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Estrelas do futebol português voltam a Macau 22 anos depois do Mundial 2002

LUSA
Os antigos jogadores da seleção portuguesa em Macau
Os antigos jogadores da seleção portuguesa em MacauNuno Gomes
Antigas estrelas do futebol português jogaram este domingo em Macau, 22 anos depois de a seleção, uma das favoritas para o Mundial 2002, ter chegado para um estágio que mudou a imagem de Portugal na região chinesa.

Vítor Baía, Pauleta, Nuno Gomes e Luís Figo - acabado de conquistar a Liga dos Campeões pelo Real Madrid e um ano depois de ser o segundo português a vencer a Bola de Ouro, 35 anos depois de Eusébio - faziam parte dos convocados liderados por António Oliveira que participaram no Mundial realizado na Coreia do Sul e no Japão.

Joseph Tam Lao San era na altura um jovem jornalista da televisão pública de Macau, a TDM, e não perdeu a oportunidade de tirar uma foto com Figo.

"Aquela era vista como a geração de ouro de Portugal", disse Tam.

Dois anos e meio depois da administração de Macau ter passado para a China, em 20 de dezembro de 1999, o sentimento da população em relação a Portugal ainda era misto. Mas a passagem da seleção ajudou a mudar mentalidades.

Joseph Tam não perdeu a oportunidade de mostrar a Figo a foto tirada há 22 anos. O antigo internacional português, de 51 anos, riu-se e não se fez rogado a autografar a imagem já meio amarelada.

"Trouxe-me mesmo boas memórias", disse Tam, que atualmente continua a trabalhar na TDM, mas que nas duas décadas que passaram teve uma segunda vida, ligada precisamente ao futebol.

Tam foi o treinador que levou a equipa de futebol masculina de Macau - cuja estrela era o luso-sul-africano Nicholas Torrão - ao maior feito da sua história, a final da Taça da Solidariedade 2016, então a segunda principal competição para seleções da Ásia.

Jornalistas de Hong Kong, da China continental e até do Japão vieram a Macau para acompanhar este domingo o jogo contra uma equipa do sul da China e, no sábado, um treino com jovens futebolistas de Macau.

Chui Man Hou, o pai de um deles, não perdeu um segundo do que se passava no treino, com uma camisola da seleção portuguesa ao ombro.

"Ele só tem oito anos, é demasiado novo para saber quem são estes jogadores", admitiu.

Mas Chui recorda-se bem de 2002, da vitória por 2-0 num amigável em Macau contra a China - que desde então não voltou a qualificar-se para um Mundial - e de acompanhar os jogos de Portugal nesse Mundial, em que acabou por não passar da fase de grupos, face às derrotas com Estados Unidos (3-2) e Coreia do Sul (1-0). Pelo meio, a equipa das quinas ainda venceu a Polónia (4-0).

"O meu preferido era o Figo", disse.

O antigo Bola de Ouro foi a grande estrela durante o jogo deste domingo, marcando dois dos golos com que a equipa portuguesa venceu, por 11-4, para satisfação dos milhares de pessoas presentes no Macau Dome, muitas com camisolas e cachecóis de Portugal.

"Para nós, é uma alegria poder estar aqui, de volta a Macau, depois de tantos anos e podermos festejar com tanta gente local e também portuguesa", disse Figo, referindo-se às comemorações dos 25 anos da transição de administração do território.

Um quarto de século depois, Macau acompanha religiosamente a seleção, algo que culminou em 2016, numa madrugada em que a cidade chinesa praticamente parou para ver Portugal derrotar a França, na final do Europeu.

Ho Iat Seng, o líder do Governo de Macau, foi o convidado de honra do jogo de domingo, num território onde, de acordo com estudos, o conhecimento da língua portuguesa se tornou um símbolo de estatuto superior ao da inglesa.