Federação Coreana violou regras nas contratações de Klinsmann e Hong Myung-bo
Em julho, a Coreia do Sul voltou a contratar Hong para um segundo mandato à frente da equipa, pondo fim a uma espera de cinco meses por um novo treinador, depois de Klinsmann ter sido demitido em fevereiro.
Hong dirigiu dois jogos de qualificação para o Campeonato do Mundo em setembro, incluindo um empate 0-0 com a Palestina, durante o qual os adeptos insultaram-no para expressar o seu descontentamento com a sua nomeação.
Depois de Hong ter sido contratado, o Ministério dos Desportos da Coreia iniciou uma investigação sobre as operações da KFA, que afirmou nunca ter violado quaisquer regras.
Na semana passada, Hong afirmou que a sua nomeação não resultou de um tratamento preferencial por parte da KFA, acrescentando que aceitou o cargo depois de se ter encontrado com o diretor técnico, Lee Lim-saeng.
A reunião de Hong com Lee não foi uma entrevista adequada e Lee não tinha autoridade para recomendar um treinador, disse o Ministério do Desporto esta quarta-feira, revelando os resultados provisórios do seu inquérito.
"Lee estava envolvido no processo apenas porque o presidente e o vice-presidente da KFA, que não têm autoridade para nomear o treinador, delegaram autoridade e ordenaram-lhe que tomasse medidas de acompanhamento", disse Choi Hyun-joon, funcionário do ministério, aos jornalistas.
"O processo de entrevista presencial entre Lee e Hong, a 5 de julho, foi diferente do de outros candidatos a treinadores estrangeiros. É difícil considerá-lo um processo de entrevista razoável, uma vez que não houve um questionário pré-entrevista nem um observador, mas Lee esperou sozinho durante muito tempo para conduzir a entrevista a altas horas da noite, perto de sua casa, durante a qual pediu a Hong que aceitasse o cargo de treinador", explicou.
A KFA não respondeu de imediato a um pedido de comentário.
Os meios de comunicação social sul-coreanos afirmaram que o antigo treinador do Norwich City, David Wagner, o treinador do Canadá, Jesse Marsch, e o antigo treinador da Grécia, Gus Poyet, estavam entre os outros candidatos na corrida.
Apesar das suas conclusões, o Ministério dos Desportos não chegou a obrigar a KFA a rescindir o contrato de Hong.
"Esperamos que a KFA reveja a situação e tome a sua própria decisão, tendo em conta a opinião pública e o bom senso", acrescentou Choi.
"A nossa auditoria não encontrou quaisquer provas de que tenham sido tomadas medidas ilegais para selecionar Hong como treinador, mas penso que, uma vez que a questão da nomeação do treinador da seleção nacional é um assunto importante, que interessa a toda a nação, o procedimento e o processo devem respeitar as regras, ser justos e corresponder, tanto quanto possível, às expectativas do público", disse.
Os resultados finais do inquérito são esperados para o final de outubro.
O ministério acrescentou que a KFA também violou as regras ao contratar o antecessor de Hong, Klinsmann, em 2023, e que não permitiu que o Comité da Seleção Nacional, um órgão consultivo que recomenda os treinadores da seleção nacional, funcionasse corretamente.
"Os membros do comité foram excluídos do processo desde o início e não puderam participar no processo de entrevista dos candidatos", afirmou Choi.