As limitações do plantel portista já eram conhecidas à partida. Sérgio Conceição apostou em Marcano para o centro da defesa, ao lado de Fábio Cardoso, com Grujic à frente, a acompanhar Eustáquio no meio-campo. Do lado do Atlético de Madrid, Simeone surpreendeu e voltou a chamar João Félix à titularidade, presumivelmente motivado pela resposta do avançado português na derrota do fim de semana diante do Cádiz, no qual fez os dois golos da equipa.
A mensagem de Sérgio Conceição e Otávio, na conferência de imprensa de antevisão ao jogo, foi clara e estava alinhada: o FC Porto apontava ao primeiro lugar e só a vitória interessava diante do Atlético de Madrid.
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A prova disso mesmo chegou logo aos cinco minutos. Pepê, desde o lado direito, transportou a bola para a zona central, serviu Evanilson e o brasileiro, de avançado para avançado, deu a Mehdi Taremi, que só teve de encostar para abrir a contagem.
A pressão alta da formação portuguesa deixava os espanhóis sem ideias e, acima de tudo, sem soluções. Aos 13 minutos, Saul Niguez tentou combinar com um colega uma dezena de metros depois da sua grande área, perdeu a bola e viu Galeno, após excelente passe de Taremi, ceder no frente-a-frente com Oblak, quando o Estádio do Dragão já se levantava para festejar.
O FC Porto cozinhava mais um golo e a verdade é que, dez minutos depois da ameaça, ele chegou mesmo. Na sequência de uma jogada de envolvimento que começou desde trás, Galeno ganhou sobre Savic, pela esquerda do ataque, e colocou em Eustáquio, que, na zona central da grande área, ampliou a vantagem.
João Félix era assobiado quando tocava na bola, mas certo é que não o fez muitas vezes durante os primeiros 45 minutos, à semelhança dos restantes elementos do ataque colchonero. Tanto que só à passagem da meia-hora é que o Atlético de Madrid conseguiu visar a baliza portista, num remate fraco de Rodrigo de Paul para defesa fácil de Diogo Costa.
Responderam os azuis e brancos, pouco depois, com mais uma bela combinação, que culminou com nova entrega de Taremi, desta feita para Otávio, que viu Oblak conter-lhe o remate cruzado com o pé direito, segurando o 2-0 que se verificava ao intervalo.
Para a segunda parte, voltaram os mesmos onzes, mas por pouco tempo, já que Zaidu se viu obrigado a sair por lesão oito minutos depois do reatamento, tendo sido rendido por Wendell.
Ainda assim, a toada parecia manter-se e, ainda antes da alteração, Taremi voltou a apontar à baliza contrária, obrigando o guarda-redes esloveno a defesa atenta.
Com uma exibição muito cinzenta, o Atlético de Madrid só a espaços chegava ao último terço e sempre de forma forçada, como foi exemplo o remate de meia distância de João Félix para intervenção segura de Diogo Costa. Esta seria, inclusivamente, a última ação do avançado português no jogo, já que no minuto seguinte foi preterido por Matheus Cunha.
O FC Porto ia navegando em águas brandas, jogava bem e respondia de forma imediata às investidas da formação de Madrid. A brilhar, Taremi ia-se envolvendo nas várias jogadas de perigo dos ‘dragões’ e inverteu os papéis do primeiro golo para servir Evanilson, que perdeu de forma flagrante o terceiro golo depois de uma combinação quase perfeita da turma portista, praticamente feita ao primeiro toque.
O renascimento dos espanhóis podia ter chegado aos 67 minutos, altura em que Griezmann introduziu a bola na baliza à guarda de Diogo Costa, mas o lance foi analisado pelo VAR, que anotou uma entrada mais dura de Rodrigo de Paul sobre Galeno, que invalidou o golo. Enquanto a decisão era validade, a confusão instalou-se, com foco no médio argentino, que se envolveu numa acesa troca de palavras com Fábio Cardoso, que resultou num cartão amarelo para ambos.
Apesar da reação, as fragilidades defensivas do Atlético de Madrid eram visíveis e Evanilson ficou perto de as aproveitar novamente, quando, na sequência de um canto, apareceu ao primeiro poste, solto de marcação, e cabeceou para defesa de recurso de Oblak.
No momento mais intenso do encontro, Correa surgiu, logo de seguida, em boa posição e atirou para defesa a dois tempos de Diogo Costa, que lançou novo contra-ataque que culminou com boa demarcação de Galeno e remate do extremo ao lado da baliza contrária.
A intensidade ia caindo, mas Taremi e Wendell construíram mais uma oportunidade para os comandados de Sérgio Conceição. Ou melhor, duas, já que, de forma quase sequencial, atiraram para um par de defesas apertadas de Oblak.
Num jogo que nunca deixou de estar controlado, o FC Porto acabou por sofrer já nos descontos. Carrasco cobrou um canto para a zona da pequena área, com a bola a ficar bem próxima da baliza, e Marcano, numa ação infeliz, introduziu-a na própria baliza.
O jogo terminou no minuto seguinte e Sérgio Conceição apenas ficará melindrado com o resultado muito benevolente, pela superioridade demonstrada pelo FC Porto. Já Simeone em muito deve os principais números do jogo a Oblak, que certamente evitou uma margem mais folgada.
Com a vitória e o empate (0-0) registado entre Bayer Leverkusen e Club Brugge, o FC Porto termina a fase de grupos da Liga dos Campeões no primeiro lugar do grupo B, cumprindo com os objetivos propostos.
Flashscore Homem do Jogo: Mehdi Taremi (FC Porto)