"Sabemos as dificuldades que vamos encontrar ao defrontar o campeão nacional, mas a nossa intenção é criar dificuldades ao FC Porto. Temos noção das diferenças existentes entre as equipas, quer em termos orçamentais, quer em termos logísticos, mas queremos reduzir as diferenças dentro do campo. Temos que acreditar no que fazemos, pensando na nossa estratégia e valor coletivo para equilibrar o jogo”, começou por dizer na conferência de imprensa de antevisão.
"Queremos dar continuidade a este bom momento, conseguir um bom resultado, presentear os nossos adeptos com bons resultados. Vão-se defrontar duas equipas que estão em todas as competições. Se para o FC Porto é algo normal, para nós é algo que vai fazer parte da história deste clube. Por isso, estamos muito motivados para dar continuidade e criar dificuldades ao FC Porto, é assim que vamos encarar este jogo", prosseguiu.
Além de um confortável oitavo lugar no campeonato, o Arouca qualificou-se pela primeira vez na história para a final four de uma competição, neste caso da Taça da Liga, em que vai defrontar o Sporting, mas também está nos oitavos de final da Taça de Portugal, na qual vai encontrar... os dragões. Questionado sobre se preferia a vitória num ou no outro jogo, Evangelista foi perentório:
"Sem dúvida que escolho o campeonato, porque essa é a prioridade", afiançou.
Sem saber se a paragem de competição por causa do Campeonato do Mundo é benéfica, o técnico salientou que a equipa manteve-se concentrada e competitiva, além de ter elevado a moral por ter atingido a final four. No entanto, nem tudo são boas notícias já que o excesso de competição ou falta dela acabou por provocar baixas.
Para esta quarta-feira, os arouquenses não podem contar com Rafa Mujica, que saiu lesionado depois da vitória com o Moreirense (2-1), Arsénio, Vitinho e Sema Velázquez. Pedro Moreira está ainda em dúvida. Mas uma coisa é certa:
"Não teremos 20 jogadores para levar para o jogo. Em Moreira de Cónegos também não tínhamos. Temos que acreditar nos jogadores que temos e eu acredito que mesmo com estas limitações estamos capacitados para fazer um bom jogo", atirou Evangelista.
Para o treinador, o bom momento vivido no clube não se "deve exclusivamente ao que tem sido feito esta época", mas sim à continuidade do trabalho que tem vindo a desenvolver nos últimos três anos no comando técnico, com alguns erros de casting pelo meio, mas que só assim, "com paciência", é que é possível chegar a este ponto.
"Grande parte do sucesso tem sido o de construir, acrescentar qualidade, insistir e assimilar ideias. Ter um núcleo que já entende as ideias e a organização em que estão inseridos. Quem chega hoje ao Arouca mais facilmente se adapta, melhor entende as dinâmicas do clube e as ideias do treinador. É um núcleo que tem sido criado há três anos", explicou.
O próximo mês de janeiro será de exigência máxima, já que em sete jogos quatro são com os ditos grandes do futebol português.
"Aqui não se trata de gestão. Prefiro olhar para este mês em que temos jogos de quatro em quatro dias e ver aquilo que nos pode dar. Vamos defrontar os melhores, tantos jogos com eles vão tornar-nos melhores. Vamos crescer dentro dessas dificuldades e este mês vai-nos dar um upgrade para o que será o nosso campeonato. Os jogos grandes alertam os nossos sentidos, isso vai dotar os jogadores de um crescimento mais rápido", disse.
Numa análise ao FC Porto, adversário que vai defrontar por duas vezes num curto espaço de tempo, Evangelista destacou vários pontos fortes da equipa de Sérgio Conceição.
"É uma equipa muito intensa, com uma reação à perda fantástica, das melhores do campeonato, que em poucos espaços cconsegue chegar a zonas de finalização, aproveitamento grande no ataque à profundidade, agressiva na procura de bola e segura na circulação. São as dificuldades que encontramos contra uma equipa que quer ganhar os jogos todos. Os nossos índices de concentração, competitividade e coragem têm que estar no máximo", finalizou.