Filho de Pelé afirma que o pai "teria ficado triste" com o estado da seleção brasileira
O Brasil tem tido dificuldades na qualificação para o Campeonato do Mundo de 2026 e ocupa atualmente o sexto lugar na tabela sul-americana, o último lugar que permite a qualificação direta.
A Seleção tem-se debatido sem a sua maior estrela atual, Neymar, que está ausente por lesão prolongada depois de ter rompido os ligamentos do joelho.
"Esta crise não surgiu da noite para o dia, há problemas grandes e complexos. Estamos a viver um declínio... ainda temos grandes jogadores, mas em épocas anteriores tínhamos mais jogadores de alto nível do que hoje", disse Edinho, 53 anos, que é um dos sete filhos de Pelé.
Edinho, que foi criado pela mãe, já que Pelé e ela se separaram pouco depois de se mudarem para Nova Iorque, quando ele assinou contrato com o New York Cosmos em 1975, mas que se aproximou mais dele na vida adulta, acrescentou: "Não há dúvida de que, se (Pelé) estivesse lá este ano, ele teria ficado muito triste".
O Santos, clube brasileiro onde Pelé passou a maior parte da sua carreira, também está a passar por um período difícil depois de ter sido despromovido para a segunda divisão pela primeira vez nos seus 111 anos de história.
O clube está a braços com problemas financeiros e com problemas na direção.
"Infelizmente, isto não é uma surpresa. Quem acompanha o dia a dia do clube poderia prever esse cenário, e ele acabou por acontecer", disse Edinho, que foi guarda-redes do Santos por várias temporadas.
As cerimónias para assinalar o primeiro aniversário da morte de Pelé, na sexta-feira, aos 82 anos, vítima de cancro, deverão ser discretas.
Os seis filhos sobreviventes do homem amplamente considerado o maior jogador de futebol da história vão realizar uma reunião virtual para marcar o momento, já que vários vivem nos Estados Unidos, enquanto uma cerimónia está programada para ser realizada em Santos.
Edinho, cuja vida esteve longe de ser tranquila, cumprindo pena por lavagem de dinheiro e tráfico de drogas, disse que a perda do homem carismático que marcou 77 golos em 92 jogos pelo Brasil deixou um enorme buraco na vida da família.
"Ele era excecional, sentimos muita falta dele. Ele levou o nome do nosso país através do futebol, o que muito nos orgulha", disse Edinho.