eSports: EAFC 25 continua transformação do FIFA com a adição da IA
A principal novidade, o modo Rush, permite que os jogadores assumam o papel de um único membro de uma equipa em jogos de cinco contra cinco, colocando a ênfase no jogo entre amigos, com o objetivo de "criar algo novo e refrescante", disse à AFP Sam Rivera, chefe de desenvolvimento, numa série que por vezes tem dificuldade em renovar-se.
Para modelar todos os cerca de 19.000 futebolistas, a equipa de desenvolvimento, que inclui mais de mil pessoas, recorreu também à inteligência artificial para recriar os rostos dos jogadores menos conhecidos.
"Já tínhamos digitalizado o rosto de milhares de jogadores, mas não de todos", explica Sam Rivera, recorrendo a um processo bastante restritivo que consistia em tirar fotografias uns aos outros.
Graças a esta nova tecnologia, que permite recriar um rosto a partir de uma simples fotografia, os futebolistas que jogam nas divisões inferiores "serão muito mais realistas", segundo o próprio.
Um novo visual
Uma funcionalidade concebida para as redes sociais permitirá igualmente aos utilizadores partilhar os melhores momentos dos jogos, enquanto as escolhas táticas deverão ter um maior impacto em campo. Esta é uma inovação bem-vinda para Marek Piasecki, um franco-britânico de 26 anos, fã de longa data da série, que considera que "o jogo tende a favorecer as ações individuais em vez do jogo de equipa".
Trata-se de uma tentativa de dar um novo fôlego à série da Electronic Arts, líder incontestável do género, que celebra o seu 30.º aniversário em 2023. Deve o seu sucesso, em particular, às suas licenças (nomes reais de futebolistas, equipas, estádios, competições, etc.) e à sua base de fãs fiéis: quase 11 milhões de jogadores em todo o mundo tinham investido na edição anterior na semana em que foi lançada.
Mas 2023 marcou também o fim da colaboração da EA com a FIFA, devido a exigências financeiras consideradas demasiado elevadas pelo organismo desportivo. A direção da editora americana decidiu abandonar esta parceria e mudar o nome do jogo, apesar de este ter arrecadado mais de 20 mil milhões de dólares (18 mil milhões de euros) em vendas desde a sua criação, segundo o New York Times.
No entanto, a EA manteve os seus acordos com todas as outras ligas e federações, o que lhe permite oferecer 30 ligas e 700 equipas oficiais. Além disso, reproduz mais de 120 estádios de todo o mundo, com a adição do Estádio de Alvalade para esta edição.
"Inclusão"
A mudança de nome não foi isenta de consequências: o EA Sports FC 24 conseguiu bons números de vendas, nomeadamente na data de lançamento, mas ficou atrás dos antecessores.
"Penso que os aficionados compreenderam a mudança de nome, mas talvez os menos habituados não se tenham apercebido", afirma Charlotte Massicault, gestora de produtos multimédia da Fnac.
No entanto, prevê uma boa colheita para 2025, com uma tendência "ascendente" nas pré-vendas, que acredita estar a par dos números do FIFA 23. No ano passado, a possibilidade de juntar, pela primeira vez, jogadores masculinos e femininos no mesmo campo virtual, no popular modo Ultimate Team, causou agitação nas redes sociais e provocou polémica.
"Sou a favor da inclusão, por isso admiro a ideia", admite Marek Piasecki. "Mas quando jogo FIFA, é porque simula a realidade e, na realidade, infelizmente, não há equipas mistas, por isso é um pouco estranho".
Sam Rivera diz que está "muito contente" com as reações ao novo modo. " O nosso objetivo é desenvolver o futebol feminino", sublinhou, indicando que este estará ainda mais presente no EA Sports FC 25.