“Ficámos um bocadinho aquém das nossas expectativas, apesar dos bons resultados. Temos uma seleção muito jovem…”, explicou à Lusa o selecionador nacional, José Cirilo, que lamentou o facto de a equipa nacional estar privada em Szeged de alguns dos seus melhores elementos, devido a diferentes condicionantes.
O técnico lembrou que o SUP só há quatro anos está inserido na FPC, que, defende, tudo tem feito para contribuir para a evolução da modalidade, tal como a ICF.
“É um desporto em franca expansão. Basta olhar para os rios e muitos outros sítios para ver que o SUP está em grande crescimento”, exemplificou.
A supervisão do SUP tem merecido disputas internacionais entre a canoagem e o surf, sendo que ambas as federações estão autorizadas, pelo Tribunal Arbitral do Desporto, a promover competições, sinal de que, em boa parte dos países, há duas seleções, a exemplo do que acontece em Portugal.
Na canoagem, há a vertente de velocidade, desafio de 200 metros, corrida técnica, de 1.000 metros, com obstáculos e rondagens de boias que tornam a prova mais emocionante, e a longa distância, habitualmente de cerca de 18 quilómetros.
Depois da seleção ter estado nos mundiais da Hungria, Polónia e Tailândia, em eventos independentes, esta é a primeira vez que o SUP integra o programa dos maiores acontecimentos internacionais de canoagem, numa organização nunca vista por José Cirilo.
"(Os Europeus da ICF e da ISA) São universos muito diferentes. Isto aqui é super bem organizado, tanto os mundiais como os europeus. As nossas provas nacionais são muito superiores às europeias e mundiais da ISA. E os miúdos ficam deslumbrados com isso…", completou o selecionador.
Maria Silva foi a atleta que atingiu melhor resultado, com o quarto lugar na competição longa júnior, sobressaindo ainda na formação lusa o 10.º de Paulo Freitas.
"Gostava de ter feito um lugar no pódio como júnior, pois é o meu último ano. Pode ser que o consiga no futuro…", disse Maria Silva, estudante de humanidades que sonha em seguir desporto na Universidade.
A atleta de Esposende que em 06 de setembro completa 18 anos já compete há cerca de seis anos, dedicando hora e meia por dia ao treino, que inclui a parte técnica de água no Rio Ave, em Vila do Conde, bem como ginásio e corrida.
A sua estreia sénior, em Szeged, com o 16.º lugar na categoria absoluta de sprint "foi muito desafiadora, uma vez que a concorrência e a pressão são muito maiores", contudo, admite que gostou "imenso" de medir forças com "as melhores".
Assume que vai participando nas provas que mais lhe interessam entre as federações de canoagem e de surf, porém, reconhece que as primeiras têm "mais visibilidade e muito mais organização, pelo que têm mais gente".
Maria Silva teve como companheiros de seleção Paulo Freitas, Tomás Lacerda e Rui Ramos.
O Tribunal Arbitral do Desporto decretou que ambas as modalidades podem organizar Europeus e Mundiais de SUP, no entanto, se este vier um dia a integrar o programa olímpico, será o surf a abranger a competição.
Resultados de Portugal nos Europeus de SUP:
- Longa distância:
Paulo Freitas: 10.º.
Rui Ramos: 15.º.
- Longa distância júnior:
Maria Silva: 4.ª.
- Corrida técnica
Paulo Freitas: 15.º.
Tomás Lacerda: Não disputou a final B por estar doente.
- Sprint
Maria Silva: 16.º.
Tomás Lacerda: quartos de final.