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Fernando Gomes deixa em aberto candidatura à presidência do Comité Olímpico

LUSA
Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol
Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de FutebolAntónio Pedro Santos/LUSA
O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, deixou esta quinta-feira em aberto, em Viseu, uma eventual candidatura à presidência do Comité Olímpico de Portugal (COP).

Se fui desafiado, se calhar é uma expressão forte, fui sondado no sentido de se estaria disponível (candidatura à presidência do COP). Sinceramente, neste período, não tive ainda tempo disponível, porque a grande preocupação é terminar aquilo que são os dois ou três pilares do nosso mandato”, reagiu Fernando Gomes.

O presidente da FPF respondia à questão se gostaria de ser presidente do COP no decorrer de uma entrevista realizada durante o segundo congresso internacional S4 (Safety, Security, Service at Sports Events).

O congresso foi organizado pela Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto (APCVD), tendo se iniciado na quarta-feira e encerrado hoje em Viseu, cidade que acolhe a sede do organismo.

Entre os processos que tem em mãos, reconheceu, está a candidatura de Portugal ao Mundial2030 de futebol, que está em avaliação e cuja decisão final será conhecida em 11 de dezembro.

Nem excluo, nem incluo (a candidatura à presidência do COP). Neste momento, estou num período de desenvolvimento das ações finais enquanto presidente da federação. Essas eleições do COP são em março e ainda teremos algum tempo para refletir”, admitiu.

Questionado se gostava de ser, Fernando Gomes não respondeu diretamente à questão, assumindo-se como “um homem do desporto”, que tem “um gosto imenso e uma atração muito grande pelo desporto”, enumerando os vários cargos que já assumiu na carreira.

Acima de tudo é uma avaliação. Se, efetivamente, com a minha ação eu posso, com o meu saber e o meu conhecimento, aportar algo positivo às organizações onde estiver inserido”, afirmou.

Em 2023, com mais de 70 anos, candidatou-se ao comité executivo da FIFA. Foi eleito até 2027 e revelou que vai continuar, independentemente de já não ser presidente da FPF, e, por estar na FIFA, tem igualmente assento nas reuniões do comité executivo da UEFA.

De todos os títulos alcançados ao longo do seu mandato, desde dezembro de 2011, Fernando Gomes reconheceu que o título em falta “é claramente o de campeões do mundo de futebol” e isso “era a cereja no topo do bolo, não há como esconder”.

Fernando Gomes falou do seu trabalho e legado, destacando a criação das equipas ‘B’ e a participação na Liga 2 como “a medida mais estruturante nos últimos anos no futebol português”.

Foram seis equipas ‘B’ que participaram nas competições profissionais da II divisão e se hoje olharmos para trás temos a noção clara que, dos 26 atletas que estiveram nesta jornada na Polónia e na Escócia a jogar pela seleção A, 23 iniciaram o seu trajeto como jogadores seniores exatamente nas equipas ‘B’ dos seus clubes”, sustentou.

Destacou ainda as contas, que prometeu “ficarem liquidadas, sem qualquer tipo de dívida para o futuro” da gestão da FPF, inclusive o investimento na Cidade do Futebol.

Um investimento superior a 70 milhões de euros, que não teve um euro do Estado. Foi com apoios conseguidos em programas da UEFA e da FIFA e tudo o resto foi com fundos próprios e autofinanciamento para pagar integralmente”, esclareceu.

Projetos como o Canal 11 e “A hora dos Super Quinas”, que arrancou em setembro de 2023, tendo este ano os números de participantes duplicado, de 35.000 alunos para 70.000 e de 600 escolas para 1.200, levam-no a dizer que são “um legado de muito orgulho” que deixa na FPF, que “é uma referência mundial, é a federação mais seguida” nas redes sociais.