem-sucedida - top 8 no Digital Challenge da FPF, top 17-32 no FIFAe Global Series 4 e top 8 na Grande Final da FPF -, foi uma altura em que coloquei muito menos horas no jogo porque tinha responsabilidades com a Liga Portugal, que me faziam viajar com muita frequência, e acabou por ser complicado para mim meter as horas suficientes no jogo. Nesta segunda metade e para esta nova época acabei por tomar a decisão de me focar apenas no FIFA competitivo, para perceber se consigo dar o salto e atingir resultados ainda melhores. A verdade é que não me arrependo nada desta decisão. Nas últimas duas competições nacionais acabei por ser eliminado perante o tuga810 e o RODR7GOL, dois jogadores que, para mim, são dois dos três melhores jogadores portugueses e sinto-me muito motivado para a segunda parte da época. Em suma, acho que foi um excelente ano e serve de referência para melhorar certas marcas no próximo ano.

- A chegada à seleção nacional foi o ponto alto?

- Sim, diria que sim. Felizmente muita coisa correu bem, mas ser chamado a defender o nosso país é um sentimento diferente. Era um dos objetivos que tinha para esta época e consegui integrar a lista da primeira convocatória. Agora é trabalhar para voltar a ser chamado.

D70Pablo chegou à seleção nacional de futebol virtual em 2022
D70Pablo chegou à seleção nacional de futebol virtual em 2022Instagram/Diogo Jota Esports

- Quais são os objetivos, pessoais e da equipa, para o que resta da temporada?

- Em termos coletivos, queremos vencer todas as competições em que estejamos inseridos. Sabemos que somos considerados uns dos favoritos, mas temos quatro jogadores com muita qualidade e acredito que vá ser uma época muito bem-sucedida para a equipa.

A nível pessoal, quero muito ter sucesso em Portugal, mas não escondo que o meu objetivo principal passa por conseguir a qualificação para os play-offs do Mundial. A partir de janeiro começa a FIFAe Global Series e é aí que se consegue essa mesma vaga e vou dar o máximo.

- Para além da vertente competitiva, dedicas-te à criação de conteúdo, na qual tens bastante sucesso. Como surgiu estava vertente das streams?

- Foi o primeiro passo, no fundo. Antes de competir já estava a fazer streams e surgiu apenas para os meus amigos me verem jogar. A coisa correu bem e acabei por fazer streams com mais regularidade e, aos poucos, fui melhorando o setup que tinha. É algo que gosto bastante de fazer e orgulho-me muito na comunidade que consegui construir. Sou dos jogadores com mais apoio em Portugal e isso é algo que me deixa muito feliz.

- Como foi trabalhares com uma grande entidade do desporto nacional, como é o caso da Liga Portugal?

- Foi mais um passo excelente nesta caminhada nos esports. Foi um ano excelente, com experiências muito boas que me permitiram, também, conhecer muitas pessoas com as quais em tempos vibrei atrás do ecrã. Sempre fui um apaixonado por futebol e ter tido esta oportunidade foi ótimo. Estou grato à Liga Portugal pela oportunidade.

D70Pablo esteve nos principais palcos do futebol nacional com a Liga Portugal
D70Pablo esteve nos principais palcos do futebol nacional com a Liga PortugalTwitter/Don70Pablo

- Se tivesses que escolher entre a vertente competitiva, a criação de conteúdo e os casts (narração de jogos), qual seria a tua escolha?

- Essa é uma pergunta muito, muito complicada. Não me vejo, neste momento, a deixar de criar conteúdo, mas também não o faria sem a vertente competitiva. Posso responder apenas que os casts não seriam a minha escolha.

- Estas três vertentes do jogo fazem parte das tuas perspetivas para o futuro?

- Não me vejo a abandonar a vertente competitiva já no próximo ano, portanto creio que a ideia é manter esta simbiose entre competição e criação de conteúdo, embora os planos sejam dar um step-up (próximo passo) nesta última já a partir desta época.

- O que é que te falta realizar no mundo do FIFA?

- Vencer um torneio de um contra um. Isso seria a cereja no topo do bolo.