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Com Samu e Guzzo novamente disponíveis, Tulipa não hesitou em chamar os dois médios portugueses para o onze titular na tentativa de manter a senda invencível em casa desde que assumiu o comando técnico.
Por outro lado, Roger Schmidt deixou Gilberto, Chiquinho e Rafa no banco de suplentes e lançou Bah, Gonçalo Guedes e David Neres à procura da sexta vitória consecutiva no campeonato.
Como é apanágio, as águias entraram melhor, assumindo a posse de bola e procurando fixar-se no último terço do campo. Por outro lado, os vizelenses procuravam toda e qualquer transição para tentar ferir o adversário.
O lado esquerdo do ataque benfiquista esteve em maior evidência, criando duas oportunidades de golo, na primeira Gonçalo Guedes atirou por cima e, na segunda, serviu Gonçalo Ramos que tentou visar a baliza, mas Anderson Jesus desviou para canto.
Maturidade de líder
Aos 18 minutos, o lance da polémica que marcou a primeira parte. Em nova saída rápida, Osmajic teve uma grande receção e partiu para cima dos defesas, deixando António Silva pelo caminho e quando parecia que se ia isolar, Otamendi travou-o em falta. O banco do Vizela reclamou um cartão vermelho para o central argentino, mas Nuno Almeida ficou-se pela cartolina amarela.
Esse lance fez crescer a crença dos locais. Pouco depois Kiko Bondoso, em boa posição, rematou para uma boa defesa de Vlachodimos com os pés. Respondeu o Benfica, com um grande passe de Neres para Grimaldo, o lateral recebeu, fintou e quando se preparava para fazer o golo, Bruno Wilson recuperou a posição e desviou o remate para canto.
Mas o desespero chegou aos 33 minutos. Em nova tentativa de transição, António Silva viu-se obrigado a atrasar para Vlachodimos, o grego dominou muito mal de peito, Osmajic foi rápido na pressão, a bola sobrou para Nuno Moreira que, com a baliza pela frente, conseguiu atirar por cima da trave.
Era o melhor momento do Vizela, que agora já se conseguia impor não só no meio-campo adversário, como na área. E foi num desses momentos que chegou o golpe de teatro. Samu tentou o passe de calcanhar e deu a bola para os benfiquistas responderem com a arma vizelense.
A bola chegou rapidamente a Guedes, Bruno Wilson tentou o carrinho para travar o ataque, mas a bola sobrou para a frente onde surgiu David Neres sob o lado esquerdo e o brasileiro teve o discernimento de travar a corrida, levantar a cabeça e fazer um passe rasteiro para a entrada da área, onde surgiu o remate de João Mário que ainda desviou em Anderson Jesus antes de beijar as redes.
Soma e segue o internacional português na segunda época do outro emblema da 2.ª circular, são já 18 golos - 13 no campeoanto - e ainda estamos em fevereiro. O encontro chegou ao intervalo sem mais lances de registo.
Polémica e pontaria a mais
Sem alterações no regresso dos balneários, a turma de Tulipa pareceu ter aproveitado o balneário para rever a lição e entrou a carburar. Claudemir pôs à prova a elasticidade de Vlachodimos, obrigado o guarda-redes a esticar-se para evitar um bom remate cruzado. Logo depois, Nuno Moreira atirou para defesa do guarda-redes, na recarga serviu Osmajic que atirou ao lado e ficou a pedir grande penalidade por falta de Bah.
Nuno Almeida escutou o vídeoárbitro e mandou jogar, embora as imagens sejam claras ao mostrar que o dinamarquês em momento algum jogou na bola e só tocou nos pés do adversário. Imunes às polémicas estavam os dois treinadores: Schmidt lançou Chiquinho para o lugar de Guedes, Tulipa gostava do que via e para refrescar a equipa colocou Matías Lacava e Pedro Ortiz.
A substituição quase se revelava acertada, mas o problema do Vizela era mesmo a falta de acerto. Aos 66 minutos, Samu apareceu em zona perigosa, fez um cruzamento tenso para Osmajic desviar com o corpo para a trave e, na recarga, Kiko Bondoso acertou no poste. Tulipa manteve a toada, retirou o amarelado Claudemir e colocou em campo a criatividade de Alex Mendez.
O encontro entrou numa toada mais morna e a frustração caseira começou a subir. Mais para uns do que para outros. Anderson Jesus estava a fazer uma boa exibição até ver dois cartões amarelos em menos de 10 minutos, ambos em faltas mais ríspidas e sem grande perigo. Logo a seguir, o recém-entrado Chiquinho tentou fazer um pique, mas ficou agarrado à coxa e teve de ser substituído.
Já em tempo de descontos, Grimaldo surgiu em boa posição na área, simulou o remate e foi derrubado por Lacava. Chamado a converter foi, claro, João Mário... guarda-redes para um lado, bola para o outro, 0-2 no marcador, 19.º golo e liderança isolada na tabela de melhores marcadores. Palavras para quê?
Homem do jogo Flashscore: João Mário (Benfica)
