Conhecido pelo seu logótipo do galo, que adorna as camisolas das equipas desportivas francesas há mais de um século, Le Coq teve um papel proeminente como fornecedor durante os Jogos Olímpicos de Paris deste verão.
Mas os seus problemas financeiros levaram-na a pedir emprestado fundos de emergência em maio, ao comité organizador dos Jogos de Paris-2024, e a contrair um empréstimo de 10 milhões de euros apoiado pelo Estado no início do ano passado, à medida que as suas perdas aumentavam.
A Federação Francesa de Râguebi reclama 5,3 milhões de euros em dívidas e juros decorrentes de um acordo de patrocínio de camisolas que tinha com o grupo até há pouco tempo.
"Fizemos vários planos de reestruturação da dívida da Coq Sportif", disse Gill à AFP.
"Nenhum desses planos foi respeitado e chegámos a um ponto em que pedimos uma liquidação judicial", acrescentou.
Foi marcada uma audiência no Tribunal de Comércio de Paris para 27 de setembro.
Os atrasos no fabrico das camisolas e do equipamento da Le Coq Sportif causaram preocupação antes dos Jogos Olímpicos de Paris, tendo algumas federações desportivas ficado na dúvida sobre se as entregas chegariam a tempo do início dos Jogos.
Marc-Henri Beausire, Diretor Executivo da Le Coq Sportif, disse ao canal de notícias BFM, esta quarta-feira, que o grupo tinha tido dificuldades com a sua gama de calçado nos últimos anos, o que levou a perdas.
"Atualmente, todas as categorias estão a correr muito bem", afirmou, acrescentando que as vendas de vestuário aumentaram 20 a 30% desde os Jogos Olímpicos de julho e agosto. "Esperamos ainda mais em 2025", revelou.
O apogeu da empresa foi entre as décadas de 1950 e 1970, o que ajudou a forjar uma imagem retro que agrada aos seus adeptos.
Fabricou as primeiras camisolas amarelas para a Volta à França, fez as camisolas para a lendária equipa do Ajax da década de 1970, bem como para a equipa argentina, com Diego Maradona, que ganhou o Campeonato do Mundo de 1986.
Após décadas de problemas financeiros a partir dos anos 90, foi adquirida pela Airesis em 2005. Perdeu 28,25 milhões de euros no ano passado, de acordo com as suas últimas contas.