Mudanças forçadas e poupanças
Em relação à equipa do Sporting que venceu o Portimonense, na última jornada da Liga, Rúben Amorim fez quatro mudanças. St. Juste entrou para o lugar de Diomande, na defesa, Matheus Reis faz a faixa esquerda, por troca com Nuno Santos, Pedro Gonçalves recuou para o lugar de Ugarte (castigado) no meio-campo, com Francisco Trincão e Paulinho a regressarem ao onze.
No lado do Arsenal, Mikel Arteta realizou uma habitual rotação em relação aos jogos na Premier League. Matt Turner voltou a assumir a baliza, Kiwior estreou-se no centro da defesa, Fábio Vieira manteve a titularidade, Partey ficou no banco de suplentes e Martinelli passou para o centro do ataque, face aos problemas físicos de Trossard e Gabriel Jesus (que viajou para Lisboa, mas nem sequer no banco de suplentes esteve.
Canto tira
A estratégia leonina foi clara. Com Coates Coates a liderar o centro da defesa, os leões procuraram tirar espaço às combinações interiores do Arsenal que entrou em Alvalade sem uma referência ofensiva (Martinelli está mais habituado a jogar na faixa esquerda) e que foi sentido dificuldades em desbravar caminho pelo meio do terreno. A solução caiu quase sempre nas faixas, onde Reiss Nelson e Fábio Vieira iam dando largura, mas na altura de cruzar não havia ninguém para rivalizar nas alturas com os centrais leoninos.
Uma vez controlado o adversário lá atrás, o Sporting procurava sair em velocidade para o ataque e é assim que cria o primeiro sinal de perigo. Pedro Gonçalves aparece nas costas da defesa, tira Jorginho do caminho, mas o remate cruzado sai ao lado. E como quem não marca, arrisca-se a sofrer, o golo surgiu na primeira vez que o Arsenal se conseguiu acercar com perigo da baliza leonina.
Fábio Vieira bateu o canto na direita, Saliba (22 minutos) apareceu mais alto que toda a gente na pequena área e cabeceou para o fundo das redes de Adán. Os leões ficaram a reclamar uma falta de Zinchenko sobre Matheus Reis que não foi atendida, e no meio dos protestos mais uma má notícia: Sebastián Coates viu o cartão amarelo e não vai estar na partida da segunda mão.
Canto dá
Ao contrário do que tem acontecido esta época, o Sporting não se desorganizou em vantagem e não tentou acelerar processos. A equipa de Rúben Amorim manteve-se fiel ao que foi delineado, não abanou com o remate de Zinchenko para uma grande defesa de Adán e conseguiu criar dificuldades ao Arsenal.
Aos 34 minutos, Gonçalo Inácio obrigou Matt Turner a uma defesa apertada e no seguimento da jogada acabou a festejar, numa jogada tirada a papel químico do golo do Arsenal. Desta feita foi Edwards a bater o canto na direita e Gonçalo Inácio (34 minutos) a surgir sozinho na pequena área para cabecear para empatar a partida.
Foi o melhor momento do Sporting na partida, com Edwards a dispor de duas grandes situações para marcar, mas a não conseguir fazer o gosto ao pé. Num primeiro momento permitiu a defesa a Matt Turner e no segundo momento, já a acabar a primeira parte, não conseguiu aproveitar uma recuperação de Paulinho na grande área e permitiu antecipação ao guarda-redes norte-americano.
Algo surpreendido pela réplica leonina, o Arsenal sentiu dificuldades em recuperar o controlo da partida. Zincheko começou a ficar mais pela esquerda para ajudar Kiwior que sentiu dificuldades e teve também uma boa oportunidade, aos 42 minutos, mas Adán segurou o remate de Xhaka, numa defesa a meias com o poste, após um canto.
Reveja aqui as principais incidências da partida
Altura de mostrar os dentes
A segunda parte trouxe um Arsenal novamente dominador. A pressionar os dois médios ,a equipa de Mikel Arteta anulou a saída de bola dos leões e se Morita deu o primeiro sinal de perigo, foram os londrinos que ficaram mais próximos de abrir o marcador com Adán a negar Martinelli com uma enorme defesa e Fábio Vieira a rematar ao lado de seguida.
Contudo, no momento de maior dificuldades, o Sporting mostrou os dentes e conseguiu assumir a vantagem no marcador pela primeira vez. Numa jogada de combinação pela direita, Edwards descobriu Pedro Gonçalves nas costas da defesa, o português rematou, Turner defendeu e na pequena área, à espera da recarga estava Paulinho (55 minutos) para meter a bola no fundo das redes.
Balde de água fria
O golo voltou a trazer ao de cimo as dificuldades de um Arsenal perante um Sporting cada vez mais confiante e que não se deixava abalar, mesmo nos momentos de maior aperto. Prova disso foi a jogada maradoniana de Martinelli, que deixou Coates e Morita pelo caminho, contornou Adán, mas na altura de marcar viu St. Juste fechar a porta. No seguimento deste lance, Pedro Gonçalves isolou Paulinho, mas o avançado português rematou por cima, talvez deslumbrado.
E na parada e resposta, foi o Arsenal que se ficou a rir. Quando aos 62 minutos, Xhaka rematou e fora de área e viu a bola embater em Morita que enganou Adán, para restabelecer o empate.
Um último assalto
O Sporting sentiu que este era um jogo de onde podia levar algo mais. Já com Partey em campo, para tentar controlar a partida, o Arsenal foi sentido dificuldades perante uma equipa leonina empurrada pelas bancadas de Alvalade que também acreditavam.
Contudo, pareceu sempre faltar alguma coisa aos leões na hora de finalizar e prova disso é o remate de Diomande, que passou perto, mas não foi o suficiente para assustar Turner.
Ao quinto jogo, o Sporting somou o terceiro empate contra o Arsenal, este o primeiro com golos. À semelhança do que aconteceu com o Midtjylland, os leões vão ter de resolver a eliminatória fora de casa, em Inglaterra, onde o Sporting só conseguiu vencer por duas vezes.
Homem do jogo Flashscore: Gonçalo Inácio (Sporting)
