“Por estar em uma boa fase, acho que tenho total confiança de ser campeã da Europa. Só basta estar num dia bom. Tenho competido muito mais tranquilamente, e essa confiança dos resultados não vejo como lado negativo, não vejo como pressão, muito pelo contrário, vejo-me como favorita a algo muito positivo”, disse a judoca em declarações à agência Lusa.
Rochele Nunes, nascida em Pelotas, no Brasil, prepara-se para o quarto Europeu a competir por Portugal, depois de em 2019 ter optado pela seleção lusa, conseguindo, desde então, um quinto lugar (2019) e duas medalhas de bronze (2020 e 2021).
A judoca do Benfica, bastante consistente nos resultados que tem tido no circuito internacional, olha para os Europeus com especial carinho, explicando que só depois de entrar é que percebeu a dimensão desta prova continental.
“Por ter vindo do Brasil, eu não tinha talvez a imensidão de como é grande esse campeonato, de como é forte. (...) É uma das provas que mais gosto de competir, acho que tem uma emoção diferente. Ser campeã do mundo, claro que é muito bom, é fascinante, os Grand Slam, os Grand Prix, mas o campeonato da Europa tem uma mística diferente”, considerou.
Rochele Nunes sublinhou que se sente muito à vontade, feliz e motivada numa competição que diz ser difícil, mas que lhe tem dado grande valorização, bem como à modalidade.
“É uma prova em que me sinto muito mais contente por participar, até porque sei como algumas categorias são difíceis. (...) Tenho duas medalhas, um quinto lugar, depois fui vice-campeã da Europa por equipas e isso, realmente, fez com que as pessoas valorizassem muito mais o judo”, acrescentou.
A judoca compete no domingo em Montpellier com o estatuto de terceira cabeça de série em +78 kg, atrás da israelita Raz Hershko e da francesa Romane Dicko, primeira e segunda do ranking mundial, respetivamente.
Um contexto de favoritismo que agrada à judoca, mas Rochele diz que é preciso ter os pés bem assentes no chão e estar preparada para qualquer adversário, porque a previsibilidade do sorteio nem sempre coloca no caminho as adversárias mais esperadas.
“Claro que podem acontecer surpresas. Ultimamente nas provas, as adversárias para as quais me tenho preparado às vezes acabam por não passar então eu acabo por nem chegar a competir com elas, mas estou preparada para qualquer pessoa”, sublinhou.
Nos Europeus de judo em Montpellier, de sexta-feira a domingo, Portugal conta com Catarina Costa (-48 kg), Raquel Brito (-48 kg), Maria Siderot (-52 kg), Joana Diogo (-52 kg), Telma Monteiro (-57 kg) e Rodrigo Lopes (-60 kg), o segundo para as intermédias, com Bárbara Timo (-63 kg), Joana Crisóstomo (-70 kg), Thelmo Gomes (-73 kg), Anri Egutidze (-81 kg) e João Fernando (-81 kg), e o último das mais pesadas, com Patrícia Sampaio (-78 kg), Rochele Nunes (+78 kg) e Jorge Fonseca (-100 kg).