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Entrevista Flashscore a Hamsík: “Quero acabar a carreira no estrangeiro e treinar jovens"

Róbert Krupár, André Guerra
Entrevista Flashscore a Hamsík: “Quero acabar a carreira no estrangeiro e treinar jovens"
Entrevista Flashscore a Hamsík: “Quero acabar a carreira no estrangeiro e treinar jovens"Profimedia
Marek Hamsík, de 35 anos, capitão de longa data da seleção eslovaca, vai concentrar-se na carreira com com os turcos do Trabzonspor após a retirada da equipa nacional. Embora a lenda do Nápoles ainda não tenha dado o último pontapé dentro das quatro linhas, quer dedicar o seu futuro ao desenvolvimento de jovens talentos, revelou em entrevista exclusiva ao Flashscore.

- O Trabzonspor está atualmente a 10 pontos do líder Galatasaray na tabela do campeonato turco. Está a pensar no título, ou os objetivos do clube estão a mudar à luz dos resultados atuais?

- “Vamos ter um jogo contra o Galatasaray no início de fevereiro, para podermos reduzir a diferença. No entanto, temos de ganhar os dois jogos anteriores - fora com Hatayspor (X-X!!!!!) e em casa com o Antalyaspor. Se ganharmos vai ser uma boa série, mas o Gala tem feito uma boa época até agora. Eles somam nove vitórias seguidas na Liga, é difícil recuperar".

- Na Turquia, ganhou o primeiro título de campeão da sua carreira. Como se sentiu e como foram as celebrações?

- "Foi maravilhoso. Estou muito feliz por ter conseguido ganhar o título na Turquia com uma equipa que esperava há 38 anos por um feito desse tipo. As celebrações foram espetaculares, houve cerca de seis ou sete e cada uma delas valeu a pena".

Hamisk em conferência de imprensa antes do último jogo pela seleção
Hamisk em conferência de imprensa antes do último jogo pela seleçãoTASR

- O jogo contra o Chile marcou o ponto final da sua ilustre carreira na seleção. Foi difícil dizer adeus à camisola eslovaca?

- "Sim, mas a decisão não veio da noite para o dia e pensei nisso durante alguns meses. Contudo, penso que é a altura certa para me despedir da equipa. Tem sido uma grande viagem, grandes anos e o jogo de despedida valeu a pena. Da forma que eu sonhei, aconteceu. Estou muito feliz".

- No que diz respeito ao futebol de clubes, gostaria de terminar a sua carreira no estrangeiro ou gostaria de jogar em casa antes da "reforma", seguindo o exemplo de Martin Skrtel?

- "Quero definitivamente terminar no estrangeiro, não me vejo a jogar futebol na Eslováquia".

- Gostaria de ser treinador após a sua carreira ou sente-se mais atraído pelo cargo de dirigente?

- "Sinto-me tentado pela minha carreira de treinador. Depois de pendurar as chuteiras, tenciono trabalhar como treinador dos escalões de formação. Tenho a minha própria academia e estou ansioso por transmitir os meus conhecimentos e experiência aos rapazes. Penso que tenho muito para lhes oferecer e estou realmente ansioso por isso, será algo de novo para mim".

- No início deste ano, recebeu a Ordem da Classe Ludovitur II das mãos da Presidente da Eslováquia, Zuzana Caputova, pelos seus méritos extraordinários para o desenvolvimento do desporto no país, bem como para a extraordinária divulgação do bom nome da Eslováquia no estrangeiro. O que significa para si este prémio?

- "O prémio da Presidente diz muito, porque diz muito sobre a minha longa carreira no futebol. Aprecio muito, porque não são muitas as pessoas que recebem este prémio. Parece-me que só três ou quatro jogadores de hóquei no gelo o receberam dentro no âmbito do desporto e apenas eu e o falecido Jan Popluhar do futebol. Dou mesmo muito valor e é a maior honra porque é do chefe de Estado”.

Hamsik visivelmente emocionado no último jogo pela Eslováquia
Hamsik visivelmente emocionado no último jogo pela EslováquiaTASR

- Certamente não lhe faltou determinação durante a sua carreira, mas houve algum momento em que perdeu a motivação durante um período de tempo ou teve alguma crise pessoal que o atingiu?

- "O futebol sempre foi para mim uma paixão e um amor, por isso nunca perdi a motivação ou senti uma crise. Eu sabia que tem que se dar muito a este desporto, que ele pode doer, que há dias em que não se gosta de treinar, mas não se pode passar sem ele. Gosto de futebol desde o primeiro dia até hoje.

- Stanislav Lobotka está a dar seguimento ao seu legado com a camisola do Nápoles. Ele pede-lhe conselhos?

- "O Stano teve um ano difícil sob o comando de Gattuso. A situação mudou para melhor quando o novo treinador Spalletti me contactou antes do Campeonato Europeu e disse que contava com o Stano e ele seria o pilar da equipa. E assim foi. Revelei-lhe que (Spalleti) ia confiar nele e isso certamente o ajudou, hoje ele é um jogador estável no onze inicial e sem ele nem se consegue imaginar como seria o jogo do Nápoles".

Quando estava a impressionar os fãs em Itália com as suas capacidades e a sonhar com o título, a Juventus era virtualmente imparável. No entanto, o Nápoles começou em grande forma a viagem em direção ao Scudetto. Que hipóteses dá ao seu antigo clube na luta pelo campeonato?

- "O Nápoles começou a época de forma fantástica e (agora) tem uma enorme vantagem. Só pode perder o título com seus próprios erros, os jogadores não podem continuar a falhar. É o ano certo para serem campeões, eles merecem".

Foi capitão do Nápoles e tornou-se uma lenda em Itália
Foi capitão do Nápoles e tornou-se uma lenda em ItáliaProfimedia

- Pode qualquer clube da Série A ter sucesso na Liga dos Campeões? A Juventus pode ter estado duas vezes na final, mas a poeira está lentamente a assentar desde o último sucesso de uma equipa italiana, em 2010/11 (Inter de Milão).

- "O sucesso dos clubes italianos na Liga dos Campeões é realmente escasso. Nos últimos anos, vemos que equipas de Inglaterra, os dois grandes de Espanha, o Bayern de Munique e o Paris Saint-Germain, têm-se chegado à frente e dominado o futebol europeu. Será muito difícil para os clubes italianos ganharem a Liga dos Campeões, não os vejo sequer a chegar à final. O Nápoles tem as suas qualidades, mas certamente não podemos compará-los a equipas como o Manchester City ou o PSG".

- Qual é o jogo da sua carreira que considera o mais importante?

- "Houve muitos, mas fiz um jogo marcante quando tinha 16 anos e fui observado por um olheiro italiano que depois me levou para o Brescia. Na altura nem sabia que alguém me estava a observar, mas obviamente o jogo correu bem e a minha carreira ganhou um novo rumo".