Faltam 80 dias para Paris-2024: relembre o primeiro ouro do futebol do Brasil

Guilherme Bianchini

Gabriel Jesus, Neymar e Gabigol formaram ataque do ouro inédito do Brasil nos Jogos OlímpicosProfimedia

No país do futebol, o ouro olímpico era a grande ausência até 2016. Após três pratas e dois bronzes, a seleção brasileira conquistou a tão aguardada medalha em casa, nas Olimpíadas do Rio de Janeiro.

A 80 dias dos Jogos Olímpicos de Paris-2024, o Flashscore conta a história do primeiro título olímpico do Brasil no futebol masculino. O país não está qualificado para a edição deste ano, mas é o atual bicampeão.

Em 2016, Neymar era a grande estrela da equipa comandada por Rogério Micale. O técnico ainda contou com vários jovens em ascensão para levar o Brasil ao tão aguardado ouro, como Luan, Gabigol e Gabriel Jesus. Marquinhos, com 22 anos, era outra peça de destaque numa equipe que começou mal, mas arrancou na hora certa.

As principais seleções não costumam levar os seus grandes jogadores para os Jogos Olímpicos. Para o Brasil, porém, era uma questão de honra, ainda mais em casa. Com isso, a seleção brasileira apostou no que tinha de melhor na sua geração sub-23, e acrescentou dois jogadores experientes, além de Neymar, para compor o grupo: Weverton e Renato Augusto.

Traumas do passado

O golo de Kanu no prolongamento em 1996, a dura derrota para a Argentina em 2008, o inesperado vice para o México em 2012... A história brasileira no futebol masculino dos Jogos Olímpicos era repleta de dramas sem final feliz, mesmo com vários craques em campo. A seleção brasileira acumulava cinco pódios até 2016, mas nunca no lugar mais alto.

Foram três medalhas de prata: Los Angeles 1984, com derrota com a França; e Seul 1988, com vice para a União Soviética no prolongamento, além do revés para o México em Londres. O bronze chegou em Atlanta 1996, após a trágica derrota com a Nigéria nas meias-finais; e em Pequim 2008, depois de levar um 3-0 categórico dos hermanos.

Da incerteza ao embalo

O Brasil tinha tudo para começar muito bem em 2016 e ganhar confiança na luta pelo ouro. Os empates 0-0 com África do Sul e Iraque, porém, fizeram a seleção brasileira ouvir assobios dos adeptos e levantar dúvidas para o resto do torneio. A chave começou a virar na última jornada da primeira fase, com goleada por 4-0 sobre a Dinamarca.

Gabigol, Gabriel Jesus e Luan, que formavam um ousado quarteto ofensivo com Neymar, foram os destaques da vitória que confirmou a passagem para a fase a eliminar. O craque da equipa desencantou nos quartos de final, contra a Colômbia (2-0), e brilhou na goleada por 6-0 sobre Honduras, que garantiu a vaga na final.

O alívio no Maracanã

A decisão contra a Alemanha tinha um gostinho de vingança, dois anos depois do inesquecível 7-1 no Mundial. A rival não possuía grandes estrelas, mas contava com jovens que se afirmariam na seleção principal, como Süle, Brandt e Gnabry.

Os jogadores do Brasil antes da final olímpica contra a Alemanha, em 2016Ricardo Stuckert/CBF

Apesar da superioridade técnica do Brasil, a final foi tensa, nervosa, diante de 63.707 pessoas no Maracanã. Neymar abriu o marcador com um golaço de livre, no primeiro tempo. Meyer empatou após o intervalo e forçou o prolongamento, que manteve o 1-1 no marcador.

Weverton foi crucial nos penáltisRicardo Stuckert/CBF

No drama das grandes penalidades, os batedores converteram as oito primeiras cobranças. Foi aí que Weverton defendeu o remate de Petersen e colocou a medalha de ouro na mão do Brasil. Coube a Neymar deslocar o guarda-redes alemão e soltar o grito que estava entalado na garganta de cada brasileiro.