Espanha defronta o Brasil para tirar dúvidas em jogo simbólico contra o racismo
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"O jogo está a ser anunciado como um protesto contra o racismo, depois de ter sido organizado como um protesto contra os insultos recebidos pela estrela brasileira Vinícius em alguns estádios espanhóis. Queremos que o futebol seja a união e que fique claro que estamos todos a jogar sob a mesma pele", disse o selecionador de Espanha, Luis de la Fuente, num vídeo divulgado há dez dias.
"Na Alemanha, sigo a LaLiga espanhola e temos de continuar a lutar para erradicar o racismo", afirmou no domingo o defesa Alejandro Grimaldo, da La Roja.
"Lutar todos os dias"
"O caminho a seguir é lutar dia após dia para que isso não aconteça com Vinícius ou qualquer outro jogador", acrescentou antes de uma partida que pretende ser mais um passo na conscientização contra o racismo.
A Espanha quer apagar o mau gosto deixado na boca pela derrota de sexta-feira com a Colômbia, por 1-0, a três meses do Campeonato da Europa.
A segunda derrota da era De la Fuente no comando da La Roja quebrou uma série de oito jogos consecutivos sem perder, embora o treinador espanhol tenha preferido ser otimista: "Não gostamos de perder, mas a leitura é positiva".
Contra a Colômbia, De la Fuente escalou uma equipa com muitas rotações, na qual estreou três jogadores (Dani Vivian, Pau Cubarsí e o guarda-redes Remiro), mas contra o Brasil deverá escalar a sua equipa mais conhecida.
Uma mudança para os jovens
Na frente, Álvaro Morata deverá voltar a ser o titular, provavelmente acompanhado por Nico Williams e pelo jovem Lamine Yamal, num duelo entre jovens fenómenos espanhóis e brasileiros.
Vinícius, Rodrygo e até mesmo o jovem Endrick, se o técnico Dorival Júnior voltar a dar-lhe minutos, poderão sentir-se em casa no Santiago Bernabéu esta terça-feira.
Endrick, que marcou o golo da vitória da sua seleção em Wembley, no sábado, no jogo particular com a Inglaterra, por 1-0, será um dos destaques na casa do Real Madrid, para onde se transferirá no final da época.
"Foi muito importante marcar aquele golo", disse o jovem avançado do Palmeiras.
"O Endrick ainda não está conosco, mas está sentindo para quando chegar na próxima temporada", disse Vinícius na zona mista após a vitória sobre a Inglaterra.
Vini será outro grande foco de atenção, tendo se tornado o símbolo da luta contra o racismo, que serviu de impulso para esta partida.
O Brasil parte para o jogo com as estatísticas a seu favor: das nove vezes em que as duas equipas se defrontaram, os sul-americanos venceram cinco contra apenas duas dos espanhóis.
A última vitória espanhola foi num particular em 1990, em Gijón, quando a La Roja venceu por 3-0.
Mais confiança
O Santiago Bernabéu, no entanto, é o palco de todas as sete partidas internacionais disputadas pela seleção espanhola no século XXI.
Se a derrota para a Colômbia serviu para quebrar a sequência de vitórias de Espanha, a vitória em Wembley encheu de otimismo o Brasil, que chegou a Inglaterra sem vencer nos últimos quatro jogos e com Dorival Júnior em estreia como técnico.
"O principal é que podemos ganhar confiança, mas temos de ter consciência de que ainda há muito a fazer para alcançar o equilíbrio que procuramos", disse o técnico após o jogo contra a Inglaterra.
Terceiro técnico do Brasil em pouco mais de um ano, Dorival tem esta terça-feira mais uma oportunidade de continuar a montar a equipa de olho na Copa América.